Prólogo

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Atena

Olho para meus filhos dormindo,  enxugo uma lagrima que escapa, como achei que isso me deixaria em paz só porque fugi? 

— Não é hora para chorar, anda você precisa descer com eles. 

— E você? — Pergunto, ele me encara e se aproxima. 

— Eu te prometi que sempre voltaria, não vou descumprir. — Ele relembra sua promessa e me beija — Vem eu te ajudo. 

Pego as gêmeas no colo, ele pega mais dois dos nossos filhos e acorda os mais velhos. 

— Desculpa meus amores mais vocês precisam descer. 

— O que esta acontecendo papai? 

— Pessoas más querem invadir nosso lar, lembra que conversamos de você ajudar a mamãe? — Artur concorda — Ótimo, então fique aqui com ela, eu volto logo — Ele abraça nosso menino. 

Tenho ótimos filhos, educados, obedientes, unidos, protetores e me orgulho disso. As horas vão passando e nada do meu marido voltar, as crianças voltaram a dormir e eu fico aqui de vigia a cada pequeno barulho na esperança de que seja o Martin. 

Meus olhos pesam, olho o relógio quase na hora de amanhecer, fecho os olhos e suspiro, acordo no susto com passos no andar de cima, Lorena acorda e antes que possa horar cobro sua boquinha. 

— Calma meu bebe, calma, não chora, por favor, não chora — Resmungo para ela. 

O barulho de briga se torna mais alto, tiro a mão da sua boquinha e tampo seu ouvido, um estrondoso tiro ecoa pela casa, choro em silencio.  O barulho cessa aguardo mais uns minutos, a porta é aberta protejo as crianças. 

— Ai meu Deus — Corro e abraço o meu marido — Fiquei com tanto medo. 

— Calma, eu disse que voltaria, escuta — Ele me afasta do seu braço — Temos que sair daqui, vamos subir e pegar apenas as coisas mais importantes, ouça Atena nossa localização foi comprometida  e temos poucas horas até que mais alguém chegue aqui. 

Concordo, subimos e pegamos os documentos e nossas fotos, algumas peças de roupas, fraldas e alguns brinquedos. Preparo um lanche rápido para meus filhos, enquanto as crianças comem vejo meu marido de um lado para o outro no telefone. 

Aguardamos o dia chegar o seu fim e estamos prontos para partir novamente, dou uma ultima olhada para a minha casa. 

— Mamãe para onde vamos? — Eva pergunta enquanto arruma seu laço no cabelo com seu jeitinho meigo 

— Vamos viajar querida, você quer passear? — Ela concorda, Hector me encara, é meu quarto filho o mais curioso, atento a todos pequenos detalhes. 

Artur é o mais velho atencioso e cuidadoso com os irmãos, esta sempre preocupados se estão bem, Eva veio um ano depois, é meiga e delicada, ama ajudar e sempre esta a espelhar minhas atitudes, Martin ganhou o nome do pai e não poderia ter escolha melhor, ele é corajoso e esperto tem três anos de diferença entre ele e Eva e quatro entre ele e o Artur e mesmo assim ele se sente responsável pelos irmãos, um ano depois Hector chegou no mesmo mês e dia que a Eva, ela adora dizer que são quase gêmeos, nosso caçulinha atento, era isso que imaginávamos pararíamos nele até que para a nossa surpresa tivemos as gêmeas Lorena e Joana que hoje completam seis meses. 

Lorena adoeceu e tivemos que pela primeira vez leva-la ao hospital, sabíamos dos riscos que seria deixar o nosso esconderijo, sabíamos que estávamos sendo procurados por mais de doze anos e para o nosso azar nos acharam. 

— Chegando no continente vamos jogar nossos documentos fora — Martin me explica enquanto arrumo as crianças que já estão cansados. 

— Seremos indigentes? — Pergunto

— Por pouco tempo, um amigo nos dará novos documentos. — Concordo. 

No continente as coisas não saem como imaginávamos, fomos seguidos e atacados. 

— Estou cansada — Choro para o meu marido, vejo as crianças adormecidas — Não é a vida que sonhei para eles, não é a vida que sonhei para nós. 

— Também não sonhei com isso Atena — Ele desabafa — Queria te dar a liberdade. 

— Foram doze anos intensos, mais sou feliz com você Martin, olha a família que construímos.  

— Mas até quando eles vão aguentar? Eles estão crescendo Atena... Eu vou me entregar, e você some com eles Atena, encontra um lugar onde nunca vão poder achar vocês. 

— Você sabe que isso só resolvera uma parte do problema, eles nunca vão deixar de me procurar, e se eles me acharem... 

— Não posso permitir que eles sofram tudo o que sofremos, que cresçam como nós, é muita opressão. 

— Eles precisam ser livres — Encaro meus nenéns, sempre sonhei em ser mãe, ter seis filhos foi mais do que eu poderia imaginar, mas como mãe preciso tomar uma decisão a mais difícil de toda a minha vida. 

— Tem certeza? — Martin pergunta sabendo que a decisão foi tomada, concordo com os olhos embargados — Vou organizar tudo.

♥☆★☆★♡

Beem vindos!!!
Ai como estava sentindo saudade de tudo isso aqui!!!

Estou iniciando essa sem previsão de término kkk

Estão preparados? 

(P.s: Atena tem muito o que contar)

Postagens as sextas e domingo

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