≽ rodeada de cobras

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𝙝𝙚𝙡𝙚𝙣𝙖 𝙥𝙪𝙨𝙝𝙠𝙞𝙣

— Preferia estar na minha casa ao invés de vir aqui com você. — Larray começou a reclamar assim que saímos de casa, e não parou até agora.

Addison obrigou ele a vir comigo na lojinha, pra não correr o risco de passar mais nenhuma "vergonha'', segundo a garota. Todo mundo faz o que a Addison manda, principalmente o Larray que costuma ser malcriado.

Ignorava o Larray, mesmo que estivesse sendo impossível. Revirava os olhos a cada reclamação dele.

Avistei a loja do Noen logo mais a frente e comecei a andar rápido, deixando Larray para trás. Mas logo em seguida, sou puxada de volta.

— O que foi? — Arqueio a sobrancelha direita, sem esconder a minha feição de cansada logo após ficar de frente pro garoto.

— Olha, é incrível ver você passando vergonha, mas dá uma diminuída. É só isso que eu peço. — Um sorriso falso curvou nos lábios do garoto e ele segurou minha mão firme, quando voltou a andar. — Helena, não esquece que você já passa vergonha por ser branca. Não esquece disso!

— Eu não sei como ainda sou sua amiga. — Revirei os olhos e dou um leve empurrão nele. Larray soltou uma risada e deu de ombros.

Eu estou rodeada de cobras!

Quando me dei conta, já estávamos em frente a loja. Tento me desvencilhar da mão do Larray, mas ele não deixava a nenhum custo.

Fechei o semblante e sou puxada por ele, antes de falar qualquer coisa. Entrei na loja e minha atenção foi no dono, que estava conversando com alguém, só deu para prestar atenção na altura e cabelo, já que eles estavam de costas.

— Helena, compra essa aqui. — Larray falou, olhando para o mesmo moletom que eu vi na semana passada.

— Sem chances! — Neguei com a cabeça. — Esse moletom é cento e cinquenta dólares.

— Sério? — Ele arregalou os olhos e soltou minha mão, para ir ver a etiqueta. — Você é cega? É cinquenta dólares, Helena.

Franzi o cenho quando Larray falou o valor com toda a certeza. Peguei o moletom da mão dele e fui ver o valor. Talvez eu tenha visto o valor ao contrário.

— Leva esse, depois a gente volta com a Addison. Ela também quer comprar roupas.

— Ok. — Me dei por vencida, pegando o moletom preto desenhado e um vermelho da mesma estampa.

Fui até o caixa segurando os moletons e Larray me acompanhou. Noen parou de conversar ao me ver, pude perceber que ele revirou os olhos.

Prestei atenção na pessoa que ele estava conversando na hora que eu entrei, e era um garoto. Tinha mais ou menos um e setenta e cinco de altura, possuía olhos azuis e cabelos pretos.

— Boa tarde. — Sai do transe, quando Noen falou. Sorrio e entreguei os dois moletons para ele.

Apoiei meus braços na bancada enquanto encarava Noen. Ele fingia que eu não estava ali, mas pude ver um pequeno sorriso nos lábios dele.

— Você também é veterinário? — Perguntei para ele. Tive que esconder qualquer vestígio de sorriso ou humor em meu rosto.

— Não! — Ele negou com a cabeça e me olhou. Larray entregou o dinheiro e falou "De novo não" bem baixinho. — Por que?

— Porque essa gatinha aqui tá no cio. — Lancei uma piscadela, fazendo com que ele soltasse uma gargalhada alta, junto com o outro carinha que estava parado observando tudo.

— Caralho, Helena. — Larray pegou a sacola com a roupa e o troco. — Enfia essas cantadas no rabo e sai girando igual beyblade.

Antes que eu pudesse continuar a flertar com o Noen, sou puxada por Larray, novamente.

O moreno ficava tentando esconder o rosto com a sacola, até quando saímos da loja. Mas mesmo assim ele não deixou de dar risada.

— Eu adorei aquela cantada. Vou usar com Brady. — Não existe uma pessoa mais bipolar do que o Larray, isso eu tinha certeza.

— Será se ele é gay? — Perguntei para Larray, mesmo sabendo que ele não saberia responder.

— Claro que não! — Larray disse com  convicção.

— Como você pode ter tanta certeza?

— Eu conheço gay de longe. — Larray deu de ombros.

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𝑠𝑡𝑜𝑟𝑒, noen eubanksOnde histórias criam vida. Descubra agora