prólogo

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Espero que gostem!

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Antes dos humanos terem conhecimento de suas vidas na terra, deuses e deusas foram criados por Brahma, o supremo deus da criação. Brahma entendia, em sua virtude, que não era capaz de administrar sozinho a terra que estava prestes a criar, entretanto também sabia que não podia simplesmente espalhar suas crias divinas pelo âmbito terrestre sem mais nem menos.

Sendo levado pelas ideias de Shakti, a suprema mãe divina, decidiu separá-los em grupos. Após a separação, cada divindade recebeu suas responsabilidades, sendo todas encarregadas da maior delas: o equilíbrio entre o reino do céu, da terra e do submundo.

Com diversos grupos em um mesmo território, ou em territórios próximos, as culturas começaram a miscigenar, os deuses e deusas entravam em conflitos e a estabilidade e o equilíbrio entre os reinos estava cada vez mais fraco.

Diante à situação em que as crias divinas de Brahma se encontravam, Saraswati e Ganesha, deusa suprema da sabedoria e deus supremo dos obstáculos, respectivamente, criaram um sistema que permitiria a distribuição territorial a grupos de deuses: uma competição. Após a competição, regras seriam apresentadas, estas feitas pela própria deusa suprema da sabedoria, e por Vishnu, o deus supremo da preservação.

Os humanos tiveram de lidar com o sumiço dos deuses por duzentos anos, período que durou a competição. Porém, estes duzentos anos foram ainda mais prejudiciais às criaturas não-divinas do que os outros trezentos em que os deuses brigaram entre si pela superioridade dos territórios.

Foi um momento importante para os seres não-divinos, pois a humanidade não só compreendeu como precisava das divindades em suas vidas, mas também passou a dar maior valor às mesmas, reconhecendo-as como seres inquestionáveis que se encontravam no topo da hierarquia. Se tornaram completamente dependentes.

Com os resultados da competição, dois grupos ficaram responsáveis por cada continente terrestre. Entretanto, os grupos que, de acordo com o resultado do sistema, passaram a ser considerados grupos divinos menores, não aceitaram a ideia tão facilmente.

Quando os deuses e as deusas voltaram para seus territórios, os humanos estavam, em grande parte, corrompidos, pois o mundo não funcionava corretamente sem as benevolências divinas. Tendo um grande desafio diante de si, as crias de Brahma resolveram cooperar, aceitando o resultado da competição e acatando às regras divinas para retomarem o equilíbrio dos três reinos.

O continente humanamente conhecido como Continente Americano, ficou sob a liderança dos deuses e deusas tupi-guaranis e maias. A liderança no Continente Africano foi conquistada pelos deuses e deusas egípcios e iorubás. O continente Europeu agora pertencia, oficialmente, aos deuses e deusas nórdicos e gregos. Na Oceania, o primeiro e o segundo lugar foram para os deuses e deusas aborígenes australianos e polinésios. Por fim, mas não menos importante, o Continente Asiático ficou sob o poder dos deuses e deusas chineses e coreanos.

Vinte anos após as vitórias, Brahma convocou todas as divindades para a apresentação das novas regras, que consistiram em seis – todas criadas pelo grupo supremo, os deuses hindus:

1. Nenhum deus, de nenhum grupo, está acima do tribunal hindu criado pelo deus supremo Brahma, o criador de todos os deuses e deusas.

2. Haverá uma reunião, a cada século, com todos os deuses e deusas que possuem a mesma responsabilidade, sob a intervenção e poderio dos deuses hindus.

3. Não é permitido a nenhum grupo o envolvimento nos assuntos de outro, mesmo que pertençam ao mesmo continente.

4. Nenhum deus ou deusa pode manter contato com deuses de outros grupos, para que a terra não colapse e as culturas não mesclem, mantendo suas essências.

5. Nenhum deus tem o poder de matar humanos com suas próprias mãos. Eles devem morrer ou por outros seres humanos ou por causas naturais.

6. Problemas de deuses em seus grupos são resolvidos entre si. Os hindus deverão ser chamados apenas em casos graves e suas palavras se tornam, imprescindivelmente, a decisão final.

Na quebra de qualquer uma das regras, as consequências poderiam ser grandiosas.

Milênios se passaram desde então.

Deuses, deusas e humanos vivem em quase completa harmonia. A grande maioria dos humanos, desde os primórdios de seus surgimentos, reconhece e cultua os seres divinos. Aqueles que ousam atacar os deuses e as deusas são severamente punidos.

Seres não-divinos se mostram fiéis e adoradores de seus deuses e deusas, seguindo a cultura de cada região para cultuá-los. Os cultos, que podem ocorrer em diversas situações, contam com homenagens, festas, celebrações e, em casos extremos, sacrifícios, de modo que os deuses e as deusas sejam elevados e a bênção divina proporcionada.

Entretanto, algum ser divino, não se sabe ao certo qual ou quando (estima-se o início do século XX, quando os humanos se tornaram ainda mais impiedosos) foi capaz de se entregar ao egoísmo, quebrando alguma das regras divinas, colocando os seres não-divinos, tão benevolentes, em perigo.

Vishnu, recorrendo ao maior oráculo dos reinos, o Tarot, recebeu a mensagem que tanto temia: os seres divinos seriam extintos do mundo devido à quebra constante de uma das mais importantes regras divinas. Sem controle ou vontade própria, Shiva, o deus da destruição, acabaria com a vida nos reinos divinos, e, consequentemente, na terra, pois sem a contribuição de qualquer deus ou deusa, por um longo período de tempo, os humanos se tornam fadados ao caos mortal.

Os deuses hindus não compreendiam como aquilo aconteceu, pois nenhum grupo ou deus é maior que o deus supremo Brahma, o criador de tudo. Se algo estivesse errado, ele seria o primeiro a saber. Porém, a falta de compreensão dos deuses supremos desapareceu no exato instante em que Brahma não foi mais encontrado. A mensagem estava certa e, vinte e dois anos antes da profecia findar, a maior divindade de todos os reinos havia partido. O deus Brahma não mais existia.

Ao perceber a situação em que se encontravam, os deuses hindus uniram suas forças para consultar todos os grandes oráculos ao redor do mundo, em busca da resposta. Contudo, não obtiveram sucesso.

Em uma última tentativa desesperada, todos os seres divinos foram colocados à parte da mensagem e começaram, então, a procura de uma solução, cada vez mais cuidadosos.

Com a data da extinção divina, e o caos humano, cada vez mais próxima, deuses e deusas, pela primeira vez, em mais de dois milênios, encontravam-se diante à pergunta mais comum das criaturas humanas:

"O que devo fazer?"

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Sei que a história tá um pouco confusa, porém esse prólogo foi pra explicar como esse Universo Alternativo funciona. Recomendo que, antes do primeiro capítulo, vocês leiam algumas informações que coloquei na thread do 'aesthetic' da shortfic:

> https://twitter.com/taeyostars/status/1308882563885412352?s=20

Qualquer coisa só mandarem uma mensagem! Espero que gostem!

a face fadadaOnde histórias criam vida. Descubra agora