Dava início a minha jornada naquele 31 de outubro
Ainda era madrugada
Eu estava deitado em meu quarto escuro
O clima já me avisava tinha algo diferente nele
E podia sentir algo crescendo vivo dentro de mim
É claro
É Halloween.As correntes de ar que passavam pela minha janela pareciam uma voz á cantar
E ao longe se ouvia uma sirene soar
Escutei esse som até o horário normal de meu despertar
O dia amanheceu, o sol fortemente raiava
Eu lá estava, disposto
Com apenas a ideia de que algo me esperava.Andando pelas ruas eu podia escutar tremores debaixo da terra
Enquanto um velho na rua contava sobre a lenda da gigante abóbora
que daria início a um nova era
Gritava ele: "Liberte sua fera,
liberte sua fera,
hoje é o dia que o tempo não espera".Com toda certeza existia uma euforia
E não era exclusiva nas pessoa que esperavam a festa que na noite ali teria
Naquela calçada, os músicos de rua mudavam suas melodias
Tornavam elas frias, líricas e sombrias poesias
Que nos poderiam assombrar em plena luz do dia
Com o passar das horas, as pessoas entravam nos personagens de suas fantasias
Enquanto mais e mais os acontecimentos encontravam sentido
No que o homem gritava como fossem antigas profecias .A tarde descia com um semblante de uma alegria horripilante
Pois em fantasias vivas
Os sentimentos de alguns aqueciam
sem restar mais aquelas orgulhosas sensações que antes possuíam
Lembro-me que pequenos demônios e anjos sem qualquer medo
Viviam o momento, sem qualquer mentira ou segredo
Olhavam fixamente em seus olhos para apreciar um reflexo de um olhar profundo
Todos apreciavam tudo ali como um outro mundo.Já final de tarde
Os andares eram apressados
Pois o feriado passara para eles como momentos rápidos
Fora desta se via mortos e vivos se reencontrando para relembrar seus passados
As horas, o tempo, os minutos que ali foram aproveitados
Há muito tempo tinham se perdido ou para sempre sido roubados
Ambos observavam suas memórias
Que mostram sentimentos não ditos e alguns que se manteriam eternamente calados.Para estes vivos a esperança era o que fazia ser o que assim são
Pois se você fosse um dos mortos saberia que qualquer esforço nessa hora seria em vão
Ao menos é o que me contaram as pessoas que desses trajes se vestiam
Diziam que dentro de seus personagens as vezes nem se reconheciam.Um homem aparentemente normal por perto passava, arrependido
Procurava o motivo exato de para o ceifador ainda não ter se rendido
Lágrimas ele havia derramado, seu coração estava quebrado
Por uma vampira seu ele havia sido levado
Suas roupas rasgadas agora trapos para lembrar dessa história
Em seu pescoço a marca de quem nesse momento cantava vitória.Ainda que também cantasse o homem derrotado
Desse acontecimento pode algo ser aproveitado
Se orgulhava de em suas letras nela ter falado
Mesmo que sua carreira de músico jamais tivesse deslanchado
Era o que assim fora me contado.Próximo dele, de pé estava um bruxa
Que não temia que sua vida acabasse
Dizia que isso não tinha qualquer importância
Por desde que pudesse voar
Viveria sua vida em abundância
Sua idade em nada importava pois de qualquer modo passaria o festival em extravagância
E assim, em luxúria sua vida vivia
Passaria os dias sem jamais achas que algo lhe custaria.Na noite todos estavam lá dançando por suas dores
Lembrando de seus antigos amores
Os opostos uniram-se para naquele momento serem como um só
Naquele clima
Apenas o inferno abaixo e o céu acima
Que sentíamos nos aproximar mesmo sem termos saído do lugar
Não parecia com uma sensação de que nossa hora finalmente tinha chegado
O ritual completo e planejado
Era começado.As estrelas estavam alinhadas
Cortando o céu sobre nossas cabeças
Entre as nuvens abria-se um imenso buraco
Onde podia-se ver as linhas guiando o zodíaco
E abaixo de nossos pés o chão se rompia
Libertando um poder quase que demoníaco
Os que lá estavam começavam a acreditar nessa aparente utopia.