A Profecia

Você Esta Morto Para Mim)"

Levou um momento para Bellatrix perceber por que o choro do quarto de Narcissa não parava, e então a atingiu de uma vez como um saco de tijolos ou uma maldição no peito: Andrômeda não estava lá. Andrômeda não estava lá para fazer o que Andrômeda sempre fazia, que era acordar ao menor barulho e rastejar até o quarto de Narcissa para pegar sua irmãzinha nos braços e acalmá-la de volta ao sono.

A boca de Bellatrix de repente ficou amarga de novo, como se ela pudesse cuspir veneno - assim como quando ela correu para a sala para ver o que estava acontecendo com todos os gritos apenas para encontrar Andrômeda com os punhos cerrados depois de uma vida inteira sem nem mesmo levantá-la. voz. Assim como aconteceu quando seu pai levantou a mão contra ela e Andrômeda deixou escapar que estava grávida antes de acontecer. Assim como aconteceu quando o pai delas torceu a mão no cabelo dela, exigindo saber com quem você esteve,Andrômeda cuspiu em seu rosto em vez de responder e usou o segundo durante o qual todos estavam chocados demais para se mover para escapar de seu aperto e sair correndo da casa – convocando uma bolsa que ela havia feito enquanto corria para a porta. Assim como aconteceu quando Bellatrix saltou atrás e correu para fora, apenas para descobrir que ela já havia desaparecido no ar.

"Cissa?" ela perguntou quando abriu a porta do quarto de sua irmãzinha. Ainda havia um tom venenoso em sua voz que estava errado para a ocasião, mas e daí? Ela passou tanto tempo controlando a situação e planejando as melhores opções da família com o pai enfurecido e a mãe de coração partido que estava cansada demais para aparatar com segurança em casa para Rodolphus, por causa da bagunça absoluta que sua irmã havia feito de sua vida. e do nome de família que todos tiveram a sorte de herdar. Então, sim, ela tinha todo o direito do mundo de estar de mau humor.

Ainda assim, isso não foi culpa de Narcissa.

"O que foi, Narcisa?" ela perguntou, tentando forçar sua voz a ser mais gentil com sua irmã mais nova. Bem, sua única irmã agora. Andrômeda poderia muito bem estar morta, por tudo que Bellatrix se importava.

"Eu... eu tive um pesadelo," ela disse suavemente de sua cama. Bellatrix podia vê-la muito vagamente com a luz fraca lançada da ponta de sua varinha. Ela parecia especialmente pequena assim, sentada entre os cobertores de sua cama de dossel e nadando em sua camisola larga, com o cabelo solto em volta do rosto. Isso era outra coisa que Andrômeda não estava lá para fazer, ela supôs: trançar o cabelo de Narcissa nas tranças com as quais ela sempre dormia, que dava ao cabelo seu cacho habitual.

"Tudo bem", disse Bellatrix. Ainda estava muito duro.

"Foi muito ruim," Narcissa a informou.

"Ok," Bellatrix disse. "O que você... o que você precisa?"

"Eu não sei", disse Narcissa.

Bellatrix deu um segundo. Então ela suspirou e perguntou: "O que Andrômeda fazia quando você tinha pesadelos como esses?"

"Ela já está em casa?" Narcissa perguntou timidamente.

"Não, é por isso que estou perguntando", disse Bellatrix. O lábio inferior de Narcissa só balançou mais no escuro.

Bellatrix respirou fundo e convocou cada gota de paciência que tinha nela, o que significava que ela não teria mais nada para dar pelos próximos cinquenta anos, pelo menos.

"O que ela fez, Cissa?" Bellatrix perguntou. "Ela cantou uma música ou algo assim?"

"Sim," Narcissa disse calmamente.

"Qual deles?"

"Aquele sobre os pássaros e a lua estarem apaixonados", disse Narcissa. Por um segundo o sangue de Bellatrix gelou quando ela percebeu que não conhecia aquela, não era algo que sua mãe já havia cantado para eles. Mas então ela se lembrou de ouvir Andrômeda inventar que essa música era para acalmar Narcissa durante uma tempestade, quando todas eram muito mais jovens e compartilhavam um berçário. Ela pode ser capaz de remendar as letras juntas.