A Última Carta - Capítulo Único

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Era uma manhã de céu escuro. Percebia-se de longe a proximidade de uma tempestade nos terrenos de Hogwarts. O tempo parecia refletir o clima que se formava no salão principal da escola. Os burburinhos de que Voldemort aumentara seu exército de comensais se intensificara com a chegada do Profeta Diário naquela manhã. O Lorde das Trevas, como muitos o chamavam, mantinha seus planos em segredo, mas fazia questão de mostrar à todos o seu poderio.

Enquanto na escola, muitos mostravam sua desconfiança para com os alunos da Sonserina, um certo preconceito da parte deles, mas de fato os novos aliados pertenciam a casa verde e prata, mas entre tantos jovens comensais da morte, um de pele clara e cabelos curtos e negros se destacava, Régulo Arturo Black, que se encontrava sozinho em seu dormitório andando em círculos, um tanto nervoso com o novo passo que estava dando.

Régulo estava feliz, é claro, pela conquista muito ansiada pelos seus pais, mas tinha medo de não atingir as expectativas deles e de Lorde Voldemort. O reconhecimento dos mesmos era algo importante para ele, mas além de almejar o orgulho de Walburga e Orion Black, e de seu Líder, lá no fundo do seu coração ele também esperava o do irmão mais velho, Sirius Black, mas sabia que não o teria já que o mesmo não compactuava com as ideias da família e isso, por mais que Régulo ainda não soubesse era o motivo de seu nervosismo.

Em outra parte do castelo, mais especificamente no salão comunal da Grifinória, Sirius repetia os movimentos do irmão, enquanto pensava no que faria para impedir que o mais novo se aliasse àquele que não deve ser nomeado. O primogênito Black era alheio a tudo o que acontecia em sua antiga casa, já que fugira da mesma um ano atrás, mas apesar de saber de toda a lavagem cerebral que ocorria na antiga residência, tinha a esperança de impedir a Régulo, pois ele sabia que seria inútil o diálogo, já que o irmão provavelmente o ignoraria. Então, após muita reflexão resolveu pedir ajuda a pessoa mais inteligente, e que dominava o dom da retórica, que conhecia, Lily Evans.

- Lily, Lily, Lilian. Por favor espere! - Chamava enquanto corria atrás da garota que ignorava seus gritos e seguia seu caminho.

Ele se aproximou e segurou o pulso da ruiva, que parou e se virou bem irritada.

- AAAH... O que foi Black, da pra me deixar em paz?! - Lily disse demostrando todo seu descontentamento, que não era pra menos já que o moreno e seu melhor amigo, James Potter, viviam irritando a garota.

- Eu preciso da sua ajuda. Espera, escuta... - disse vendo que a garota iria retrucar - você ficou sabendo que Voldemort conseguiu novos comensais e que está aumentando seu exército, certo? - perguntou e ao ver o gesto positivo da garota resolveu continuar.

- Eu fiquei preocupado com Régulo, sei que do jeito que meus pais são, farão com que ele se torne um comensal, se já não fizeram, e eu queria conversar com ele, tentar impedi-lo, não sei, mas se eu fizesse isso cara a cara ele me ignoraria, com certeza, então pensei que você pudesse me ajudar já que é tão boa com palavras! - Terminou e encarou a mesma com um olhar tão preocupado que ela soube que foi um pedido sincero, sem segundas intenções.

-Tudo bem Sirius, eu vou te ajudar, mas sem gracinhas - Ele concordou desesperadamente, enquanto ela mordia o lábio e levava a mão ao queixo em um sinal claro de que estava pensando - E, se... você escrevesse uma carta? Ele não teria tempo de te interromper, já que teria que ler tudo pra saber do que se trata.

- Mas ele jogaria fora assim que recebesse uma carta minha - Ele a interrompeu como se dissesse que isso era óbvio, mas dava para perceber o tom triste em sua voz.

- É só você não assinar a carta!

Ela disse como se fosse simples e de fato era, e foi a isso que Sirius se dedicou a noite após o jantar. Diferente do que ele pensou a tarefa não era tão fácil, não era um simples aviso, ele precisava convencer o irmão e ele sabia que não seria fácil, ele tinha medo de que se deixasse todo seu sentimento naquela carta seu irmão saberia que seria dele, e talvez ele quisesse isso, Régulo precisava saber que ele o amava apesar de tudo, e com aqueles pensamentos ele chorou, como nunca havia feito antes.

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