Capitulo 1

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Bem, eu já imaginei muitas coisas possíveis de realizar para os meus dezoito anos de vida, tais como, deixar de roer as unhas (mesmo as postiças), deixar de mentir (de qualquer maneira graças as minhas narinas traiçoeiras, cada vez que eu digo uma peta, a minha mãe acaba sempre por descobrir), tentar não deixar o meu vizinho de sete anos ensinar-me palavrões em francês, e sobretudo deixar de fazer listas por tudo e por nada, do género "coisas que tenho de fazer amanhã"... "razões para eu não ter amigos"... " porque é que sou tão picuinhas" ...
Mas tenho praticamente a certeza que nenhum destes itens da lista se vai realizar, sou demasiado palerma para o conseguir.
Estou no primeiro ano de universidade no curso de história, e hoje é o meu primeiro dia. Cheguei a universidade e vi que era enorme, o que certamente me vai fazer perder bastantes vezes por aqui. Não posso deixar de estar nervosa, tenho medo que tudo seja como no secundário e que eu ande sempre sozinha, ou que seja o saco de boxe de alguns dos populares. Enquanto eu tento afastar estes pensamentos da minha cabeça ouço passos a vir na minha direção. Não posso deixar de olhar para traz e reparo num rapaz que realmente é muito bonito. Ele tem os olhos verdes esmeralda lindos, o seu cabelo é castanho claro e está puxado para cima e parece-me ter o corpo um bocadinho musculado cheio de tatuagens. De repente os olhos dele cruzam-se com os meus, mas a expressão carregada dele não muda. Como é que um rapaz com os olhos tão bonitos pode ter uma expressão tão pesada? Ele passa por mim, e eu baixo a cabeça com medo que provavelmente ele goze comigo. Mas ele não o faz, ele não faz nada nem diz nada, apenas passa por mim. Ouço a campainha a tocar e tento apressar-me para não chegar atrasada a primeira aula. O professor parecia ser simpático e tolerante, ele disse-nos que a vida não era só as aulas e que devíamos aproveitar esta nova fase a fundo, em todos os aspetos. Realmente o mundo universitário e completamente diferente do secundário, onde não há festas e os professores são uma seca. Vejo uma rapariga a sentar-se a minha beira, que me dá uma sorriso envergonhado, mas ao mesmo tempo fez-me sentir quentinha por dentro. Também deve ser o primeiro ano dela. Ela era bonita, era morena, tinha os olhos castanhos, e era muito magra praticamente esquelética mas mesmo do corpo dela fazer com que ela pereça que tem dez anos, eu acho-a muito bonita, tem um sorriso enorme.
"Olá, o meu nome e Mariana e o teu" ela remata, e eu fico feliz por ela por conversa.
"Olá o meu é Melissa. Este e o teu primeiro dia aqui? Digo.
"Sim é" ela diz, e ficamos o resto da aula a conversar aliás ficamos o resto do dia, porque qual foi a nossa surpresa quando chegamos a residencial? Estamos no mesmo quarto. Sinto que finalmente vou ter uma amiga.


Mudança |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora