Consultório Dra. Julian Han 12:20
- Como você quer simplesmente morrer?
- Bem eu não sinto nada, então o que teria de tão dramático na morte?Eu não sabia o que sentir naquele dia, na verdade eu não sentia nada é como se todo meu corpo estivesse sendo apenas um peso, eu não vivia apenas existia, e para mim aquilo era sufocante porque era inexplicável o que eu sentia. Apesar de todos os anos de terapia era como se eu continuasse a mesma, mas não a como antes, era difícil entender. Eu simplesmente queria acabar com aquele vazio de alguma forma. Eu queria paz, eu não queria morrer, apenas queria que acabasse.
Sai de meus pensamentos enquanto a doutora Han me observava anotando coisas em seu bloquinho.
Ela era uma mulher alta, 1.70, cor jabuticaba, cabelos crespos, usava um tipo de terno lilás, na verdade eu nunca a vi desarrumada, ela tinha momentos assim? Desleixada? Bem, eu nunca os vi.Seria ela para mim uma espécie de salvadora ou alguém apenas em busca de um salário? Não sabia explicar, mas eu a amava ela me ajudou nos meus piores momentos e me fez entender certas coisas que me levaram ao "sentir nada".
Talvez eu já tivesse sentido tanto que o sentir nada tornou-se o fim da linha.
- Você não pode simplesmente me justificar dessa maneira, Ame. E seus amigos? Como eles ficariam? - disse a Dra. Han - jogando longe meus pensamentos e me observando com pesar.
- Eles ficariam bem, eles me amam e tudo ia ficar - respondi dando os ombros.
- mas e o seu amigo, o Jeon? - perguntou.
Eu paralisei, não falávamos o nome dele, não dizíamos nada sobre ele haviam meses, era melhor assim, eu me sentia melhor assim, toda vez que a doutora voltava no assunto eu dizia ainda não ser o momento, então porque raios ela o inseriu de forma tão repentina na história?
- O que tem ele? - respondi imediatamente demonstrando nervosismo.
O alarme tocou.
Sim, era o fim da sessão.
Despedi-me da doutora e saí o mais depressa, antes que a mesma pudesse argumentar qualquer coisa.
Eu não poderia lidar com aquilo seria demais para mim.Eu havia marcado de me encontrar com Alicia e Namjoon pós sessão, íamos ao cinema o documentário da nossa banda favorita estava estreando.
Os avistei de longe, tão perceptíveis Alicia tinha cabelos loiros e longos, branca, 1.66, uma mecha rosa no cabelo que segundo ela era nova moda mas eu não entendia, a mesma de sempre. Jimin ao seu lado com 1.74, cabelos loiros, pele bem clara, namorava Alicia desde o colégio, os dois eram inseparáveis, bem pelo menos era o que achávamos.
Namjoon sempre impecável com seus ombros largos 1.81 de altura e sempre sorrindo, era incrível, observando seu relógio compulsivamente, provavelmente falaria algo sobre meu atraso, enquanto isso Rachel tentava acalma-lo, os mesmo de sempre, mas diferente ao mesmo tempo.
Rachel combina perfeitamente com o Namjoon, a altura dela dava nos ombros dele, cabelos longos e cacheados, eles eram perfeitos juntos.Eles eram meus amigos, meus confidentes mas nenhum deles imaginava o que realmente estava acontecendo comigo.
Apesar de não tocarmos no assunto proibido eu via em seus olhos a compaixão e o medo sobre mim, então para não preocupa-los certos pensamentos eram cativos.
Enquanto eu os observava de longe, eu sentia meu rosto quente e as lágrimas rolando em meu rosto, enquanto a voz da dra Han ecoando em minha mente dizia "e os seus amigos? Como eles ficariam?"
Então eu respondi a mim mesma "eles não precisam de mim"
Eu me sentia sozinha, era como se ninguém, nem mesmo Alicia, sendo minha melhor amiga compreendia, nem a doutora Han, nem ninguém.
Eu só queria ele comigo, eu sentia falta dele, eu sentia falta dele todos os dias, eu já sentia falta dele antes dele partir, eu já sentia falta dele antes de conhecê-lo, esquecê-lo era como tentar conhecer alguém que eu nunca vi. Isso fazia cada célula do meu corpo doer, como se fossem vidros cortantes, ele me deixou em pedaços e eu não tenho estruturas para juntar os cacos, pois minhas mãos estão sangrando por tanto tempo que eu não quis deixá-lo partir.
Era desesperador.
Era sozinho.
Era doloroso.
E eu precisava me libertar daquilo.
Eu fui tomada por algo tão violento e brutal que me fez perder a noção do juízo e do senso comum.
Então eu atravessei a avenida 6, a caminho do cinema.
Um clarão.
"AMES"
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FIND MYSELF
FanfictionTodos nós já nos perguntamos alguma vez "quem eu sou?" "Para onde eu vou?" "Qual meu propósito na terra?" "Qual intuito de eu estar aqui?" Bem, eu não tenho as respostas para essa pergunta, porque eu também estou em busca delas. Entretanto eu te con...