A Briga

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O Natal estava chegando e eu não podia dizer se melhorei ou piorei já não que pra mim ainda era o mesmo de antes, ultimamente eu mal falo com jungkook, não nos tocamos mais perece que ele é só uma pessoa com que eu divido apartamento, sei que bem no fundo todo amor que tenho por ele está lá mas está coberto por raiva, tristeza e mágoa, tudo está completamente ruim.

Acordei e olhei para aquela manhã fria, a neve caindo sem parar, olhei pelas enormes janelas de vidro e lembrei que ela não veria o papai Noel do shopping, ela não usaria a roupinha que comprei pra ela, ela nem ao menos estava ali, os sonhos que eu tinha sobre a Suzy estavam aumentando e isso me deixava mais recluso. Hoje revivi o pior dia da minha vida logo agora que tinha parado de tomar os remédios. Me enrolei no lençol olhando aquela neve cair junto com algumas lágrimas mas quando me dei conta logo limpei e me levantei seguindo para mais um dia.

Com meus casacos quentes sai do quarto indo comer algo na cozinha e dando de cara com jungkook, tentei agir normalmente ignorando sua presença ali.

- Jimin Já passou dois meses vai continuar me ignorando? - perguntou jungkook e eu bufei.

- Agora não jeon - peguei a garrafa de leite.

- Você ainda me ama ? - aquela pergunta me fez olhar diretamente pra ele e quase deixei a garrafa cair.

- O que? Sério? Não é hora. - coloquei no balcão.

- Ah é, e quando vai ser ? Porque você nem olha mais na minha cara, desde aquele dia. - eu queria dizer que o amava mais que ontem e menos que amanhã mas eu não conseguia.

- Não fala disso.

-  Eu também perdi ela jimin, também estou sofrendo, sinto que falta uma parte de mim todos os dias mas ela se foi e a gente ficou, temos que seguir, ela iria querer isso. - falou ele fazendo meus olhos encherem de água.

- NÃO, eu não tenho que seguir, ela não teve nem tempo pra abrir os olhos, quem dirá ter opinião. - apontei o dedo na cara dele com raiva.

- Eu amo você jimin, mas você tá tão distante e isso machuca, se você quiser que eu vá eu vou, mas se não por favor me diga, podemos melhorar juntos. - eu já estava cansado de tanta pressão, e eu não me dou bem com ultimatos, eu não podia prender jungkook nesse poço junto comigo porque eu não faço ideia de como sair.

- Eu não vou mudar, não quero melhorar então acho melhor você ser feliz com outra pessoa, talvez uma que não vá te fazer passar por mais uma perda. - perdi minha vontade de comer e sai o mais rápido possível de casa entrando no Carro me sentindo tão mal, pior do que quando acordei.

Tinha que cuidar de algumas coisas na administração do restaurante então pra lá mas aproveitei pra fazer compras para casa. Cheguei e entrei direto para o escritório ignorando jin, me sentei na cadeira e liguei o computador.

- Ei não está com uma cara nada boa. - falou jin entrando, era a primeira vez que o vejo desde o ocorrido.

- isso é o menor dos meus problemas, preciso resolver umas coisas agora, pode pedir para que o Ed me traga uma garrafa de uísque? - pedi e ele não insistiu apenas concordou e saiu.

[...]

Passei parte do dia bebendo e trabalhando, ao todo acho que foi três garrafas, eu tinha perdido minha filha, meu namorado não tinha mais nada pra me importar, ouvi três batidas na porta e logo vi Jin entrar.

- Eu pedi para o ed trazer não precisava. - falei um pouco alterado.

- Eu trouxe água, você tá dirigindo, quer morrer ? - perguntou.

- não é uma má ideia. - tá eu podia estar um pouquinho bêbado.

- Não fala isso, você precisa de ajuda, de um psicólogo, está deprimido e isso tá acabando com você.

- e que porra você tem a ver com isso ? Tem como me deixar em paz ? -  falei um pouco alto.

- Eu sou seu amigo, quero seu bem, sei que dói mas  não é porque ela morreu que tem que viver assim pra vida toda. - aumentou também.

- Você não sabe de nada, você tem sua vida perfeita, você acorda todo dia e vê seu filho ali então não vem me dizer que sabe, que entende por que você não entende porra nenhuma, eu carreguei ela por 37 semanas, eu não pude ver seu primeiro dentinho, nem os primeiros passos, nem a droga do desenho favorito. Eu tenho todo o direito de está triste.

- Isso não significa que tem que ser um filha da puta,  que tem que tratar mau as pessoas por que elas não tem culpa, eu tô tentando te ajudar, taehyung está tentando te ajudar, até jungkook que perdeu uma filha assim como você e tudo o que você faz é machucar a gente, você não tem o direito. Quer ficar triste, fica, quer chorar, chora, quer ir pro fundo do poço, tudo bem mas não leve ninguém com você. - apontou o dedo na minha cara, ele tinha razão.

- QUER SABER VAI SE FERRAR, VOLTA PRA SUA PORRA DE VIDA PERFEITA E ME DEIXA, ESQUECE QUE EU EXISTO. EU TO EXAUSTO DE TUDO, DESSE SEU OLHAR DE PENA, DESSAS PALAVRAS QUE PARECE TER VINDO DE UM ROTEIRO, VOCÊ TEM TUDO JIN, TAEHYUNG TAMBÉM ENTÃO SE EU TIVER MACHUCANDO VOCÊS, SAI DE PERTO DE MIM PORRA. -  Joguei tudo no chão quebrando tudo e o empurrei para ele sair da porta, andei pela cozinha olhando pelos olhares assustados e entrei no Carro acelerando e saindo.

Vi Jin correndo para a porta pra tentar me impedir mas já era tarde, eu não ia voltar pra casa eu iria fazer o que tô com vontade a séculos, eu iria sumir. Decidi ir a um lugar que eu não vou a anos, uma pequena cidade me Maryland, na casa onde eu fui muito feliz.

Primeiro comprei uma enorme garrafa de água e tomei pra ficar um pouco menos bêbado, segui viagem, era apenas 3 horas de viagem dependendo de como eu estava correndo, e eu não estava correndo pouco, mas não iria me matar ou matar ninguém.

Fiz algumas paradas para fazer xixi mas logo continuei e quando cheguei até lá e estacionei o carro deixando meu celular desligado dentro dele eu entrei, de longe eu podia ver a casa na árvore meio velha mais intacta.

A casa não era feia, mas estava muito tempo sem ser usada, um pouco empoeirada, liguei a chaminé vendo a neve cair e fui direto para o bar do meu pai pegando alguma garrafa ali é tomando quieto.

Por meio da janela eu via a casinha e como ela fazia me sentir em casa, bem  e indestrutível porque eu era um príncipe. Levantei com uma garrafa de vodka na mão e andei até lá com uma lanterna, já estava escurecendo quando cheguei, subi os degraus e olhei todos os meus desenhos velhos, brinquedos e fotos.

- queria que estivesse aqui mãe. - falei com a foto. - pra me fazer não sentir mais essa dor. - tomei mais um longo gole. - eu deixaria essa casinha perfeita só pra você filha, sinto sua falta. - comecei a chorar largando a garrafa e acabando de deixar a lanterna cair la embaixo quando tentei me mexer ali dentro. - merda - falei sabendo que teria que descer ali de novo por não enxergava nada e foi quando eu pisei em falso e senti meu corpo todo pesar e cair da árvore.

Vendo tudo ficar escuro.

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