Eu apenas não consigo apreciar

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Dixie narrando

Acordo assim que escuto o despertador tocar, anunciando que são 5h da manhã.

Esse foi o único horário que conseguimos para o nosso vôo de volta pra L.A.

Observo minhas malas já prontas ao pé da cama e resolvo me levantar sem mais delongas.

Entro no box do banheiro e tomo um banho bem gelado pra não parecer uma morta viva andando por aí.

Eu estou com uma sensação de que essa semana será incrível. Não sei porquê, mas...eu simplesmente sinto isso.

Me visto rapidamente e olho no relógio vendo serem 5h30m.

Saio do quarto enquanto ainda penteio meu cabelo e vou até o quarto de Charli pra ver se a mesma já está acordada.

Ao abrir a porta de seu quarto, escuto o barulho de água caindo no banheiro então deduzo que ela já está tomando banho.

Vou até o quarto de Noah para verificar se ele também já está acordado e abro a porta.

O único problema foi que eu não bati antes...

Assim que abri a porta, pude sentir um arrepio pela minha nuca e pescoço que me fizeram passar a mão pelo local.

Para a minha sorte ele só estava sem camisa em frente ao espelho. Eu já tinha visto Noah sem camisa, mas nunca tinha percebido no quanto ele é... Gostoso.

Tento disfarçar seja lá o que eu esteja sentindo e torno a olhar para seu rosto que parece me encarar pelo espelho.

Noah veste uma camisa preta e se vira para mim.

- Precisa de algo senhorita Do Milho?
- Noah pergunta em tom provocativo.

- Só precisava saber se você já estava acordado senhor Neck - rebato sua pergunta.

- E agora já sabe que eu estou - ele diz com um sorriso ladino.

- Está me expulsando? É isso mesmo?

- Claro que se quiser ficar aqui e me observar enquanto eu me arrumo não tem problema.

Ando até a cama e pego um travesseiro qualquer, arremessando logo após em sua cabeça.

Ele ri da situação e antes que ele jogue um travesseiro em mim também, eu saio de seu quarto.

Termino de me arrumar em meu quarto e puxo as minhas duas malas até o corredor.

Charli e Noah saem de seus quartos na mesma hora que eu e como não sou besta, desço as escadas com apenas uma das minhas malas que por sinal estava bem pesada.

Mas como eu não tinha certeza se algum dos dois traria minha outra mala pra baixo, eu fui até a cozinha, e pedi para meu pai fazer isso.

- Porque você está levando duas malas? - ouço Charli perguntar atrás de mim, da porta da cozinha.

Pego um pedaço de bolo que já estava partido e me sento em uma das banquetas.

- As garotas me pediram pra levar algumas coisas pra elas - minto.

Na verdade, em uma das malas vão apenas sapatos.

Sabe como é... eu não posso viver sem os meus bebês.

Mas até que não é totalmente mentira, já que estou levando alguns presentinhos pro pessoal.

Charli e minha mãe me olham com olhares desconfiados e Heidi logo se manifesta.

- Aposto que uma das malas tem apenas sapatos - ela diz.

- Eu não vou nem apostar. Sei que você está certa sobre isso - Charli comenta rindo.

Noah e meu pai que provavelmente estavam colocando as malas no carro, se juntam a nós e " começamos " a tomar o café da manhã.

Começamos entre aspas porque eu já estava comendo faz tempo.

- Não esqueçam de mandar mensagem todos os dias - minha mãe diz.

- Literalmente todos os dias - Marc completa.

[...]

Depois de comer nós nos despedimos da minha mãe e dos cachorros.

Inclusive, a traiçoeira da Callie preferiu Noah do que a mim e a Charli.

Marc nos levaria até o aeroporto, então não fazia sentido nos despedirmos dele.

Mas, quando chegamos no aeroporto,meu pai não pôde esperar que nosso vôo fosse chamado porque ele tinha uma reunião.

Nós três nos sentamos nas cadeiras que haviam lá para esperar, depois de fazer todos os procedimentos necessários.

Eu estava quase cochilando quando Noah me cutucou com seu cotovelo.

- O que foi?

Ele apenas apontou com seu queixo na direção de um grupo de pessoas, da mesma forma que eu fiz quando estávamos no restaurante.

Nesse grupo de pessoas haviam garotos e garotas e estavam agindo da mesma forma que aquelas meninas do restaurante, mas eles estavam olhando para mim...

- Até as garotas querem você. Porque os caras não me querem? - ele pergunta como um bebê.

- Não sei porque. Mas eu estou de olho naquele cara bem ali na lanchonete. Ele é um gato - digo encarando o garoto.

De repente, sinto meus olhos serem tapados e Noah me abraçar enquanto ainda estamos sentados.

- Agora ele não é mais um gato - ouço Noah dizer.

- É sim. Eu apenas não consigo apreciar.

Rio e acabo relaxando nos braços dele.

●●●
Continua...

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