Capítulo 1 - FLOR MORENA

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Apaixonado pela flor de sabugueiro não sabia se quer sonhar, imaginava um mundo diverso, muitas flores a desabrochar. Um dia me perdi num jardim desarrumado, seco e feio, estava morrendo sem cuidados e sem amor. De repente ao longe avistei um coisa estranha, por trás de umas pedras um arbusto que estava verde, corria o som de aguas, será uma nascente cristalina?

Corri sem mesmo pestanejar, pois queria ver o que tinha naquele lugar, e quando lá cheguei tamanha surpresa tive ali, pois meus olhos brilharam, minha voz sumiu, nunca tinha visto tamanha formosura. Havia no meio daquela nascente, embaixo de uma cascata, pele morena, cabelos negros, cintura fina, quadril acentuado, bumbum empinado, uma flor morena se banhando no meio daquele oásis, bem ali naquele jardim medonho que a morte chamava.

Fiquei de longe observando, nunca tinha visto tal criatura, era mesmo uma belezura, e quando mais meus olhos queriam ver, mas ela se jogava na agua a brincar rodopiando e dançando até que começou a cantar, aquela melodia, a sua voz me enfeitiçava, parecia uma sereia sedutora.

Naquela altura, com o sol caindo, de sono eu adormecia, e ela muito agitada correu e logo se vestiu, fechou-se em um botão e estática também adormeceu. Não entendi o que aconteceu, foi como se fosse um sonho apenas, mas um sussurro ouvi, criaturas da noite estavam chegando e corri saindo dali o mais depressa que pude, e quando cheguei finalmente em casa, não pensava em outra coisa a não ser naquela flor morena que me encantou com sua belezura negra, que só podia ter vindo da África para as bandas de cá.

Mal o sol nasceu, eu já estava de prontidão, queria voltar aquele lugar sem demora, não queria acreditar que era um sonho, nem tão pouco que estava louco, pois sabia o que vi, e sentir que tudo foi real, tão real que pretendo mais uma vez colocar meus olhos naquela linda flor morena.

Terminei todos os afazeres rapidamente pois queria muito procurar aquele jardim secreto, assim coloquei o nome, queria tudo entender, pois não havia de ser um sonho, eu sei o que e por quem me apaixonei, meus pensamentos estavam perdidos em meus sonhos, nunca mais haveria de esquecer tal criatura que Deus criou. Então certo de encontrá-la novamente estava a procurar ali e acolá, e novamente um canto ouvir ao longe e seguindo aquela sublime voz de novo o arbusto avistei, junto com ele aquela pedra e o som das águas, que mais aprecia uma fonte dos desejos, dos meus desejos. Então me aproximei de mansinho, e de repente eu a vi, sentada embaixo de um pé de maçã, sozinha a cantar, pareceu-me tudo mágico. Arrisquei-me e balbuciei:

- Oi!

Mas ela, tomou um susto e se escondeu atrás da árvore dizendo:

- Oi, quem é você?

- Sou Candinho! e você quem é?

- Sou a Florena, muito prazer!

- Você vive aqui sozinha neste lugar?

- Sim, estou estou plantada aqui.

- Plantada, como assim?

- Plantada, horas! não percebeu? sou uma flor!

- Sim, a flor mais linda que já vi!

Respondeu Candinho cheio de amor.

- E você o que é?

- Eu sou um humano, moro do outro lado desse jardim.

Assim, ficaram conversando toda a tarde, tudo que Candinho queria era que aquele dia não acabasse, mas de repente o sol começou baixar e uma sombra se aproximar, era a noite chegando de mansinho. Florena rapidamente levantou-se e fazendo uma posição estática se despediu com um sorriso no rosto dizendo:

- Amanhã venha me vê!

Candinho não entendia porque ela ficou assim, chegou mais perto, tocou-lhe e sentiu um frio arrepiar todo o seu corpo. Florena estava congelada, petrificada, em seu peito Candinho sentiu uma dor que não conseguia entender. Correu pra casa com aquele episódio em sua mente, não podia entender o porquê que aquilo acontecia com ela, uma criatura tão bela e tão frágil, naquele momento tudo que poderia fazer era dormir, e no dia seguinte voltar ao jardim secreto que agora acreditava ser encantado só pra ver o momento em que Florena iria despertar. 

O JARDIM ENCANTADO DE FLORENAOnde histórias criam vida. Descubra agora