Capítulo 4

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Minha vida inteira foi dedicada a cuidar de Natsu e servir à casa Haiba. Mas servir nunca foi um sacrifício para mim. Apesar da idade, nunca me apaixonei por nenhuma das jovens que também serviam a casa. Nunca toquei ou tive o interesse de tocar uma mulher daquela forma.

— Não seja louco, Hinata. O que está fazendo?

Pela primeira vez ele chamou meu nome e eu estremeci diante do tom cada vez menos humano.

Continuei tocando aquela região por cima dos tecidos. Estava me sentindo estranho. Desde muito tempo, pela curiosidade quando era garoto, descobri o que eram os prazeres da carne, e até já havia feito aquilo comigo mesmo algumas vezes. Mas, apesar de saber o que era aquilo, fazer com outra pessoa realmente era diferente. Me sentia um pouco sem jeito e piorou quando percebi que Tobio me olhava diretamente.

— Você precisa tornar alguém sua "n-noiva", não é? — perguntei, me amaldiçoando mentalmente por ter enrolado logo ao tentar pronunciar aquela palavra.

Já tinha escutado falar de nobres de terras distantes que eram conhecidos por terem um gosto peculiar em rapazes. Quando estava ainda me tornando um homem formado, Lev me contou que conheceu um em suas viagens e que ele usava seus servos como noivas. Não sei como é possível algo assim, mas se a prática já existia, sei que iríamos encontrar um jeito.

— Você não sabe o que diz.

Tobio falou, deixando a cabeça cair contra a parede, encurtando mais a distância entre nós. Ele parecia perto do limite de consciência.

— Precisamos fazer isso rápido — falei.

Levei minha mão até a barra da camisa que ele usava, levantando, e adentrei minha mão por debaixo dela, chegando até os cordões de sua calça. Afrouxei os nós com dificuldade por estar usando apenas uma mão.

— Você está mesmo pensando em...?

Toquei a pele desnuda de seu ventre, descendo meus dedos um pouco mais, até que pudesse envolver aquele membro e puxá-lo para fora das vestes. Ele soltou a mão que prendia contra a parede, espalmando a dele próprio ali. Com ambas as mãos livres, usei a que não o tocava para tirar as roupas dele do caminho.

Abaixei a calça e levantei sua blusa o suficiente para que pudesse ter uma boa visão do que estava ali embaixo. Ele não estava completamente duro, e mesmo assim era maior que eu. Ele inteiro era maior que eu.

— Não se arrependa depois — ouvi ele falar.

Senti os braços de Tobio ao redor de meu corpo e ele me levantou como se eu fosse um saco qualquer de trigo, me colocando sobre o ombro. Com o susto me agarrei em seu corpo, tentando não cair. A água que ele usava para cuidar do meu ferimento antes caiu no chão. Vi a bandeja com as frutas ter o mesmo destino, mas dessa vez foi Tobio quem propositalmente a arremessou sobre o piso.

Caí contra os lençóis da cama, só então percebendo o quanto eram delicados e cheirosos. Mas não tive muito tempo para olhar o que estava a minha volta. Tobio subiu em cima de mim, ainda respirando pesado e com as pesas à mostra. Suas mãos desceram até minha calça, retirando-a de forma apressada. Me senti ainda mais vulnerável ao estar completamente exposto daquela forma.

Ele fez o mesmo com suas próprias roupas, terminando de retirar cada uma das peças. Quando vi seu dorso livre de tecidos, pude perceber o quanto estava ferido, com arranhões e manchas roxas por toda parte. Enquanto ele retirava a calça, toquei um arroxeado maior que havia sobre seu abdômen.

— O que foi tudo isso? — perguntei.

Ele parou quando todas as suas roupas já estavam sobre o chão, parecendo um pouco mais calmo.

Big bad wolfOnde histórias criam vida. Descubra agora