9 | 𝐍𝐞𝐞𝐝 𝐭𝐨 𝐫𝐞𝐥𝐚𝐱

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— VOU ter que desenhar, porra - falo nervoso arrancando um pedaço de papel do bloco de notas e Paula puxa papel da minha mão, tentando controlar minha impulsividade — É um comercial de perfume, por que eu estou vendo um cavalo na minha tela? Só me...

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VOU ter que desenhar, porra - falo nervoso arrancando um pedaço de papel do bloco de notas e Paula puxa papel da minha mão, tentando controlar minha impulsividade — É um comercial de perfume, por que eu estou vendo um cavalo na minha tela? Só me diz isso

Massageio as temporas quando ninguém na sala me responde e fica todos olhando com cara de paisagem pra mim. Eu realmente estava tentando me esforçar para não gritar aqui. Eu não sou uma pessoa difícil no trabalho e nem me irrito por qualquer coisa. Tento sempre tirar dúvidas e ajudar em alguma coisa, a prova disso é a Paula que chegou aqui não sabendo nem mexer na impressora, agora ela está quase tomando meu lugar. E eu tô a beira de deixar

— O senhor pediu algo mas do campo, isso não inclui cavalos? - Zac pergunta com rosto confuso e eu cruzo os braços

Eu pedi tudo, menos o que foi me mostrado. Era como se o perfume fosse feito para animais de tantos cavalos que aparecia. E pelo visto o brifing que eu tinha feito com todo amor não serviu de muita coisa

Sento na cadeira e abro a pasta que Paula me estica, recomeçando todo o trabalho, sabia que eu teria que fazer reciclagem dessas imagens, senão Robert me mataria se soubesse do orçamento que gastaria para contratar modelos e locomover a equipe para o local

— Pessoal, eu quero isso o mais rápido possível. Eu já enrolei o cliente por uma semana, mais do que isso eu perco meu trabalho e levo todo mundo pro desemprego comigo e acho que ninguém quer isso – falo me levantando e todo mundo balança a cabeça negativamente murmurando uns para os outros — Ótimo

— Estresse não combina com, senhor – Paula me segue quando saio e aperta o botão do elevador — Só deboche, e um pouco de mal humor, talvez também galinhagem

Olho pro lado a encarando para que calasse a boca, e ela pigarreia endireitando a postura

— Precisa relaxar

— E eu vou, você não faz ideia – respondo indicando com a cabeça para que ela entrasse no elevador primeiro, e assim fez

Quando cheguei a minha sala novamente, bebi um copo de bourbon, esticando o corpo, e saí novamente, mas dessa vez fui até a sala de Robert. Eu sabia que já tinha dado o horário de Kathryn ir embora, e eu iria arrumar uma desculpa para saber o endereço dela, ou pelo menos a faculdade. E ele seria ótimo, porque não desconfiaria

— Boa tarde, Robert - digo cordial, depois do mesmo sinalizar para que eu pudesse entrar

— Tudo bem, Harry?

— Tudo ótimo – a ponto de melhorar, e resolvi cortar todo o papo furado - Então, estou precisando de alguém para cobrir a licença da Paula, só que eu nunca acho alguém adequado. E como eu sei que você confia na senhorita White, queria saber se por acaso alguém da turma dela esteja disponível para um estágio também – digo calmo, sem parecer desesperado e ele balança a cabeça confirmando — Ela já deve ter ido, mas eu precisava resolver isso urgentemente, você sabe né – sorrio, e ele faz o mesmo

— Entendo, mas devo te dizer: alguém igual a senhorita White você não vai encontrar – fala sorrindo de um jeito malicioso e eu tento retribuir só para disfarçar minha cara de nojo

— Senhorita Hunt vai fazer cirugia? Ela está doente? – pergunta um pouco preocupado e eu balanço a cabeça negando

— Não, ela vai fazer... Plástica – falei a primeira coisa que pensei, e que não ficasse tão estranho, e Robert junta as sobrancelhas — Silicone

— hm. Então tá bom – balançou a cabeça depois de me encarar por um segundos — Mas enfim eu acho que tem sim, ela estava me falando hoje sobre uma colega de classe. Acho que se chamava Ashlyn

O nome pouco me importava

— Mas eu entrego o endereço e telefone do local no RH pra você ver se marca algumas entrevistas - diz e eu me adianto falando que não precisava

Inventei que eu gostava de fazer minhas próprias seleções e ele nem pareceu ligar muito. Robert escreveu o endereço no papel e me entregou de forma fácil e rápida, me desejando boa sorte. Mas mal sabia ele que Paula não iria tirar licença nenhuma

— Hunt, vai pra casa. Tira o resto do dia de folga –  falo passando pela mesma que apenas concorda

— Harry eu já tinha pedido para ir embora mais cedo hoje – me lembra e de repente eu lembro que era verdade

— aé, então tchau - respondo e ela faz cara de confusa, mas não me diz mais nada. Apenas da de ombro pegando sua bolsa  — Amanhã o dia vai ser longo

  Vou pra casa e fico jogando tempo fora com Keith que ficou me fazendo muitas perguntas sobre a Kathryn e o dia em que ele quase deu uma de voyeur

Quando deu oito horas, eu tinha terminado o banho e passo colônia pelo corpo. Escolho uma roupa casual, e pego as chaves do carro, dirigindo até não muito longe daqui. Eram nove da noite e por esse horário que a aula da Kathryn acabava, não que eu tivesse pesquisado. Esse era o horário padrão de muitas universidades, e só passavam quando queriam ficar estudando para alguma prova. O que comigo era quase sempre, mas torcia para que Kathryn não estivesse que fazer este esforço hoje

Estaciono na porta e desligo o motor. Olho no meu relógio de pulso e marcava nove e quarenta quando a vi sair acompanhada de uma mulher e um homem. Os três riam e quando chegou na calçada cada um foi para um lado. Kathryn arrumou a mochila e ficou em choque quando me viu encostado na porta do carro

Ela caminhou rápido até mim e parou na minha frente

— Tá fazendo o que aqui? – diz encolhendo os ombros — Aliás, como sabe onde eu estudo?

— Tenho meus contatos – dou de ombros e abro a porta do veículo — Vim te buscar

— Pra ir onde? – pergunta cruzando os braços mas eu apenas indico com a cabeça para que entrasse no carro — Não vou entrar, vai que você me sequestra e me mata

— Entra logo, antes que tudo o quero fazer com você seja em público

𝐖𝐈𝐒𝐇𝐋𝐈𝐒𝐓, Styles | concluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora