Feito um pai babão

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Jeon Jungkook era um homem que já havia visitado muitos países, visto gente de muitas culturas diferentes e estado em lugares que até mesmo seu Pai duvidava, mas o endereço de uma escola de ensino infantil nunca esteve no GPS até aquele dia. Porém não havia nada que Jimin pedisse sorrindo que Jungkook faria chorando.

E obviamente o carro esporte de luxo com um homem estonteantemente lindo e trajado de um terno de grife chamaria atenção parado ali. Não que ele se sentisse incomodado com todos os olhares que recebia, até gostava de ser o centro das atenções, mas desde que conhecera Jimin todo esse status já não era tão atrativo.

Mais alguns minutos escorado no capô do carro com os braços cruzados e logo o sinal tocou e crianças começaram a sair. Uma garotinha de olhos pequenos, longo cabelo preto e sorriso fácil veio correndo em sua direção.

ㅡ Jungkookie, oi! ㅡ falou animada sorrindo com os olhos. ㅡ Não esperava te encontrar aqui!

ㅡ Seus pais vão precisar ficar até mais tarde no trabalho e o Tae está viajando então hoje a noite é nossa. ㅡ se abaixou para ficar na altura da menina e fazer contato visual. ㅡ O que acha?

ㅡ Legal! Eu gosto de você! ㅡ jamais pensou que se abalaria por uma criança de nove anos mas Sunny tinha esse dom de derreter Jungkook.

ㅡ Então vamos, pequena humana, temos muito o que fazer!

Depois de dar a partida no carro luxuoso, Jungkook e Sunny seguiram para o shopping, onde foram ao cinema, tomaram sorvete e o Jeon acabou comprando quatro pares de tênis para a garota, todos do mesmo modelo e em cores diferentes porque ela não conseguiu se decidir sobre qual havia gostado mais. Já conseguia ouvir o berreiro de Jimin.

O sol já havia sumido a bastante tempo e no rádio do carro soava a música de um girl group qualquer. Sunny cantava a melodia enquanto Lúcifer mantinha seu olhar fixo na via movimentada.

ㅡ O que acha de pedirmos pizza para o jantar, Sunny? ㅡ perguntou e olhou brevemente pelo retrovisor.

ㅡ É uma boa ideia mas não sei se o papai ficaria feliz com isso. ㅡ disse pensativa.

ㅡ Eu me entendo com seu pai, não se preocupe.

ㅡ Gostei de ficar com você. ㅡ concluiu ela, se dirigindo para o meio do banco de trás do carro para ficar mais próxima do homem. ㅡ É engraçado como as pessoas pensam que você é meu pai. Mas seria muito legal se por alguma estrela cadente você virasse meu terceiro pai.

ㅡ Sério, é? ㅡ indagou risonho. ㅡ Você definitivamente não iria querer um pai como eu, acredite, não sou tão bom assim.

ㅡ Eu vejo luz em você. ㅡ e sua mente pareceu parar de funcionar por um momento.

Crianças eram seres imprevisíveis e por isso tão fascinantes. Desde que Jimin apareceu em seu caminho tudo ficou confuso mas com o passar do tempo e aproximação, e percebeu a simplicidade com que aquela menina de nove anos via o mundo foi capaz de entender parte do que sentia. Claro que sem seu terapeuta não teria andado nem metade do trajeto percorrido, mas Sunny também o ajudou indiretamente.

No inferno as almas eram atormentadas, carregadas de culpa e estavam destinadas a passar a eternidade se definhando na própria angústia. Quando decidiu vir para a Terra era apenas um período de férias. Mas se não tivesse gostado tanto ficado de vez não teria conhecido seus novos amigos, muito menos teria se apaixonado por Jimin e agora estaria com aquelas almas infelizes se afogando em seu próprio desespero.

Quando chegaram em casa, Sunny foi tomar banho para o jantar e Jungkook ligou para Taehyung, pois precisava de alguém para o ouvir lamuriar seus sentimentos novos.

ㅡ Eu dei a ela quatro pares de Balenciaga e também queria comprar uma daquelas pistas legais de carrinhos mas decidi esperar até o Natal.

"Você nem comemora Natal, Jungkook!" ㅡ Taehyung exclamou do outro lado da linha. ㅡ "Além de bobo apaixonado agora você também age como um pai babão".

ㅡ Meu Pai fez isso comigo quando colocou o Jimin no meu caminho e exatamente como no plano dele eu me apaixonei, perdi toda a minha pose de diabo mal.

"Você nunca foi mal, Luci, era só… amargurado. Agora você está meloso 'pra caralho mas pelo menos seu sorriso passou de debochado e sarcástico para verdadeiro". ㅡ Taehyung sorria do outro lado da linha.

ㅡ Acha que o Jimin vai me escolher? ㅡ disse o Jeon receoso.

"Só o tempo irá dizer."

Depois da chamada com Taehyung, Jungkook voltou toda sua atenção a Sunny mais uma vez. Pediram pizza e depois de comer foram desenhar, brincadeira que terminou com as tatuagens de Jungkook coloridas com canetinhas com aroma de frutas.

Já era tarde quando Jimin finalmente chegou, cansado e tudo que ansianva no momento era tomar banho e se jogar em sua cama porém algo lhe chamou atenção. No sofá, Jungkook dormia com Sunny deitada em seu peito. Os dois ressonavam baixinho e estava além da capacidade de Jimin os acordar então apenas deixou um selar na testa de Jungkook, outra na bochecha da filha e seguiu para seu quarto com um sorriso no rosto.

Era a melhor cena que poderia presenciar depois de um dia cansativo.

When the devil fell in loveOnde histórias criam vida. Descubra agora