Are you here to punish me?

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POV KAI

Sinto uma dor no meu pescoço assim que levanto a cabeça lentamente. Meus olhos focam e vejo que estou em um bar, com uma música ruim tocando no fundo, tento me mexer e noto as correntes em volta do meu corpo...claro...

- Agora que você está mais calmo, podemos conversar.- Bonnie aparece no ambiente vazio, a encaro tentando encontrar um meio de sair dali.- Você disse que peguei sua mágia, como? Eu não sou um sifão e você sabe disso.

Mantenho meus olhos nela e analiso seu corpo, fico calado e ela arqueia as sombrancelhas, dou um sorriso de lado, seu olhar se mantém no meu olhos e a encaro até o momento em que ela abaixa a cabeça.

- Então não vai falar nada?- Ela se aproxima com um olhar bravo e cerra os dentes, ela coloca uma luva e pega um ramo de verbena.

- Hmm...Você vai me castigar?- Sorrio flertando.- Porque isso é bem excitante.

Ela revira os olhos e se aproxima mais de mim, passa o ramo no meu rosto e minha pele queima como se houvesse derramado ácido nela, travo meu maxilar e prendo a respiração, tento ignorar a dor.

-Fale Kai...ou podemos ficar assim o dia todo.- Ela cruza os braços e me encara, solto uma gargalhada e suspiro alto tentando recuperar minha pele da queimadura causada pela verbena.

- Vamos lá Bon...você consegue algo melhor que isso.- Vejo sua expressão ficar dura e sorrio instantaneamente.

- Eu estou tentando ser legal Kai...coopera.- Fico sério olho para o chão.

- Você não tem amor próprio Bonnie...- Falo e a vejo engolir seco.- Você não sabe a hora de desistir...eu não quero você, eu estava ótimo antes de você aparecer de novo.

- Eu sei que não é verdade o que está dizendo, você está sem humanidade... não vai me afetar.- Ouço suas palavras e faço cara de dó, solto uma risada e ela senta na cadeira de frente para mim.

- Você é tão ingênua...eu nunca senti nada por você, eu não pude ser quem eu sou com você por perto...- Levanto meu tom de voz.- eu quero matar você agora e você não está nem preocupada.- Grito nas últimas palavras.

- Já chega.- Ela grita e levanta jogando a cadeira para o outro lado da sala.

Ela vem até mim posicionando suas mãos em minha direção, minha cabeça dói como se fossem um milhão de balas passando por ela, a dor não cessa, agarro forte no braço da cadeira e grito, minha respiração acelera e sinto sair sangue do meu nariz, Bonnie se aproxima mais de mim e dor aumenta.

- Ok...- Falo em meio aos grunhidos que solto de dor.

Ela para e sua respiração fica ofegante, tento controlar meus batimentos cardíacos e fecho os olhos para manter o foco.

- Quando você me tocou...no hospital Whitmore...- Abro os olhos e vejo suas esmeraldas brilhando, meu estômago pesa por alguns segundos, balanço a cabeça tentando focar em outra coisa.- Meu corpo estava...de alguma forma...aberto para você.

Engulo seco e recebo seu olhar com o cenho franzido.

- Eu senti um choque correr pelas minhas veias, você roubou minha magia e eu quero ela de volta.- Cerro meus dentes nas últimas palavras.

- Bonnie...- Uma menina loira de cabelos cheios aparece no local, reconheço ela imediatamente como sendo a menina da noite passada, mas ainda sim conheço ela de outro lugar, a ficha cai e me lembro dela.

- Liv...está tudo bem.- Bonnie vira as costas para mim.

Mais uma vez eu forço as correntes com toda minha força e consigo me soltar, corro em direção a Bonnie e aperto seus braços tentando recuperar minha magia.

Liv me joga para o outro lado da sala e assim que caio contra o chão arfo tentando me levantar.

- Eu conheço você... Olívia...- Levanto encarando Liv nos olhos e sinto meu corpo queimar de ódio, ela estala os olhos e sua respiração acelera.- Onde está Lucas?

- Malachai...- Sua voz sai em um sussurro.

- A última vez que vi vocês...eu estava tentando te matar.- Sorrio ao lembrar da cena dos gêmeos de 4 anos aterrorizados enquanto eu os caçava.

Bonnie me encara com um olhar assustado, se afastando de mim.

- Já que não consigo pegar minha magia de volta...

Corro até Liv jogando Bonnie para longe, pego os braços de Liv e absorvo sua magia enquanto ela grita de dor.

- Você não se importa que eu pegue né, você me deve isso por não ter morrido.- Seus olhos fecham e ela continua gemendo de dor.

POV BONNIE

Minha visão fica embaçada por alguns segundos até que consigo enxergar bem novamente, vejo Kai tomando a magia de Liv e penso rápido.

- Motus..- Afasto ele de Liv, que cai de joelhos no chão e desmaia.

Kai geme de dor tentando se levantar, quebro a cadeira e pego um pedaço de madeira e vou em sua direção, direciono minha mão até ele e ouço o urrar de dor, ele continua caído no chão.

- Você não está me deixando escolha...- Dos meus olhos caem lágrimas e meu peito dói.- Kai volta...por favor.

- Você... é ridícula.- Ele fala em meio às arfadas de dor e fecho os olhos me aproximando mais.

Continuo com a magia fazendo o sentir seu sangue virando ácido, sua mão agarra o chão e seus dedos racham o piso lentamente.

- Kai...por favor.- Fico de joelhos em frente a ele e levanto a estaca, choro em meio a soluços e engulo seco.- Eu amo você.

Desço a estaca no seu peito e sou arremessada para o outro lado da sala. Vejo Katherine tirar a estaca de Kai e o levanta, eles somem do lugar.

Tento controlar minha respiração e corro até Liv que continua desmaiada.

POV KAI

Sinto meu estômago pesar, minha pele ainda está arrepiada, as palavras de Bonnie ainda ecoam na minha cabeça, sinto todas as emoções voltarem de uma vez minha respiração acelera.

-... muito irresponsável...Kai.- As palvras de Katherine me acordam dos devaneios, a encaro e ela franze o cenho para mim.- O que há com você?

Não acho uma boa idéia que ela saiba que minha humanidade voltou, tento disfarçar, olho para o chão e franzo o cenho.

- Você está preocupada comigo?- Arqueio as sombrancelhas e ela cruza os braços.- Você não faz meu tipo Katherine.

Ela revira os olhos e bufa, me deixa na sala onde estamos em Whitmore e sai.

Preciso encontrar Bonnie... Bonnie, se Cade souber que minha humanidade voltou ele mata Bonnie, essa foi a condição.

Respiro fundo e tento pensar em alguma coisa, preciso fingir até que eu saiba uma forma de me desvincular de Cade.

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