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O que te move? Já se perguntou isso hoje?

O que em sua existência instiga, move, alimenta, é combustível para suas atitudes?

Uma essência crucial e diferente que atravessa cada ser da criação.

Para algumas pessoas é a fé, o que por muito tempo condenei e hoje me arrependo. A fé sempre foi a melhor arma contra nossos piores lados.

Para algumas pessoas é o amor, essas pessoas assim como ela, a pessoa que findou minha vida em antes e depois, são extremamente raras e têm o poder de marcar nossa existência como uma bomba atômica marca a mentalidade de um país.

Algumas pessoas, como eu, sempre foram movidos pela curiosidade e a necessidade de entender o mundo e seus porquês, o que é uma característica arriscada, duvidar de tudo para acreditar em algo.

Descobri que como o amor, a fé e a magia são propensos a descrença e isso valida muito mais o fato delas serem sorrateiras e agirem em nossa vida sem que percebamos.

Acho que a primeira vez que vi magia, mesmo que não tivesse percebido, foi quando cheguei à sala de aula no meu primeiro dia de trabalho.

A sala com exatos vinte e seis alunos no segundo ano do ensino médio do internato Saint Andrews.

Três fileiras com seis alunos em cada e uma com cinco. Tantos números, eu estava ficando obcecado com eles, com certeza.

- Igor Soleil.

- Presente - um timbre cantante ressoou aos meus ouvidos vindo do menino ruivo, com sardas espalhadas pelo rosto, ele trajava o uniforme do colégio.

- Lua Nobile - Uma garota tímida, de pele alva e cabelos preto, liso e cortado nos ombros levantou a mão.

- Lupita Adalwolf.

- Presente - respondeu uma garota animada de longos cabelos avermelhados e pele bronzeada, ela tinha o mesmo sobrenome que um garoto que havia chamado antes, qual era seu nome? Channing Adalwolf, provavelmente eram parentes.

- Maia Trispell.

- Presente professor - a voz aguda chamou minha atenção e eu desviei os olhos da chamada para garota, como fiz com todos os outros alunos para tentar aprender seus nomes, a garota de cabelos ruivo como cobre sorria, com os olhos espremidos e por alguma razão foi difícil parar de encará-la.

- Natalie Dash - essa era a única pessoa naquela sala que eu realmente conhecia, e posso considerar que ela tinha relação com o fato de eu ter começado a dar aula no instituto Saint Andrews, afinal como um professor recém formado sairia de uma cidadezinha do Kansas para dar aula no internato mais renomado do Reino Unido.

Natalie era negra e tinha longos cabelos cacheados pintados de roxo e rosa, ela era realmente muito bonita, não esperava menos da filha de Lana Dash,uma modelo inglesa que vivia nos Estados Únidos, ambas eram clientes do aras da minha família a muitos anos o que as tornou amigas e parte de nossa família.

A morena se debruçou sobre a carteira mostrando o decote do uniforme.

- Presente - ela respondeu sorridente e eu ignorei o fato dela estar tão confortável comigo naquela sala a qual eu não estava.

- Meu nome é Hugo Burhein e eu sou o novo professor de história de vocês, devido aos acontecimentos recentes. - falei enquanto escrevia meu nome na lousa.

- O senhor continuará dando aula de onde o antigo professor parou? - A garota de cabelos de cobre perguntou. Uma história macabra, Rhuan Tepes, que lecionava história aqui no colégio, havia sido encontrado morto na cavalariça do colégio, afastei o pensamento fúnebre e respondi a minha aluna de olhos verdes.

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