Me perdoa, parte 2

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Jade On

Era uma sexta feira com muito sol, sol radiante que queimaria minha pele perfeitamente se eu não tivesse aqui trancada no quarto. Como uma vampira que so sai a noite, mas para ser sincera, nem isso eu tenho feito. 

Hoje faz exatamente dois dias que meu irmãozinho havia falecido num acidente de carro, dois dias que foram uma eternidade, como se tivesse sido um ano naquele quarto. 

Eu estava sozinha. Literalmente sozinha, minha mãe foi para casa da Tia Sonia logo depois do enterro, meu pai havia sumido tambem. Eu não via nenhum dos dois desde o dia do enterro e eu estava agora, sozinha nessa maldita casa. Largada por todos, como se eu tambem não tivesse sofrido com a morte do meu irmão. Tolos! eu amava o meu irmão mais do que a mim mesma, e o que eu faria agora? 

Eu não tenho mais ninguem por quem lutar e viver. E o engraçado era, onde estava Beck? quando eu mais precisava do mesmo, ele não estava aqui. Claro, deve pensar que eu mereço, que mereço essa dor. Obvio, ele deixou bem claro que não me queria. 

Ele me humilhou! na frente de todos. Eu sinto odio dele, nojo. Ele acabou comigo, me machucou profundamente por não confiar em mim. Me chamou de louca, talvez eu seja mesmo uma. 

Uma louca! e loucos fazem tudo sem medo e sem olhar a quem. Fazem tudo que querem porque são doidos. E se eu era louca, devia ser como uma. 

Beck On

- Beck! levanta cara - dizia meu primo me puxando pelo pé 

- Sai daqui Marco - eu digo baixinho, querendo apenas dormir outra vez.

- Você precisa sair dessa - ele senta do lado da minha cama - Você ja ta aqui no Canadá a duas semanas e ainda nem aproveitou nada, so fica ai deitado pensando naquela garota louca lá.

- eu amo aquela garota louca - digo mais para mim mesmo que para ele.

- então perdoa ela! - ele diz

- eu ate queria, mas não posso. Não consigo esquecer o que ela fez.

- então prefere ficar ai se martirizando? - eu aceno com a cabeça - seu celular tocou mais do que o normal ontem - diz ele trocando de assunto.

- Deve ser o André - digo baixo

- Talvez - nesse exato momento o celular toca e o Marco me mostra a tela, vejo que ta escrito "Tori". Respiro pesado. Eu não queria atende-lá, ela tava recuperada, mas quase morreu por culpa da Jade e necessariamente minha culpa tambem. Eu ja havia falado com ela depois do incidente. Mas foi algo rapido. O celular para de tocar e eu dou graças a Deus. - Ela deslig... - Marco nem terminou de falar e lá estava o celular tocando outra vez - melhor atende.

Pego o celular da mão de Marco.

-Aló? - falo seco

-Beck! Finalmente atendeu - ela pareceu aliviada - preciso falar com você urgentemente

-to ouvindo

- E sobre a Jade -  aaah não, não queria ouvir nada sobre ela, já bastava a falta que eu sentia dela - não foi ela

-não foi ela o que?

- que me machucou - o que? como assim? - foi a Trina, minha propria irmã. Jade não teve nada haver com isso.

- O que que você ta falando? - me levanto da cama, afinal, que papo era esse agora.

- Perdão Beck. Me desculpe, eu so soube ontem e quando te liguei você não atendia.

One story a day- Bade- Jade e BeckOnde histórias criam vida. Descubra agora