CASO DE MORTE

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José Carlos de Farias, um homem que repentinamente ficou bilionário, faleceu e deixou seu dote para trás. Por algum motivo praticamente nenhum de seus familiares queriam receber a fortuna, dos quase cinquenta, apenas seis quiseram receber o dinheiro de graça. José propôs um desafio: "Escolherei um desafio que só será revelado para aqueles que aparecerem em minha mansão no sexagésimo dia após minha morte às oito da noite".

Dwight, o seu sobrinho mais velho, um homem de trinta e dois anos, alto, careca e repleto de medo, todos diziam que a casa do seu velho tio é amaldiçoada, mas Dwight não quis dar ouvidos, não por não crer, mas por que isso o acalma.

David, o seu neto, um homem de vinte e sete, órfão desde novo, tamanho médio, musculoso e estressado, não conta tempo para resolver algo na força. David sabe que isso é tudo baboseira, se sobrenatural existisse, teriam provas disso, ele é burro, mas não tanto.

Meggaby, ou Meg, uma de suas sobrinhas, o rosto repleto de plásticas, cabelo perfeitamente loiro e alisado, todos que não possuam ouro no corpo são repugnantes, seus pais são ricos, ela só quer o dinheiro para poder se tornar independente.

Ace, seu irmão mais novo, um verdadeiro alcoólatra, em suas garrafas de uísque ele encontrou mais do que o fundo da garrafa, ele percebeu o quão afundado ele está, um homem passando pela crise dos cinquentas e repleto de arrependimentos.

Gus, o irmão gêmeo de Ace e o completo inverso, sua vida não é a das melhores, mas todo copo é meio cheio, seu principal objetivo com a fortuna é ajudar seu irmão e o restante doar para a caridade, é quase repugnante a quantidade de felicidade numa só pessoa.

Jake, seu filho mais novo e o único sobrevivente, Jake sabe o que aconteceu com seus irmãos e mãe, ele sabe o que seu pai fez, ele quer pegar esse dinheiro e acabar com o ciclo que seu pai começou.

Chega o dia, todos os seis se encontram na porta da frente da mansão (agora abandonada).

-Esse lugar me da arrepios – Dwight olha ao arredor enquanto se arrepia de um calafrio

-Tão dois mil e atrasado esse lugar, quando for meu eu vou revitalizar esse lugar morto – Meg pega um vaso velho com as pontas dos dedos, mas logo larga antes que suje suas unhas pintadas de vermelhas escarlates

-Mano, vai beber agora? – Gus fala tentando tirar a garrafa de Ace

-Não me enche – Ace se afasta e da um grande gole

-O que estamos esperando mesmo? – Dwight fala desconfortado

-Chegar o último – Jake responde

-Você sabe quem vai vir? – Ace fala soluçando

-Não, eu só pressinto – Jake sorri e fecha o rosto novamente

Após um silêncio constrangedor, uma pessoa numa moto chega, estacionando próximo ao carro dos outros, é David.

-E aí? – David fala cruzando os braços

Um barulho alto ecoa de dentro da mansão, como se fosse um grande terremoto apenas dentro da casa, após o barulho a porta da frente se abre lentamente, com um ruído estrondoso, os seis encaram a porta abrir.

-Vão primeiro – Dwight da uns passos para trás

Eles caminham para dentro, uma grande névoa de poeira toma o local, Meg pega um pequeno lenço e coloca sobre a boca com nojo daquele local imundo, Ace está encostado em um dos cantos, sua cabeça está girando e Gus acha que bebida alcoólica não foi a única coisa que ele usou, David inspeciona o local, todos móveis estão com panos por cima, há apenas uma escada que sobe até o segundo andar da casa, as portas de próximas a entrada estão todas fechadas, talvez trancadas, Dwight está próximo ao David, praticamente se cobrindo atrás dele, Jake caminha até um pedaço de papel que cai do teto.

Apoteose de MortaisOnde histórias criam vida. Descubra agora