06 Tempo e evolução

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Estou um pouco confuso em questão do conteúdo do diário. Pensando no meu futuro fora dessa floresta acabo olhando para o céu, lembrando dos momentos felizes com minha antiga família em meu mundo. Continuo confuso acerca do conteúdo então me indago, na realidade eu nem sabia como poderia ler, porém me lembro da primeira vez que eu acessei os meus status. Um pequeno livro de capa vermelha, em sua capa tinha letras escritas com sangue, mas não eram letras do dialeto daquele mundo. Espantado com a sua capa fiquei curioso com seu contudo, então percebi pequenas letras escritas em inglês. Me pergunto como um livro desse poderia conter essas palavras. Decido então caçar alguma coisa antes. 


Como em um dia normal nessa floresta eu caço alguns javalis, bestas com uma altura média de 2 metros, seus lombos peludos e sua carne muito dura, me faz desenvolver técnicas de o dissecar. Estando eu sozinho em meio essa situação eu acabei me adaptando, antes eu tinha dificuldade em comer alguns alimentos, mas hoje como qualquer coisa que possa por nutrientes em meu corpo.
Avisto um javali sozinho, "meu dia de sorte". Sussurro com um sorriso grande mostrando minha felicidade. Me escondo em uma moita. Não posso usar magias nele, pois isso deixa a carne com um gosto pior, tendo isso em mente pego minha ponta de flecha e um pedaço de pedra que eu já usava a bastante tempo.

Oinc! Oinc! O javali guincha, não por muito tempo, pois delicadamente corto sua garganta. Pego minha pedra e retiro sua pele. Nesse tempo eu já tinha perdido o medo por sangue ou o medo de matar, pois não poderia viver apenas comendo frutas.

Tendo carne e água, eu decido finalmente abrir o livro. Nesse momento meus olhos expressam uma nova cor, "Que cor é essa? Preto? O que isso significa". Eu logo começo a delirar, ficando em transe com a primeira página. Quando finalmente leio a primeira página, nesse momento minha cara fica aterrorizada com seu conteúdo, "Eu sou um reencarnado igual a você, se você não ficar forte vai acabar tendo o mesmo fim. Eu vendi minha alma para Deus, com isso fiz um acordo com ele. Você é o meu acordo, meus olhos são seus olhos, meus desejos são os seus desejos. Esse mundo não é o que parece". Ele toca com tremor em seus olhos, assim entendo que os "Olhos do Senhor" não é meu verdadeiro poder, mas sim herdado de um antecessor reencarnado. Eu continuo e sigo para segunda página, a letra é muito grande e o diário é minúsculo, "Com você veio outro reencarnado, não confie nele. Depois de um certo tempo nesse mundo Deus faz duas reencenações. Seus poderes estão além dos outros reencarnados, respondendo sua possível pergunta. Sim, só 3 estão mortos. Eu, Blifly e o deus Seiga". Eu fico pasmo e com uma expressão de confusão. Ficando perplexo e com um tom de aflição, "então... é realmente verdade, os deuses não são deuses reais. Certo que é o Blifly? Ele não deve ser um deus, mas então quem é? Calma... outro reencarnado, ele é um possível aliado ou inimigo." Passo para última página que eu posso acessar. Vejo alguns símbolos consumindo metade da página. Percebo algumas frases em baixo, "Nunca use essa runa, ela faz um contrato com os "deuses". Resumidamente você ganha um poder imenso, mas perde a benção do real Deus, não apenas isso, mas você também perde sua capacidade de decisão futura." Percebo que aquele símbolo era o que eu tinha visto quando ainda estava na casa da minha família, "Contrato. Então era isso." Acabando a comida e bebendo água conforme estava lendo as páginas. Eu nesse momento penso em uma maneira de sair daquela floresta, mas antes disso eu precisava me preparar. Nesses anos eu não pensava em outra coisa a não ser vingança. Olhando para meus joelhos marcados, "Quando eu me transformei nisso?" Tendo um sorriso macabro em minha face.
Eu decido acabar com meu cubo, usando uma magia de classe 5 para identificar uma saída. Usando a magia eu apenas vejo em torno de 45Km algumas celas. Percebo então que esse era o local onde eu estava. Meu Cubo desmancha em minha mão, não apenas isso minhas unhas são sacrificadas também. Isso não era nada para mim, tendo passado pelo inferno e voltado, "HAHAHA. Sangue é pago com sangue, já falava o ditado em meu mundo... como era mesmo? OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE. Sachiho mesmo me deixando de lado, você era apenas uma criança. Cultivei meu corpo e mente para te vingar." Nesse momento eu tinha percebido que humanidade estava se perdendo.

"É muito longe, como vou conseguir chegar lá? Não tenho mais o cubo, também não posso usar minha mana." Foi então que eu pensei em domar um javali para ser meu parceiro momentâneo, "Se acontecer o pior eu vou o matar" Depois de passar anos sozinho você percebe que falar consigo mesmo em voz alta é um mecanismo para não ficar doido.

Oinc! Oinc! Nesse momento eu corto seus pelos, "CALMA, CALMA BICHÃO" Eu não sabia ao certo o que estava fazendo, parecia patético falar com um animal que estava prestes a me atacar.

『Habilidade inata divina oculta ativada: Benção das bestas』

Nesse momento um clarão. Eu abro meus olhos atormentado, e vejo um pequeno animal. 'Parece o javali, mas ele não era grande?' Eu me indago.

『Nome da besta?』

"O que é isso?" Faço uma cara espantada não entendendo a situação.

Ferreiro não especialOnde histórias criam vida. Descubra agora