Capítulo 11

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Eu estava deitada quando Adam voltou, ele vestia uma blusa preta de manga longa e uma calça jeans preta. No tempo que estive aqui ele não mudou muito a forma de se vestir. Ele me carregou com certa facilidade e me levou para o andar de baixo, a pequena mesa de centro na sala estava com algumas comidas e uma jarra de suco. Adam me colocou no sofá e sentou ao meu lado.
— Não vai comer? — Perguntei pegando a maçã na pequena cesta.
Adam apenas acenou dizendo que não. Eu dei de ombros e comecei a comer, eu estava com tanta fome que comi quase tudo enquanto ele me olhava.
Sua presença me deixou um pouco desconfortável, porém eu ignorei fingindo que tudo estava bem.
— Então… — Falei procurando um assunto. — Onde sua família mora?
— Eu... não tenho tanto contato com eles... — Adam respondeu friamente. — Moro sozinho como já percebeu.
— Seus pais não se preocupam por você?— Perguntei com a voz trêmula.
— Sim, mas... quer dizer, é complicado. — Sua resposta curta e fria era um sinal de que ele não estava gostando do rumo da conversa.
— Tem irmãos? — Perguntei já esperando por uma resposta rude.
Adam pareceu perdido com minha pergunta, seu olhar fixo no chão fez eu pensar o que poderia ter acontecido com a família dele.
— Ela se foi... quer dizer eu a deixei... também choveu naquela noite. — Ele voltou seu olhar para mim de uma forma sombria. — Quando olho pra você me lembro dela.
Seu olhar sombrio mudou e pude ver a raiva estampada em sua cara.
— Me pareço... Com ela? — Então é por isso que ele me pegou? As mulheres nas imagens lembravam ele da irmã?
— Sim. — Ele acariciou minha bochecha. — Mas eu não vou deixar que nada de ruim te aconteça e tambem não vou te deixar, vou cuidar de você sempre.
Me arrepiei quando escutei ele falar com obsessão.
— Ninguém vai tirar você de mim. — Adam me puxou para seu colo e abraçou minha cintura por trás. — Promete que nunca vai me deixar?
Eu paralisei no mesmo instante, oque eu podia dizer nesta situação. Sua respiração em meu pescoço me deixava ansiosa e nervosa.
— Si- Sim. — Gaguejei. — Prometo.

Os dias se passam e Adam não tem mudado seu comportamento. Sempre agindo de forma gentil e carinhosa. Eu continuo fingindo que está tudo bem e que não pretendo fugir.
Meus machucados tem melhorado com os remédios que ele vem me dando, eu consigo dar alguns passos, mas eu sempre faço parecer que ainda dói muito ou que estou incomodada. Vai demorar um pouco até que eu esteja totalmente bem. Ele quase sempre está comigo, o que de certa forma arruina meus planos pois não posso me dedicar totalmente a tentar descobrir algo.
Para me distrair eu vejo TV ou leio algum livro, quando sugeri que me levasse ao jardim mesmo eu estando impossibilitada de correr, Adam mudou completamente seu humor então resolvi não insistir. Ainda não consegui descobrir o que Adam mantém naqueles quartos trancados, mas vou descobrir.
Eu estava no chuveiro quando escorreguei, me desequilibrei e bati as costas e cabeça na parede. Não pude evitar de gritar pelo susto e com a dor que senti.
Me senti um pouco tonta por causa do baque, mas consegui me apoia para não cair no chão.
— Sally? — Adam entrou no banheiro. — Escutei você gritar.
Ele veio rapidamente até mim.
— Eu so… — Tentei falar mas ele já estava entrando no box e me pegando. — Estou bem Adam eu só escorreguei e bati na parede.
— Não importa. — Sua voz saiu tensa. —Você poderia ter se machucado.
Tudo aconteceu tão rápido que só fui me dar conta de como estava quando ele me colocou no sofá e se afastou.
Adam estava todo molhado, a blusa preta que vestia estava colada em seu corpo desenhando seu peitoral. 
— Não foi nada. — Levantei para sair, mas Adam me segurou pela mão.
— Deixa eu ver. — Pediu com a voz mansa. 
— Estou bem já disse. — Puxei meu pulso com força, minha voz saiu um pouco mais alta do que eu queria.
Adam me fitou com uma expressão confusa no rosto e me agarrou pelo pulso de forma rude.
"Ótimo, irritei o diabo."

Meu AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora