Maldita Hipocrisia

CAPÍTULO 9

Ayden segura meu rosto com as duas mãos enquanto me olha profundamente. Ficamos nos observando por um bom tempo, cada um imerso nos seus próprios pensamentos. A presença dele é tão intensa que por alguns minutos esqueço da razão de estar chorando.

— Quer que te leve para casa? - Sugere e concordo com a cabeça como resposta. A aula já deve estar finalizando e sinceramente, não tenho vontade de ficar aqui e correr o risco de encontrar Phillip outra vez.

— Okay. - Ayden sussurra depositando um beijo suave na minha testa. Nesse momento a temperatura do lugar parece subir alguns graus. Suspiro pesadamente e o garoto cola sua testa na minha, me dando o prazer de sentir seus lábios tão perto dos meus que basta apenas um pequeno movimento para que se converta em um beijo.

E é exatamente o que acontece. Sem pensar nas consequências, levo minhas mãos ao seu pescoço e o aproximo colando nossas bocas, depositando nesse beijo toda a minha frustração, tristeza e raiva por Phillip.

Ayden me leva até a parede e sou levantada, enroscando minhas pernas na sua cintura por instinto.

Suas mãos passeiam pelo meu corpo, deixando um rastro incandescente a cada toque experiente.

A parede fria em contraste com o calor de Ayden me levam à loucura e não consigo fazer outra coisa senão gemer conforme sua língua deixa pequenos beijos molhados no meu pescoço, descendo centímetro a centímetro, até chegar no decote da minha blusa.

O fato de que alguém pode entrar a qualquer momento, deixa tudo ainda mais sensual e perigoso e confesso que adoro isso.

Com uma das mãos me seguro no garoto para não cair e com a outra, exploro seu corpo febril de desejo, praguejando ao contornar o abdome musculoso. Nossa respiração acelerada evidencia que nenhum dos dois vai aguentar muito tempo antes de passar a um nível mais íntimo, de modo que juntando todas as forças que me restam, desfaço nosso contato lentamente, ganhando um olhar irritado e curioso ao mesmo tempo.

— E-eu acho melhor pararmos por aqui... alguém pode entrar e nos ver. - Murmuro sentindo meu rosto ficando quente de vergonha.

Ayden sorri preguiçosamente, mas acaba concordando.

Ele enrosca sua mão na minha e assim saímos do banheiro depois da sessão de amassos, como se nada tivesse acontecido.

Caminhamos em silêncio até a sua moto e percebo os olhares de todos que cruzam com a gente. Apesar de pensarem que somos namorados de verdade, é como se algo tivesse mudado. Algo que não consigo entender.

Antes de partir, envio uma mensagem para as meninas avisando que estou indo embora e guardo o celular no bolso sem nem esperar pela resposta.

Enrosco meus braços na cintura de Ayden e apoio minha cabeça no seu ombro, fechando os olhos e aproveitando a brisa de verão antes de que o inverno nos alcance.

Uma vez ou outra, pude sentir seus dedos acariciando minha pele inconscientemente, e como se ele percebesse o ato, parava quase que imediatamente, me arrancando risadinhas divertidas.

O caminho acaba sendo feito em apenas alguns minutos e fico algo triste quando estacionamos na entrada do dormitório.

Demoro alguns minutos para descer da moto e Ayden parece nem se importar com isso, pois não diz absolutamente nada enquanto continuo abraçando seu corpo, mesmo estando parados.

Não sei o que está acontecendo comigo. Cada vez mais quero ficar perto de Ayden, e quando estamos longe, espero com ansias pela sua chegada.

Suspiro negando com a cabeça, estou me metendo em uma confusão da qual não sei se conseguirei sair.