Capítulo 1 - Em frente a vidraça, uma "estátua" observa o nada ( em correção )

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Boa leitura galera e espero que gostem~

Me avisem se tiver algum erro pfvr~
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ATENÇÃO: pode ter cenas perturbadoras para alguns.

Tudo estava escuro quando ouvi um som metálico que, assim que abri os olhos, descobri vir de um relógio antigo. Foram doze badaladas; era meia noite.

Olhando em volta, me vi num quarto iluminado com nada mais que as luzes avermelhadas e insuficientes de velas.

De um lado, prateleiras intermináveis complementadas de livros encouraçados. No meio delas, uma porta.

Na minha frente um piano velho e empoeirado, parecendo que a muito tempo não recebia um pianista.

Do outro lado, uma vidraça gigantesca. Um homem estava de costas pra mim, totalmente focado no exterior vazio exibido pelos vidros. Observei-o por um tempo antes de finalmente chamá-lo quase com um sussurro.

— S... Senhor?

O homem além de não responder, não se moveu um centímetro sequer.

— Por acaso sabe onde estamos? —  tentei novamente, dessa vez falando mais alto.

Sem resposta. O que há com ele? Vendo que não conseguiria nada apenas tentando chamá-lo, decidi me levantar e ver o que tanto o outro via através do vidro que era capaz de tomar toda a sua atenção.

Cada passo no chão velho de tábuas parecia fazê-lo chorar de dor, como se sustentar meu peso fosse uma verdadeira tortura. Um, quatro, seis passos... Cada tanto deles parecia me revelar um segredo sobre o desconhecido.

Primeira coisa que percebi foram as roupas; um sobretudo marrom de veludo cotêle que chegava nas coxas e uma calça escura e larga que acabava nos tornozelos cobertos por meias; os pés estando acolhidos dentro de sapatos sociais com bico.

Segundo detalhe foi os fios, esses curtos, brancos e cinzentos que se misturavam com os outros milhares ainda castanhos, indicando que este já tinha uma certa idade. Além disso, transmitia vaidade ao tê-los arrumados para trás. Trabalho de gel.

Terceira coisa, quando já estava ao seu lado e tive o vislumbre de sua face. Possui rugas profundas e olhos castanhos que pareciam totalmente enevoados como que de um morto. Passei a mão na frente de seus olhos um pouco hesitante, admito. Não houve resposta.

Sem mais o que fazer, dirigi lentamente a minha mão para um dos seus ombros. Tocando primeiro com as pontas dos dedos delicadamente até finalmente encostar a palma inteira no tecido. Nada. Era como se ele não passasse de uma estátua extremamente realista.

Desistindo do homem de meia idade. Olhei para através do vitral. Não vi mais que a escuridão e a lua. Ou seja, não havia nada para apreciar. Onde estou? Como cheguei aqui? Por que estou aqui? Quem é esse homem estátua? Não há qualquer resposta.

Mais que isso! Quem sou eu?! Um calafrio percorreu minha espinha e o estômago pareceu queimar. Não consigo me lembrar! Fechei os olhos e respirei fundo tentando me acalmar, afinal o desespero não resolveria nada no momento.

Assim que voltei a um estado relativamente calmo, comecei a vasculhar. Tentei abrir a porta mas estava trancada, então parti para as prateleiras, pegando aleatoriamente um livro empoeirado. Comecei a passar as páginas amareladas e varri os olhos nas letras desenhadas a mão.

Na primeira página, uma palavra estava escrito em letras grandes no centro: Hunters. Ao passar para as próximas folhas, percebi algo estranho. A caligrafia do título não batia com a do resto do livro, como se tivesse sido adicionada depois por alguém. Estranho... porém optei por deixar esse mistério no lombo por enquanto. Oh, Veja o que temos aqui!

A Mansão ( Hiatus )Onde histórias criam vida. Descubra agora