twenty one

6.9K 403 97
                                    

AURORA

Fecho a porta de vidro que dá acesso para a rua e vejo o Philippe encostado no carro com os braços cruzados e assim que ele me vê, seus olhos vão da minha cabeça até os meus pés.

— Você tá... uau. — Sorrio e me aproximo dele, dando um beijo na sua bochecha. — Eu achei que você iria me dar um bolo.

— Pensei bastante nisso. — Ele me olha incrédulo e eu rio. — Mas eu lembrei da comida de graça, e minha fome falou mais alto.

— Vamos? — Philippe abre a porta do carro com a mão direita e ergo uma sobrancelha ao não ver nada ali.

— Philippe... vocês, hãn? — Tento perguntar sem parecer indelicada ou intrometida e ele me olha.

— Não é certo continuar um relacionamento quando se gosta de outra pessoa. — Ele dá um sorriso de lado e eu mordo o canto da minha boca, entrando no carro. — E se prepara que você vai conhecer o melhor restaurante da Inglaterra.

— Então, vamos que eu estou cheia de fome!

[...]

— Eu cresci rodeada de arte, minha avó era uma pintora incrível e minha mãe tinha uma voz extraordinária. — Philippe puxou um assunto sobre a infância e pediu para eu contar um pouco sobre a minha, já que segundo ele sempre falamos somente dele quando estamos juntos. — E eu puxei um pouco de cada, mas nada que se compare com o talento delas.

— Eu duvido. Certeza que você deve fazer os dois perfeitamente. — Nego e tomo um gole do vinho. — Me conta mais!

— Não tem muito o que te contar... — Tento pensar em algo e me vem na mente os dias que eu e o Neymar saíamos para jogar futebol e voltávamos todos ralados. — Eu passava quase o dia todo na quadra do meu bairro com o Neymar, jogando bola e ralando o joelho e era uma das coisas mais interessantes que eu fazia.

— E essa sua paixão pela Psicologia, veio quando?

— Olha, pra ser sincera... ela veio com tudo depois que a minha mãe faleceu. — Falo e tomo outro gole do vinho. — Depressão é algo fodido que te mata aos poucos, e quando você vê, está no fundo do poço. E desde essa época eu prometi que não deixaria ninguém a minha volta se render ao suicídio e que ajudaria o máximo todas as pessoas que eu puder.

— Aurora, você é forte demais. — Ele segura a minha mão e faz um carinho ali. — Eu não imagino como deve ter sido lidar com isso, mas eu sinto muito pela a sua mãe.

— Tá tudo bem, e eu sei que ela está melhor lá em cima do que aqui. — Falo apertando a sua mão. — E vamos trocar o assunto, não quero estragar a noite.

— E desde quando falar sobre você e sobre a vida estragaria a noite? — Reviro os olhos e ele ri. — E eu estou surpreso que você ainda não soltou nenhuma das suas frases filosóficas que me fazem chorar no banheiro.

— Falou o cara que me fez duvidar do meu amor pelo meu namorado. — Ele diz um "desculpa" e eu rio, negando. — Nós dois continuamos amigos, e foi bom você ter me feito acordar.

— Bom?

— As vezes é preciso levar um balde de água fria na cara, pra ver o que está bem no seu nariz. — Ele coça a garganta e toma um pouco do seu vinho. — Sua vez, me conta mais sobre a sua paixão pelo futebol!

[...]

— Foi incrível, obrigada pela noite. — Falo assim que desço do carro.

— Tinha tempos que eu não curtia uma noite a dois, eu que tenho que te agradecer. — Ele se encosta no carro e eu abraço o meu próprio corpo, sentindo o vento frio vir em mim. — Eu já te ofereci meu moletom, e você é chata e não quer aceitar.

— Estou na frente de casa, deixa de ser chato Philippe. — Ele revira os olhos. — E lembra que você tem treino amanhã as 9:30.

— Como você sabe?

— Eu trabalho na CBF, caso você tenha se esquecido. — Dou uma leve risada e ele vem até mim. — Te vejo amanhã?

— Claro, psicóloga. — Sua mão para perto do meu rosto e ele tira um fio de cabelo da minha bochecha e para o seus olhos na minha boca, fazendo a minha barriga embrulhar de uma forma boa. — Eu posso te beijar?

— Pode. — E em menos de cinco segundos sinto os nossos lábios se encontrarem e todos os meus músculos se relaxarem por completo ao toque dele.

Guio uma das minhas mãos para a sua nuca, e sinto a outra mão dele nos unir mais, fazendo com que eu sentisse cada centímetro do seu corpo.

Nossas línguas dançam em plena sintonia, como se já tivéssemos nos beijado diversas vezes.

Passo a minha unha no pezinho recém feito do seu cabelo e consigo o sentir arrepiar, me fazendo sorrir no meio do beijo.

Sua mão sai do meu rosto e mergulha para a minha nuca, dando um leve puxão no meu cabelo. Fui no céu e voltei.

— LARGA O MEU CABELO GABRIEL SEU FILHA DA PUTA. — O grito da Lorena faz com que eu e o Philippe nos separássemos, rindo.

— Eu ainda não entendi o porque de você ter que voltar pro hotel ao invés de ficar aqui no Alisson. — Faço um biquinho e ele ri.

Como o treino dos meninos é um pouco mais tarde que o normal, o Alisson chamou todos para ficarem aqui na casa dele e o único que disse que não ficaria é o Philippe.

— Se eles marcarem amanhã eu prometo que venho. — Reviro os olhos. — Mas, se você fizer esse biquinho de novo eu fico.

— Que chantagem! — Faço novamente o biquinho e ele ri. — Agora você fica?

— Fico.

Passo a mão pela a sua nuca e o trago para perto de mim, unindo as nossas bocas novamente.

— Droga, vou me apaixonar. — Sussurro.

— Droga, eu já estou apaixonado. — Ele sussurra bem perto do meu ouvido, me fazendo arrepiar e fazer minha barriga encher de borboletas.

•••

quase 1000 palavras ok? me amem.
agora eu vou mimir...
mentira ta tendo treta na rua e eu vo ver

mentira ta tendo treta na rua e eu vo ver

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
AURORA; philippe coutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora