Meu amigo Tom.

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Percebeste minha voz clamando?
Implorando que a dor existente se extinguisse com as lágrimas vazantes.
Como gostaria que a ignorância da inocência, não me escapasse entre os meus dedos.
Virei a inimiga de mim mesma.

HPHPHPHPHPHPHPHPHPHPHPHPHPHPHPHP
Era bom .Era realmente bom .Era bom ser ouvida com total atenção e dedicação .Mas ,bom demais para ser verdade.

-Ginny ?Ginny? Ginny! -desperto de meus pensamos ao ouvir meu irmão me chamar .Fechando meu diário com um pouco mais de força necessária, observei o seu olhar de curiosidade contra o pequeno caderno.
-Sim?-pergunto tentando atrair seu olhar para mim.

-O jantar está pronto.-Ron diz sem tirar sua atenção do caderno .-Oque você está escondendo aí ?Deixe-me ver .-Ao falar isso ele arranca o Tom de mim e começa a folhear o caderno .Com desespero tento pegar de volta ,meus olhos ardiam de raiva com essa falta de respeito com minha privacidade ,me enfurecia esse sentimento de impotência.

-Não tem nada aqui .-E com um súbito olhar de desinteresse e joga o diário ao meus pés e vai embora .E com um alívio tão grande quanto de curiosidade eu pego meu novo amigo com reverência.

Me perguntava por que o Rony não conseguia ver as folhas escritas ,mas eu agradeço por isso ,seria bem constrangedor e perigoso se ele lesse.

Com um último suspiro eu guardo o Tom na gaveta ,deitando na minha cama viajo em meus pensamentos.

O Harry estava agindo estranho , me bloqueando sempre que tento falar com ele atraves do nosso vinculo, e sinceramente fiquei um pouquinho magoada mas não poderia culpa-lo, não quando ele tem o destino nas mão. O Rony até o chamou para passar um tempo aqui na Toca mas ele recusou dizendo que estava muito ocupado.

Tinha saudades de quando a gente só tinha 6 e 7 anos, quando os nossos maiores problemas eram se minha mãe iria descobrir o por que eu demorava tanto "nas minhas tarefas domesticas", ou se os horriveis tios do Harry descobririam nossas pequenas brincadeiras com o seu "tão amado filho", eu realmente tinha saudades daquele tempo. Merlin isso soou bem dramático.

Enfim, amanhã será primeiro de setembro, o dia e que irei pela primeira vez em hogwarts , dizer que estou ansiosa seria um eufemismo.
Será que eu serei boa fazendo magica? Os professores gostarão de mim? E os meus colegas? Meus pais vão se orgulhar? Tantas inseguranças ,espero que elas sejam infundadas.

-GINEVRA, DESCA AGORA PARA JANTAR.- Tinha me esquecido do pequeno recado de Ron , fiquei tão focada em meus pensamentos sobre Hogwarts que nem me lembrei , melhor eu ir antes que ela venha me buscar e despois sobre para mim.

Descendo as escadas já conseguia ouvir as conversas e gargalhadas , me preparando psicologicamente, entro na sala.
As conversas se cessam quase que imediatamente,me causando desconforto,olho por toda a mesa e vejo Percy com uma postura pomposa e arrogante ,Fred e Jorge com sorrisos brincalhões e cheio de malícia,o Ron por incrível que pareça ele me olhava com compaixão,minha mãe tinha um olhar decepção que me magoou profundamente ela queria eu que fosse sua princesinha,meu pai parecia perdido como se ele estivesse sobre um ...feitiço.
Me sentando ao lado de Molly e Ron ,começo pegar minha janta e ouço minha mãe falar comigo:
-Por que demorou para descer?-Ela disse segurando meu antebraço.
-Eu...Eu estava apenas no banheiro.-digo com receio.
Desço meu olhar para meu prato e me concentro em comer logo.Agradeço a Merlin que vou a Hogwarts,não iria suportar ficar mais um ano sozinha com minha mãe.
Acordada dos meus devaneios com um estrondo,olho para o lado e vejo que o Ron tinha derrubado o seu prato no chão.
-Por que você derrubou meu prato vadia?-diz o Ron me encarando,ele não me chamava assim quando estamos sozinhos,acho que ele quer se mostrar superior me rebaixando e me humilhando.-Pega.
-Eu?-pergunto indignada.Eu não fiz isso.
-Você é surda?-Ele me olhava com raiva contida.
-Pega logo vadia-Percy diz, E me sentindo humilhada me ajoelho começando a catar os caquinhos do prato,eu queria ignorar o fato que meus pais poderiam simplesmente fazer um reparo e estaria tudo bem.
As lágrimas imploravam para ser derrubadas,todas as palavras cruéis eram como facas em meu coração,apesar de tudo eu os amava de toda a alma,eu daria minha vida pela felicidade dos meu pais e irmãos.
Os os olhos cheios d'água eu termino de recolher os cacos,mas com a minha visão embolada,acabo me ferindo na palma da mão.
-Aí.-Eu jorro.
-Não sabe fazer nada direito sua inútil.-Minha mãe me levantou e disse.-Vá pra o seu quarto,não irei curar o cortinho,será seu castigo,agora vá.
Segurando minha mão eu deixo minhas lágrimas saírem,volto correndo para meu quarto e me jogo na cama e me embolando em minha vergonha eu adormeço.

Harry Porter.

Eu a olhava fazia uns quarenta minutos,com seus cabelos esparramados pela cama,ela era uma beleza.Me arrependia de ignora-la ,talvez o Siriús tenha razão,eu não estava pronto para saber da profecia,mas eu precisava.
Ginny se mexe sonolenta,abrindo os olhos ela sorri pelo carinho recebido na cabeça.
-O que você está fazendo aqui?-ela sussurra.
-Você precisava de mim.-Sorrindo eu digo colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.
Eu a trouxe para mais perto para um abraço,tanto ela quanto eu, precisávamos de conforto.

Eu a trouxe para mais perto para um abraço,tanto ela quanto eu, precisávamos de conforto

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Nós fechamos os olhos e eu vi tudo.
Todo desinteresse em sua própria filha,o desgosto e a raiva.
Me enfureceu que a sua família foi capaz tanta crueldade,eu deveria ter a ajudado, não ignorado,me sinto um idiota.
Eles merecem pagar por mexer com a minha garota.
Meu Porto Seguro.
O meu lar.

Meu eu dividido.Onde histórias criam vida. Descubra agora