"minhд Ядinhд"

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🦋 Domingo 🦋


🇧🇷 POV. Any 🇧🇷

- Você tá bem? - pergunto vendo alguma lágrimas no rosto da menina.

- Eu perdi um bebê, Any- Sina fala e eu congelo. Eu realmente ouvi isso?

- QUE?? - pergunto.

- Isso que você ouviu, eu já tive um filho, mas infelizmente, ele não sobreviveu - a menina fala desabando e eu abraço-a.

- Você quer continuar me contando? - pergunto, ainda abraçando-a.

- S-sim - ela fala nos soluços. - Um dia, eu fui em uma festa e perdi o controle. Dois meses depois, eu comecei a sentir enjoos e tudo mais. Minha amiga Jeki falou que era melhor eu ir fazer um teste de gravidez e bum, ela estava certa, eu estava grávida. Eu surtei no começo, falei que ia abortar, afinal eu só tinha 17 anos e era uma menina medrosa. A Jeki que fez a minha cabeça. Ela me disse que talvez aquele bebê tivesse vindo para iluminar a minha vida. Eu passei uma semana pensando no assunto e tirei a conclusão que ela realmente estava certa, de um jeito ou de outro aquele bebê era meu filho. Eu finalmente tomei coragem e contei para os meus pais, que me apoiaram muito. Mas como você já deve ter reparado, nada na minha vida é fácil, então, por algum motivo, os Heiko descobriram.

- Você não queria contar pra eles? - pergunto.

- Não, porque eu sabia que ia acontecer o que aconteceu - Sin fala e começa a chorar novamente.

- Sin, eu sei que o que você passou foi muito doloroso e triste, e se você não quiser contar, eu entendo, mas se você quiser me contar, eu estou aqui por você.

- Obrigada, Any. Acho que eu posso continuar a contar... - escuto Sininho sussurrar.

- Tem certeza? - pergunto e ela firma com a cabeça.

- Bom, o Becker e o pai dele ficaram muito bravos comigo. Eles me chamaram de diversas coisas e quiseram cancelar o contrato, eu estava agradecida com isso, mas aí eles mudaram de ideia e disseram que o que eu teria que fazer para continuar com o Heiko era abortar. Eu neguei e falei que preferiria terminar o contrato, então o Becker me ameaçou. Ele disse que se eu terminasse com ele, faria coisas horríveis com meus pais. Eu realmente não confio nele, então eu tive que abortar. Meus pais ficaram um pouco chateados comigo por não ter falado para eles porque eu fiz aquilo, mas eu não podia falar para eles sobre a ameaça, então eu fiquei quieta. Eu fiquei extremamente mal, passava horas no quarto chorando, foi aí que eu fiquei depressiva. Meus pais me levaram pra psicóloga e terapeuta. Eu passei um ano tomando antidepressivos, mas um mês antes de vir pra cá me liberaram.

- E o seu relacionamento com o Becker? - pergunto.

- Depois do meu aborto tudo piorou, ele começou a me bater, e as regras do contrato ficaram mais rígidas: eu não podia sair de casa sem estar acompanhada de um segurança contratado pelo Becker, eu não poderia sair sem avisá-lo, eu tinha que estar em casa até as 19:00 se eu fosse em um lugar sem o Becker e não podia mais dançar. Isso tudo também foi um dos motivos pra eu ter sofrido depressão.

- Oi? Como assim? Dançar é a sua vida - falo. Cada vez que a Sina fala o nome desse garoto a minha vontade de bater nele aumenta.

- Exatamente. Ele pensava que seu parasse de ir nas aulas de dança desistiria do meu sonho de ser dançarina, porque ele não queria que eu fizesse faculdade.

- Como assim? Em que século ele vive?

- No século 20, só pode - Sininho fala. - Bom, quando eu fiquei melhor, resolvi que não queria mais aquela vida, então fugi. Eu fiz as minhas malas, peguei uma boa quantia de dinheiro e fugi sem contar para ninguém pra onde eu iria. Eu sabia que a Yoon e o Lamur moravam juntos, com mais um menino, eu falei pra ela que estava com uns problemas na minha família e se eu podia ir morar com ela. No começo, minhas intenções eram: eu viria pra cá e moraria aqui por um tempo, mas quando a Hey me contou que tinha uma faculdade de dança, eu resolvi me inscrever e fazer a prova para ver se eu conseguia bolsa. Eu ganhei 100% de bolsa e aqui estou.

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