Capitulo 1

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Sinto o leve toque suave da espuma no meu corpo, a água morna refrescando as minhas costas, a maciez da minha pele, o shampoo deixando meu cabelo mais hidratado e cheiroso, o doce sabor do vinho tinto passeando por minha boca até descer pela garganta em um gole longo e demorado. A música lenta tocando ao fundo que se encaixa perfeitamente com todo o resto.
Consigo sentir cada vibração dos meus sentidos, o relaxamento que vai durar apenas mais alguns minutos até um simples toque estragar esses curtos momentos de prazer onde posso esquecer um pouco o mundo ao redor e apenas me conectar com esse vinho delicioso, essas espumas perfumadas e a música tão calma. É por esses curtos momentos que prefiro continuar solteira e livre de qualquer relacionamento sério que possa mudar tudo. Despejar todos meus sentimentos em outra pessoa, e correr o risco de quebrar todas minhas expectativas em algo que não possa me prender o suficiente para mudar todas minhas convicções? Isso realmente não é pra mim. 
Existem mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, e a maioria delas querem algo para se prender, casar, se entregar a alguém por completo, ter uma família, envelhecer juntos e morrerem. 
Não consigo me ver com alguém, casando, tendo filhos e uma vida ¨clichê¨.
Gosto de minha liberdade, ser dona de minhas escolhas e minha vida está perfeita, e quero continuar assim. 
A música para de tocar, me lembrando que meus poucos minutos de prazer acabaram. Termino de tomar uma última taça de vinho, e saio da banheira deixando as espumas de lado e verifico quantos minutos faltam para meu compromisso com mais um match. Nada melhor que terminar um final de semana com algo mais prazeroso que um bom banho de banheira, um bom vinho, acompanhado de uma música. Faz algumas semanas que não tenho encontros assim com alguém que nunca vi pessoalmente, e essa expectativa de fazer sexo com um estranho de alguma maneira me excita. 
Ergo minha mão para alcançar meu hidratante corporal e começo a passar por toda minha pele - principalmente na minha região íntima. Quero estar cheirosa em cada parte que o meu match me tocar. 
Envolvo a toalha no meu cabelo, passo o restante do hidratante no meu corpo e vou em direção ao quarto. 
Como será que ele é? Ele vai tomar a atitude de me levar para o apartamento e fazer sexo comigo? Ou será que é tímido? Ou pode não ser igual as fotos? 
Esse pensamento está me deixando ansiosa, quero que está noite tenha algum significado, que seja intensa e que de alguma maneira me preencha. 
Visto-me com o vestido azul que dá um caimento bonito nas curvas do meu corpo, tenho cuidado na escolha de uma bela lingerie, o salto alto permite que pareça sexy e casual, arrumo meu cabelo com um penteado mais solto, passo um pouco de maquiagem e finalizo com um batom nude. Preciso estar atraente e demonstrar que estou afim de algo a mais que um mero encontro básico. 

A boate está lotada de corpos se contorcendo na pista de dança, nos corredores e no bar. Uma banda está tocando em um pequeno palco que aparentemente foi montado às pressas, mas, todos estão ocupados demais dançando e flertando para conseguir uma noite em algum motel, do que prestarem atenção nesses detalhes.
Olho em volta procurando meu match, mas as luzes piscando não permitem que enxergue com clareza nessa parte da pista. 
Forcei o caminho até o bar, pedindo licença a essa aglomeração, sinto que meu rosto está ficando vermelho com toda essa luz, o cabelo já não está perfeito e sinto minha boca seca. Preciso de um drink.
— Com licença! — gritei, tentando chamar a atenção do barman. Ele estava visivelmente me ignorando, enquanto terminava de preparar duas margaritas para o casal do meu lado. Tento mais uma vez chamar sua atenção, porém, sem sucesso.
— Ele está realmente se esforçando para ignorar você, não é?
Virei meu rosto e me deparei com um homem alto, bem alto ao meu lado, as luzes deixavam evidente seu porte físico, mas, em contrapartida não conseguia enxergar seu rosto com clareza, ele parecia estar observando minha tentativa frustrada de conseguir um drink, mas, não consegui sentir ele se aproximando de mim. Talvez tenha passos leves, mas será que tem pegada forte? 
— Gosto de ser a última a fazer o pedido. — dei um sorrisinho.
Ele apoiou seus cotovelos na bancada e chamou o barman.
— Chris, não pode deixar uma mulher bonita esperando por um drink.
Pareciam ser velhos amigos, pois, em segundos o tal Chris já estava na minha frente para escutar meu pedido. O meu estranho mal levantou a voz, mas era tão grave que foi ouvida sem dificuldade.
— Um uísque, Chris. E traga também o pedido desta garota. Ela está esperando faz uma década, sabe?
Ele se virou para mim, com um sorriso que despertou uma sensação quente em minha barriga. Meu estranho continuava me observando atentamente enquanto fazia o pedido de um Daiquiri com bastante rum. Ambos estavam prestando total atenção em mim, esperando por mais alguma coisa. Assenti confirmando que já era o bastante, o barman retornou para sua bancada dando um aperto de mão para ele ao meu lado. Um cumprimento simples, mas, tenho certeza que estão tentando insinuar que vamos ficar  juntos essa noite, homens. Voltei minha cabeça para o seu rosto que estava mais visível agora. Ele era incrivelmente sexy, cabelos bagunçados com todo o calor da boate, tinha covinhas nas maçãs do rosto, sobrancelhas escuras e olhos que se distinguiam com todas as luzes coloridas. Fez um sorriso contido no rosto, ou talvez fosse de surpreso pelo meu pedido.
— Devo agradecer pela ajudinha com o barman?
Com os olhos centrados em seus gestos. Ele apenas me olhou antes de finalmente responder.
— Estou a disposição de uma bela mulher em apuros.
— Um pouco pretensioso, mas, iria conseguir sozinha de qualquer forma. — respondi com um tom sério.
Ele apenas me olhou de maneira contida, obviamente não levou a sério minha resposta.
— Você é muito encantadora. E não parece alguém que frequenta muito este tipo de estabelecimento.
Sem deixar de me observar atentamente, estava tentando saber meus pensamentos. Visivelmente flertando e interessado em mim. Deduzi que pela rapidez que apareceu ao meu lado, já me observava quando entrei na boate.
— Não sei como interpretar isso.
— Pense nisso como um elogio. Você é a pessoa mais interessante deste lugar. — ele limpou a garganta e olhou para Chris, que voltava com seu drink.
Ele com certeza só está dizendo isso para me conquistar. Não quero deixar visível que o interesse é mútuo.
— Frequenta muito esse lugar?
— Pode se considerar que sim, depois de uma semana de trabalho é agradável terminar a noite com um bom drink. — tomando mais um gole de sua bebida.
— Notei que chama bastante atenção aqui.
Mostrando com um gesto da cabeça uma mulher que não parava de observá-lo, aguardando o momento certo para se dirigir até ele e jogar seu charme. Ele seguiu meu olhar e recebeu um comprimento a distância. Voltou a prender sua atenção a mim.
— Como disse, você é a pessoa mais instigante da noite. Qual sua razão de estar aqui?
— Tinha um encontro hoje, mas, acho que não vai acontecer.
Percebi que seu rosto ficou mais expressivo depois de me ouvir falando, porém, fomos interrompidos pelo barman que pedia licença para entregar meu drink, agradeci e saiu.
— Está sozinha?
Perguntou, enquanto esperava eu terminar de tomar um pouco da minha bebida. Estava extremamente forte, e o rum desceu amargo pela minha garganta, senti meu olhar ficar um pouco tonto, mas, me recompus rapidamente.
— Sim, a noite ainda está mal começando e tenho que aproveitá-la da melhor forma possível.
— Então é improvável que você saia daqui comigo.
O fitei longamente tentando saber se era mesmo isso que ele sugeriu.
— Você é rápido.
— Só é impossível não se interessar por você.
Por um instante pensei na ideia de sair com ele e aproveitar a noite em algum motel, mas tinha algo nele que não conseguia distinguir, sentia que o conhecia. Essa sensação subiu até minha garganta junto da bebida e apenas suspirei imaginando ele dentro de mim.
— É assim que termina suas noites?
— Geralmente não, mas sinto um desejo enorme em te possuir.
Ele pronunciou as palavras lentamente, quase sussurrando, mas elas ecoaram em minha cabeça como uma explosão. Era óbvio que ele não era novato nesse tipo de interação — propor uma noite de sexo sem compromisso — e, embora eu não fosse novata, quando ele me olhou daquele jeito eu sabia que poderia acabar seguindo-o para qualquer lugar. Todo o rum que eu tinha tomado pareceu me acertar de uma vez e senti um calor subir pelo meu corpo. Ele percebeu meu gesto e colocou sua mão sobre a minha sorrindo com malícia.
— Certo, quando você sorri para mim desse jeito, eu tenho vontade de te agarrar. E me sinto atraída fisicamente por você. — olhei para ele de cima a baixo, observando seu olhar ficar mais expressivo com minha sinceridade.  — Algo me diz que você poderia me satisfazer muito bem. —respirei fundo, e ele respondeu com um sorriso divertido.  — Mas, preciso dançar. — eu disse, bebendo o restante do drink e piscando para ele.
Senti seu olhar concentrado em mim até a direção da pista, sei que estava excitada com a sensação de transar depois de meses, mas queria o deixar desejando, queria dançar para ele, queria saber que esse homem está querendo me possuir.
Me posicionei em frente a banda, senti a música dominando meus movimentos, joguei meu corpo para o alto sentindo as batidas, o álcool fazendo efeito e minha visão ficando mais escura. Notei seu olhar em meu corpo, seguindo cada linha dele. Nossos olhos se encontraram e não paramos de olhar um para o outro. Ele estava bebendo mais um drink sozinho — e, vendo como pouco se surpreendeu por ser flagrado me olhando, entendi que também estava tanto quanto eu gostando desse jogo. O efeito dessa percepção foi mais potente do que o álcool. Aqueceu cada centímetro da minha pele, queimou o meu peito e continuou descendo: o calor passou pelas minhas costelas e se concentrou em minha barriga. Ele levantou o copo oferecendo um brinde, tomou um gole e piscou. Senti meus olhos se fecharem lentamente.
Eu queria dançar para ele.
Nunca em minha vida eu me senti tão sexy, tão completamente no controle daquilo que eu desejava. Eu tinha me formado em administração, comprado meu apartamento, viajado, conhecido diferentes pessoas, tendo noites prazerosas, mas, agora eu queria sentir cada parte do seu corpo grudado ao meu. Nunca me senti uma mulher madura como estava me sentindo ali, dançando como louca com um belo homem em sentado nas sombras, me observando.
O que significava ser possuída? Será que ele quis dizer aquilo de maneira tão explícita como parecia? Com sua cabeça entre minhas coxas, braços envolvendo meus quadris e mantendo minhas pernas abertas? Ou ele quis dizer por cima de mim, dentro de mim, chupando minha boca, meu pescoço, meus seios?
Um sorriso se abriu em meu rosto e joguei meus braços para o alto. Eu podia sentir a barra do meu vestido subindo pelas minhas coxas, mas não me importava. Fiquei pensando se ele havia notado. Eu esperava que tivesse notado.
Pensei que, se ele fosse embora, então o momento seria arruinado, por isso não olhei de novo. Eu estava acostumada com o protocolo das paqueras; talvez sua atenção durasse apenas cinco minutos, talvez durasse a noite toda. Não importava. Eu podia fingir que ele estava lá no escuro pelo tempo que eu quisesse. Queria seus olhos queimando através da minha pele até atingir meu coração, que batia descontrolado em meu peito.
Eu me perdi no ritmo da música e na memória recente de sua mão sobre a minha, seus lábios falando lentamente a palavra possuir.
Possuir.
Uma música se misturou com a próxima, depois a próxima, e mais uma, senti minha garganta seca, o calor extremo e meu cabelo suado. Procurei por ele, mas não estava mais nas sombras. Precisava tomar um ar. Me direcionei ao bar e pedi uma taça de rum, minha boca estava seca e queria voltar a não ter controle sobre meu corpo. Sabia que essa noite seria inesquecível, mas ainda não estava satisfeita. Olhei em volta procurando, tentando desesperadamente fita-lo, sair dali e fazer o que meu corpo desejava. O barman foi rápido em me servir, apenas sorri rapidamente e fui em direção a rua.
Finalmente consegui respirar sem uma multidão ao redor, me dirigi a um banco, estava um pouco tonta por causa das luzes brilhando na boate, tentei enxergar o caminho, mas minhas pernas cederam e antes que pudesse cair, senti os braços envolvendo meu corpo, era ele.
— Cuidado, linda.
Fitei meus olhos no seu rosto e pela primeira vez conseguia enxergar cada detalhe, ele tinha lábios carnudos e traços fortes. Levantei uma mão e tentei tocar sua pele, queria saber que ele era real.
Seguindo meus movimentos, apenas observou, me segurando firme e ficando da mesma altura que eu.
— Você não pode sair desse jeito sozinha. — notei preocupação em seu tom de voz.
— Estava procurando você, não estava mais me observando.
Falei, mas minha voz saiu como um sussurro. Ele sorriu, me ajudando a ficar de pé.
— Por que não foi dançar comigo?
— Acho que preferia dançar sozinha com alguém te assistindo.
Minha barriga se contraiu e lembrei o motivo de estar ali com ele, sabia que não estava pensando de forma clara, mas milhares de sensações estavam percorrendo pelo meu corpo até finalmente chegar na garganta. Engoli em seco e me recompus.
— Posso te levar para casa, você não está bem o suficiente para ir sozinha. — disse, com uma voz suave, tentando me ajudar a ficar sóbria.
— Eu dancei para você.
Sussurrei, e notei que a expressão do seu rosto ficou mais leve, ele gostou.
— Não consegui parar de pensar nas suas palavras.
Cada vez mais consegui notar que o estava instigando, nos desejávamos. Sem pensar, envolvi meus dedos ao redor de seu pescoço e aproximei meu rosto juntamente do dele. Sabia que estávamos prestes a nos beijar ali naquela rua escura, onde apenas conseguimos sentir as vibrações de nossos corpos. Seguindo meus movimentos, ele subiu sua mão até minha nuca e a agarrou forte, começando a envolver seus lábios aos meus. O gosto do rum misturado com o uísque da sua boca, deixou mais quente a sensação e o crescente calor subiu até minhas costelas, não pude evitar um gemido escapar dos meus lábios, estava desesperada para ter ele dentro de mim ali mesmo, correndo o risco de sermos flagrados realizando o desejo de nossos corpos. O beijo foi a combinação perfeita entre suavidade e firmeza, com o uísque esquentando seus lábios contra os meus. Ele suspirou um pouco quando abri a boca e o deixei entrar, e a vibração ateou fogo em mim. Eu queria sentir todos os seus sons.
— Você tem um sabor tão doce, quer mesmo isso?
Meu corpo involuntariamente se contraiu com a sensação de sentir ele tocando cada curva, apenas coloquei sua mão em minha virilha e observei sua reação ao perceber que já estava pronta para ele. Ficou nítido seu prazer ao me tocar.
— Está me deixando louco. Venha comigo até meu apartamento.
Pediu, acariciando minha pele. Um arrepio me acendeu e corri os dedos em seu volume que já estava evidente.
— Não é capaz de me satisfazer em qualquer lugar?
Minha resposta o encorajou, segurando forte minhas costas, ele me guiou até a boate em direção a um lugar afastado de toda a multidão. Me encostando lentamente na parede, começou a chupar meu pescoço de forma veloz e delicada, agarrando forte suas costas, acariciei seus músculos que estavam contraídos, enquanto sua boca não parava de descer pelo meu corpo, ele passeava sua língua em minha pele, me fazendo sentir arrepios. Sua mão alcançou a parte que mais precisava de seu toque, me olhou como se pedisse uma resposta para continuar, joguei minha cabeça para o lado e assenti para que continuasse. Sua mão deslizou para dentro do meu vestido alcançando minha virilha, cruzei minhas pernas em seu quadril, facilitando o encaixe de nossos corpos. Percorrendo minha calcinha, em um movimento ágil ele começou a acariciar meu clitóris, me fazendo soltar um gemido contido.
— Você está tão molhada.
Em segundos, escorregou dois dedos dentro de mim, me fazendo suspirar, lentamente aumentando a velocidade a medida que gemia, cada vez mais ciente do que eu gostava. Ele começou a mover o polegar em pequenos círculos, mas manteve os dedos parados bem no fundo. Pude sentir seu olhar em meu rosto, assistindo cada respiração que eu soltava, cada suspiro e cada mordida que eu dava em meu lábio, tentando impedir os sons dos meus gemidos. Seu toque confiante e firme concentrou uma dor gostosa entre minhas pernas e eu me pressionei contra ele, querendo mais e mais forte.
— Olhe para você — disse, beijando meu pescoço logo abaixo da orelha. Sua respiração aquecia minha pele e fiquei dividida entre me concentrar em seu toque e a aflição por alguém perceber o que estávamos fazendo. A combinação do prazer e medo que me incendiava por inteiro. Desci meus dedos involuntariamente por sua calça, queria sentir seu pau em minhas mãos, abrindo desesperadamente, e puxando sua cueca para baixo. Ele gemeu no momento em que envolvi sua ereção com a mão e a esfreguei por toda a minha pele molhada. Ele pulsava em minha mão, e a realidade da situação me deixou louca.
— Quero que me possua.
Minha voz saiu como um sussurro, enquanto seus dedos ainda estavam dentro de mim, não sabia se tinha me ouvido, mas seu rosto agora estava mais visível e isso deixou o sexo casual mais intimo.
— Alguém pode aparecer aqui — ele me lembrou, dando uma última oportunidade para eu parar isso, mas já estávamos prontos para ir até o final.
— Não importa, só quero você dentro de mim.
Ele retirou seus dedos e chupou cada um para sentir meu sabor e depositou um beijo nos meus lábios. Desceu a mão até o cós da sua calça, retirando uma camisinha e apressadamente rasgando, antes de voltar a grudar nossos corpos. Não houve mais nenhuma conversa, apenas estocadas que foram aumentando em velocidade e intensidade. O espaço entre nós se preencheu com sons abafados de desejo e gemidos. Seus dentes morderam meu pescoço e eu agarrei forte seu quadril com receio de acabar desgrudando nossos corpos.
— Você é tão linda, e o ponto em que estou entrando em você é perfeito — ele se inclinou para trás, olhou para baixo e acelerou um pouco.
A luz estava claramente jogando no time dele, pois, da minha perspectiva, ele estava iluminado por trás e eu podia enxergar apenas a silhueta dele. Não distingui nada além de sombras quando olhei para baixo e visualizei apenas a sugestão do movimento: ele dentro de mim, entrando e saindo. Escorregadio e duro, pressionando fundo em cada passada. E, como se tivesse ouvido meus pensamentos, a luz diminuiu para um tom escuro acompanhando o som de uma música lenta e vibrante que preencheu a boate.
Ele levantou minha outra perna, passando as duas ao redor de sua cintura, e, então, por vários perfeitos segundos, começou a mexer de verdade. Rápido e urgente, ele deixou escapar os mais deliciosos gemidos, e não haveria dúvida sobre o que estávamos fazendo se alguém aparecesse em nosso pequeno esconderijo. Só de pensar nisso – sobre onde estávamos, o que fazíamos e a possibilidade de alguém ver aquele homem me possuindo com tanta força – eu acabei me perdendo. Minha cabeça rolou para trás contra a parede, e eu podia sentir as melhores sensações atravessando meu corpo, crescendo no meu ventre, tão profunda e pesadamente, uma angústia se acumulando, descendo por minhas costas e explodindo em meu sexo com tanta força que eu tive que gritar, sem me importar se alguém poderia ouvir. E eu nem precisava ver seu rosto para saber que ele estava me observando enquanto eu gozava sem parar.
— Eu finalmente encontrei você. — ele sussurrou.
Demorou alguns instantes para que suas palavras fossem registradas no meu cérebro.
— O que? Você me conhece?
— Pensei que lembraria de mim lá no bar, mas não aconteceu. — ele encarou meu rosto, diminuindo a velocidade um pouco, provavelmente para me deixar pensar. Tivemos um relacionamento no passado.
Meu corpo se arrepiou no momento que falou, pude sentir que estava com um rosto rígido e isso o fez parar.
— Quem é você?
— Arthur Coleman.
Senti meu corpo queimar, não podia ser ele, depois de anos, ele não podia estar agora na minha frente, nessa situação com nossos corpos totalmente grudados, desejando cada partícula um do outro. Deixei meus pés firmarem no chão, tentando pensar com clareza no que estava acontecendo, Ele se afastou um pouco, me dando passagem para sair dali.
— Eu deveria ter falado, mas quando te vi apenas queria saber se ainda lembrava, mas, você está diferente e mais linda do que nunca.
— Isso não pode estar acontecendo... você não pode simplesmente aparecer desse jeito, não pode agir como alguém do meu passado que está apenas querendo retomar contato. Estava me seguindo?
— Não, não Melissa. Eu te vi quando entrou na boate, não consegui acreditar que era você. Sentei ao seu lado no bar, diria quem sou, mas tudo aconteceu rápido e estamos aqui.
Virei meu rosto para ele, me vestindo apressadamente, não queria mais ficar ali, agora sabendo quem ele era me deixava conturbada com toda a situação.
— Essa noite foi um erro.
Com a adrenalina ainda correndo em minhas veias, eu me virei antes que ele pudesse responder e o deixei lá, com a calça aberta e os lábios abertos tentando falar algo, mas sai antes que pudesse ouvi-lo.
Me direcionei a saída da boate, queria chegar em meu apartamento o mais rápido possível, essa noite já foi embaraçosa demais. Pedi um táxi, e lembrei que havia deixado minha calcinha na pressa, mas não importava mais. 

Antes que tudo acabeOnde histórias criam vida. Descubra agora