chances- R.A romance

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🌂Ritu – romance
   vamos ao primeiro one shot com essa deusa
    Espero que gostem! Não esqueçam de votar e comentar! É importante para o andamento de mais one shots!

    - Já falou com ela? – disse a Ellen do meu lado me vendo beber vodka em um canudinho
    - Não e nem vou. – falei olhando pra frente tentando ignorar a mulher do meu lado
    Ouvi ela bufar e sabia que viria mais um sermão
    - Qual é o problema?
    - Ellen qual é? Você devia me entender melhor que ninguém! Oque eu digo pra ela? “ Oi amiga, não sei se você sabe mas eu sou lésbica, ah e aliás tô super afim de você, e aí tá afim de enfrentar um mundo de preconceito comigo ou você prefere continuar sua vida maravilhosa gostando de pênis? “
     - nossa, as vezes tenho vontade de te dar um murro na boca ! E ela não gosta só de pênis e você sabe disso, até quando você vai ficar perdendo tempo?
     - Meu Deus eu nunca mais vou te falar quando eu estiver afim de alguém!
     - você não tá só afim dela e sabe disso, mas continue negando até você se convencer. – ela deixou uma nota em cima do balcão e se retirou enquanto que eu continuei bebendo vodka de canudinho.
   Eu e a Lívia nos conhecemos de forma meio estranha, durantes as gravações David se machucou e foi parar no hospital, ela era médica dele e acabamos pegando amizade, depois do turno dela a gente saía pra beber e acabou que depois tudo fluiu e quando vimos já dormíamos uma na casa da outra e conversávamos sobre tudo. A paixão surgiu aos poucos, foi tão gradual que eu nem percebi, quando me dei conta estava pegando minha bolsa pra ir embora quando vi um cara flertando com ela, depois disso tudo mudou, até mesmo nossa relação, talvez eu tenha me afastado um pouco, eu sabia que talvez ela gostasse de mim e que meu sentimento não mudaria, mas minha insegurança era maior, ela é toda linda, médica, tem uma fila enorme de gente querendo ficar com ela, porque dentre todos ela me escolheria? E se me escolhesse eu conseguiria dar a ela tudo que ela merece?
  Cheguei em casa jogando minha bolsa no sofá e tirei meu casaco o jogando também, liguei a tv pro ambiente não parecer tão vazio e fui atrás de alguma coisa pra comer, o álcool tava começando a fazer efeito e eu não queria ficar bêbada sozinha em casa, é deprimente.
   A notícia que passava na TV chamou minha atenção, na verdade eu só comecei a ouvir quando anunciaram o nome do hospital em que a Lívia trabalha. Sai correndo pra sala e parei na frente da tv vendo a notícia que estava passando “ tiroteio em hospital, 17 baleados confirmados.” Era a manchete, eu nem sei se meu coração acelerou ou parou, meus olhos inundaram e imediatamente levei as mãos na boca, era o turno dela, ela estava no hospital por isso não foi beber comigo e com a Ellen.
    Procurei desesperada por meu celular, talvez ela tenha saído pra comer, Deus por favor, que ela esteja fora do hospital, procurei seu contato com as mãos tremendo e o celular só chamava, talvez estivesse no armário dela, ou na bolsa. Só esteja viva por favor.
     Meu celular começou a vibrar e vi que era a Ellen que me ligava
    “ Ellen você tá com ela? Tá com a Lívia? – falei desesperada
      -  Não, não estou, acabei de ver o noticiário
      -  É o turno dela Ellen, ela tá lá dentro
       - Ritu se acalma, ela pode ter saído, ela deve estar bem
     -   E se alguma coisa aconteceu ela? Ela não atende o celular
     -   Precisa se acalmar, quando nunca ela vê o celular.
     -   Vou desligar, você tá ocupando a linha, ela pode me ligar. “

Desliguei sem dar a chance da Ellen se despedir, peguei as chaves do carro e da casa e saí em disparada pro hospital, eu vou socar a cara daquele filha da puta.
   Parei a alguns metros do hospital porque estava lotado de viaturas, fui andando pra entrada do hospital procurando pelos cabelos dela mas não a encontrei, pedi informação para alguns policiais mas eles ainda não tinham a identidade dos baleados nem de quem estava lá dentro.
   Os minutos passavam e minha ansiedade crescia, toda aquela gente, todos aqueles policiais porque ninguém entrava lá? Porque ninguém fazia nada?
    Ellen entrou no meu campo de visão e parecia estar me procurando, assim que me avistou veio até mim quase correndo.
    - Sabia que ia estar aqui! Tem alguma notícia?
    Acenei negativo com a cabeça e ouvimos alguns tiros, houve um momento de comoção mas eu nem sabia oque estava sentindo, eu era só medo, nada mais.
    - e se esses tiros foram pra ela? E se ela estiver machucada? Ela pode estar com dor, com frio, ela deve estar com medo e esses idiotas não fazem nada!
    - para de pensar no pior! Daqui a pouco ela vai sair por aquela porta, ela é esperta.
    Ellen me abraçou e eu me permiti chorar, desabafei até que não houvessem mais lágrimas.
    Mais tempo se passou, 1 ou 2 horas talvez, não sei bem, estava transtornada.
     “pegamos o atirador,  vamos começar a liberar os feridos” ouvi um dos polícias anunciar pra outro
Corri pra perto da barreira pra ver se ela estava entre os feridos, várias macas sairiam mas ela não estava em nenhuma oque significava que ou ela ia sair andando ou ia sair em um saco preto. Ou ia ser uma notícia muito boa ou muito ruim. Eu não estou pronta pra perde-la.
    Se passaram mais alguns minutos e aos poucos as pessoas começavam a sair, estavam liberando por andar. Alguns de jaleco, outros pacientes, mas nenhuma daquelas pessoas era ela.
    Vi eles liberarem o térreo, o 1º, o 2º, o 3º andar e ela ainda não tinha saído, a cada pessoa que saía, a cada andar um pedaço de mim se quebrava. Eu só quero ela.
    É agora ou nunca o último andar vai ser liberado, ou ela sai andando ou vamos ter que ir a um funeral.
     As pessoas do último andar começaram a sair e as lágrimas começaram a descer, eu não via ela, Ellen segurava minha mão e também tentava achar ela, mas ela não saía. Era isso então? Eu nunca mais vou ver ela?
     Até que comecei a ver aqueles cabelos, os cabelos que me chamaram atenção desde a primeira vez. Minhas pernas tremiam, meus membros latejavam e eu achei que ia desmaiar, ela estava viva, estava bem.
    Assim que ela me viu saiu da área do isolamento e correu até mim, a abracei forte aspirando o cheiro dela enquanto sentia ela chorar no meu ombro, também me permiti chorar ali, nunca senti tanto medo em toda minha vida.
     - você tá com sangue, tá machucada? Foi baleada? – falei passando as mãos no cabelo dela
     - esse sangue não é meu – ela disse com os olhos cheio de água e aquilo me quebrou.
     - vamos pra casa, eu vou cuidar de você.
    Ela abraçou um pouco Ellen e foi em direção ao meu carro, falei rapidamente com Ellen também e fui correndo atrás dela. Eu nem consigo imaginar oque ela passou.
 
POV Lívia
     O caminho até a casa da Ritu foi silencioso, ela me ajudou a entrar no carro e colocou o cinto em mim, a única coisa que eu consegui fazer foi encostar a cabeça no vidro do carro, tentei fechar os olhos mas assim que fechei só consegui ver sangue, a arma e até quase conseguia ouvir os tiros. Abri os olhos novamente e fiquei olhando o caminho até a casa tentando entender tudo que aconteceu.
      Senti o carro parar e novamente Ritu veio pro meu lado, tirou meu cinto e me ajudou a sair do carro, ninguém nunca cuidou de mim como ela faz, não é atoa que sou louca por ela.
      Ela me levou pro banheiro, me sentou na beira da banheira e foi para o quarto, depois de um tempo ela voltou com uma muda de roupas, devagar ela me ajudou a tirar a roupa enquanto a banheira enchia, jogou alguns produtos lá dentro e  me colocou dentro dela.
     Suas mãos formavam uma concha e ela molhava meu cabelo com água quente aos poucos, tão bom! Em seguida pegou uma bucha e começou a lavar meus membros, eu estava um pouco machucada mas não era nada de grave.
      O silêncio era grande no banheiro, a única coisa que a gente ouvia era o barulho da água conforme os movimentos dela, mas não era um silêncio desconfortável, era um silêncio bom, um silêncio acolhedor. Percebi que estava olhando pra água o tempo todo então virei pra olhar ela, a franja estava solta, metade do cabelo preso e metade solta, vestia uma camisa listrada e estava com calças jeans, linda.
      Passei a mão no rosto dela a molhando um pouco, seus olhos estavam inchados de chorar e algumas lágrimas ainda caíam, fui tentar secar ela mas acabei molhando mais oque fez a gente rir.
      - Não precisa chorar, eu tô aqui, tô aqui por você.
      - eu sei que oque você passou foi muito pior, mas foi horrível, não saber se estava viva ainda, não poder fazer nada, nunca mais quero sentir isso.
      Suspirei tentando encontrar palavras mas não tinha texto elaborado pra esse momento, não existia nada certo pra dizer, exceto a verdade.
      - O dia começou tão bem, visitei meus pacientes, fiz uma pequena cirurgia e aí tudo começou, eu ouvi os tiros e me escondi em baixo de uma maca, quando eu saí no corredor tinha tanto sangue Ritu, achei uma enfermeira viva, tentei ajudar ela mas ele voltou pro andar, passei o sangue dela em mim e me fingi de morta torcendo pra ele não lembrar que só atirou em uma enfermeira ali. Tive tanto medo. Eu só queria sair dali, daquela hospital, vir pra sua casa e te beijar, beijar até minha boca doer e dizer que quero você, quero você na minha vida, quero você com um anel igual ao meu, quero você nua na cama, quero você. Ali, diante da morte, eu percebi que meus medos são tão insignificantes e que não vale a pena perder tempo por causa de um medo bobo, eu realmente achei que ia morrer.
   Ritu estava estática, só me olhava surpresa, talvez eu tenha assustado ela.
   - você gosta de mim?
   - mais do que você imagina!
   Ela se levantou, achei que ia sair e me deixar sozinha mas a vi tirando os sapatos e entrando na banheira em seguida, de roupa e tudo.
    - Oque você tá fazendo? – perguntei surpresa rindo
    - entrando na banheira com você! – ela disse como se fosse obvio
    - de roupa?
    - depois você tira ela pra mim – ela falou se sentando em cima de mim com uma perna de cada lado.
    - tiro? – perguntei incrédula vendo ela tão perto de mim.
    - com certeza!
    Segurei em sua nuca e a trouxe pra ainda mais perto de mim, nossos lábios se roçaram até que finalmente eles se encaixaram, nosso beijo era feroz, quente, intenso, rápido. Nossas mãos estavam nervosas e não paravam quietas, eu tocava sua cintura, sua nuca, seu rosto até seu bumbum e só paramos quando perdemos o fôlego. Assim que o recuperamos voltamos a nos beijar, dessa vez com mais calma, devagar, sentindo cada movimento, aproveitando cada segundo, depois da euphoria a gente queria desfrutar uma da outra, se conhecer de um modo que a gente nunca tinha feito.
      - Eu sei que sou insegura, sei que as vezes sou meio sem juízo, mas eu amo você, só me dá uma chance!
      - Ritu, eu te daria essa chance mesmo que não pedisse, eu também amo você, eu disse, estou aqui por você! Sou eu quem tem que te pedir uma chance, apesar da minha agenda ser meio doida eu prometo que vou fazer de tudo pra te ver feliz!
   Ela não respondeu só me beijou novamente, de forma apaixonada, com uma duração maior que os outros, ela em cima de mim estava me deixando doida.
    Mesmo pegando fogo ela me ajudou a terminar o banho e saímos da banheira, naquela noite apenas deitamos e dormimos juntas, teríamos uma vida inteira pra fazer amor, não precisávamos ter pressa, até porque eu estava quebrada demais pra fazer qualquer coisa naquela noite e o fato de a Ritu entender isso só me fazia a amar ainda mais.

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Tivemos mais de 2.000 palavras 😱😱 oque acharam ???
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Ritu Arya/ Lila Pitts one shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora