Regras da Universidade

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Carolina

Acordo com alguém me balançando para lá e para cá, abro meus olhos ainda sonolenta e vejo meu irmão Miguel, ele parece estar bravo, não sei o motivo pois acabei de acordar e só queria continuar a dormir.

Miguel —se você não se arrumar agora irei embora sem você, vai se divertir muito andando para universidade que está a três quilômetros daqui. / Dou um pulo da cama no mesmo momento ao lembrar que tenho que ir para universidade.

—desculpa, esqueci completamente, quantos minutos faltam para a gente ir. / Pergunto me levantando.

Miguel —meia hora. / Diz me olhando, ele já está arrumado com uma roupa social normal.

—por que não me acordou antes!? / Falo correndo para o banheiro.

Miguel —por um acaso tenho cara de despertador? Você sabe muito bem suas responsabilidades, eu te avisei sobre isso, não sou a nossa mãe. / Entro no banheiro sem olhar para cara dele pois preciso me arrumar rápido.

—desculpa, isso não irá voltar a acontecer, prometo. /Com certeza isso vai voltar a acontecer, sou preguiçosa.

Miguel —melhor mesmo, a faculdade tem regras e uma delas é usar calça jeans e blusas que não deixem o sutiã aparecendo, as blusas não podem ser muito curtas também. / Odeio regras...

Tiro minha camisola e na hora lembro que não peguei as roupas para me vestir aqui, saio do banheiro e me deparo com Miguel sentado em minha cama me esperando, ele olha para mim sem acreditar, estou só de calcinha e sutiã, acho que ele nunca mais me pegou desse jeito pois ele começou a morar com a família do pai a três anos, nosso relacionamento familiar de irmãos acabou aos 15 anos e ele começou a me odiar depois disso.

Ignoro a reação dele e pego minhas roupas no armário, sinto o olhar dele em mim em todo o tempo, vou para o banheiro de novo, começo a me vestir, passo uma maquiagem básica e saio com o cabelo penteado.

Miguel —esta pronta? / Pergunta me olhando.

—sim. / Pego meu celular em cima da mesa e  minha mochila, quando completei 18 pensei que ia parar de estudar mas olha eu aqui, irei fazer faculdade por anos.

Miguel —seus peitos  e bunda cresceram desde a última vez que te vi, pensei que você seria reta igual uma vassoura. / Não sei se devo levar como elogio ou como ofensa.

—vamos, não quero me atrasar. / Falo apresada.

Saímos do apertamento e vamos até o carro, entro nele e fico a olhar Miguel dirigir. Sei que meu meio irmão queria ter conhecido o pai que foi morto pelo meu, mas ele teve a família paterna para dar a ele amor e carinho.

—obrigada por ter me deixado ficar no seu apê e estar me levanto para faculdade, eu consigo entender o porquê de você ter me ignorando nesses últimos três anos, eu também me odiei por ser filha de um monstro, não quero perder você Miguel, não quero me afastar de você. / Falo desabafando tudo que senti nesses últimos anos.

Miguel —eu demorei muito a entender que você não tinha culpa nenhuma no que aconteceu com meu pai, você foi somente mais uma vítima criada a partir de um estupro e eu entendo isso agora, eu culpei nossa mãe, mas sei que ela foi a que mais sofreu por ter perdido o amor da vida dela e ter dito eu tirado de seus braços depois de nascer, ela sofreu e eu a culpei ela pela morte do meu pai. / Ele parece culpado.

—agora eu não sei mais o que dizer. / Falo olhando as ruas.

Miguel —vamos esquecer a passado e seguir nossas vidas, é isso que precisamos fazer. / Ele realmente quer seguir em frente.

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⏰ Última atualização: Nov 14, 2020 ⏰

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