Marelyn estava em seu quarto deitada na cama, havia acabado de acordar, mas sua mente estava tão ativa quanto em uma prova — que se mal estudou. Por um momento fez para si mesma um sinal de silêncio. Ryan abriu a porta do quarto e ela se assustou, trazendo um semblante de espanto.
— Bom dia... — disse ele e notou a expressão de Marelyn. — Tá tudo bem?
— Eu?... — respondeu ela. — Sim, sim...
— Vamos tomar café, já tá tudo pronto.
Os dois foram para a sala de jantar e sentaram-se à mesa, na primeira garfada de Ryan em sua panqueca a campainha da casa tocou.
— Tá esperando alguém? — disse Marelyn preocupada.
Ryan recuou o garfo que estava prestes a entrar em contato com a sua boca e respondeu:
— Não... Ah, Janette deve ter vindo mais cedo.
Se levantou, largando o pedaço de panqueca na mesa e foi atender. Simon quem o aguardava.
— Posso entrar? — disse ele. — Tá frio aqui fora.
— Não tem jeito, né... — respondeu Ryan e abriu espaço para ele entrar. — Essa hora? Eu tava começando a tomar café.
Simon deu de ombros, entrou e disse:
— Eu só quero resolver as coisas, e que a gente volte a ser o que era antes.
Os dois se sentaram no sofá.
— Mas você entendeu o que eu quis dizer sobre você gostar de um crime ...
— Que talvez nem seja real — interrompeu Simon.
— Agora você acha irreal?
— Eu tenho as minhas dúvidas, no dia da festa eu tava meio que querendo acreditar em qualquer coisa relacionada a terror... — disse Simon e soltou uma risada rápida. — Desculpa por isso. Entendo o seu ponto de vista e respeito.
Ryan suspirou com um leve sorriso e disse: — Eu não te entendo... Sério.
— Então... Paz?
— Claro — disse Ryan, e os dois deram um curto abraço. — Agora eu acho que você que não vai me entender...
— Por quê?
— É que ontem eu pesquisei sobre o Papai Noel do Gorro Preto, e achei uma informação em um fórum...
— Fórum? — interrompeu Simon e riu. — Regra básica pra quando pesquisar qualquer coisa na internet: não acredite em fóruns.
— Enfim... Algumas pessoas tavam discutindo se o caso era verdade ou não, aí apareceram duas pessoas que disseram que o site da história existe e que ficou sabendo disso em um outro fórum, na deepweb, onde tinham pessoas que realmente conseguiram entrar no site e viram o que tinha lá, venda de órgãos.
— O que?! — disse Simon com um leve espanto. — Tá... Não posso fingir, eu também já vi relatos assim quando tava revirando tudo sobre o caso.
— E mesmo assim você gostava... Decepção.
— Eu já expliquei... — disse Simon e um pensamento o surpreendeu. — Mas pera aí, você tá me falando isso por que agora você quem acredita?!
— Não é bem assim...
Simon riu e o interrompeu:
— Então é o que?
— Depois que eu fiquei sabendo sobre o site o caso se torna provável, eu vou tentar entrar nele pela deepweb e descobrir se ele existe ou não.
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O Papai Noel do Gorro Preto
Mystery / ThrillerUm suposto caso de assassinato ocorrido no natal de 2005 é divulgado, se tornando um fenômeno em todo o mundo. Enquanto a maioria das pessoas se divertiam com o estranho crime envolvendo um Papai Noel de gorro preto e seu livro, Ryan se recusava a a...