POV BIANCA
Sexta-feira, São Paulo, 11 am.
Toda sexta é sempre a mesma coisa, todos querem sair e eu sou a única esquisita que quer ficar em casa, como se fosse algum problema querer ficar longe de bagunça e problemas. Prefiro mil vezes ficar lendo um bom livro ou colocando em dia minhas séries mas infelizmente eu não tenho outra escolha hoje.
– Que roupa você vai bia? - Disse Mariana depois de falar algumas outras coisas que eu simplesmente não faço idéia do que seja porque me distrai vendo um cachorrinho pela janela do meu apartamento.
– Então Mari, eu estava pensando sobre isso...
– Não Bianca, não existe nenhuma chance de você não ir hoje, qual é você prometeu, lembra? Além do mais faz muito tempo que você não sai com a gente. - Mariana disse me olhando de forma séria.
– Eu sei que eu prometi meu amor, mas você sabe dos meus motivos, eu não sei o que acontece que eu não consigo controlar.
Eu tenho um problema, quer dizer, eu acho que tenho. Toda vez em que começo a tomar algo alcoólico eu exagero, parece ser algo fora do meu controle, mais forte do que eu. Então eu tenho evitado sair para baladas ou qualquer outra "festinha" que meus amigos proponham, pra que não corra o risco de me exceder como das últimas vezes, até porque na maioria das vezes eu nem me lembro do que acontece.
– Eu tomo conta de você mozão, vamos, por favooor!! E se preferir, nem precisa beber nada com álcool.. contanto que você dance e curta igual.
Mari sempre foi uma pessoa muito especial pra mim, inclusive me cuidou em várias ocasiões nas quais eu exagerei, sem dúvidas minha melhor amiga. E por isso eu me sinto culpada em negar esse tipo de coisa, já que ela só se preocupa com meu bem estar.. e também quer uma companhia decente pra paquerar, mas eu prefiro pensar que ela não quer me deixar sozinha em plena sexta a noite.
– Tá bom, Mariana, você venceu. Eu vou com vocês hoje mas já aviso que não vou demorar por lá e muito menos ingerir álcool, mas, eu te ajudo a dar uns beijinhos.
– Obaaaa!! Nós vamos nos divertir muito mozão, eu garanto.- Disse Mari me olhando com uma cara perversa.
21h pm.
Faz algumas horas que eu estou revirando meu guarda roupas inteiro, atrás de algo que me deixe impecável. Eu não estava animada pra esta noite, mas depois da conversa que tive com Mariana mais cedo eu acabei refletindo em como minha vida estava sem graça, quer dizer, não que antes ela fosse muito animada mas era mais divertida. Eu passei por diversas coisas nos últimos anos, dei muitos pts, pra falar a verdade acho que esse era o ponto alto da minha vida.. beber até vomitar, isso soa muito triste, olhando agora. A maioria das pessoas que eu conheço tiveram emoções diferentes, alguns sobre o efeito de alucinógenos, outros sobre o efeito do amor, que, sinceramente olhando daqui não me parece ser muito diferente de um alucinógeno. Está ai uma coisa que eu preciso sentir, o amor. Tenho 23 anos e até hoje não me apaixonei perdidamente por ninguém, claro que já tive alguns namorinhos por ai mas nada em que eu olhasse e pensasse uau eu te amo. E esse foi um dos motivos de eu ter parado de ir para baladas, shows, festas universitárias e derivados.. Eu quero amar, quero sentir isso que sempre leio em livros, que vejo em filmes e séries, eu quero provar esse tal alucinógeno que é o amor. Mas não adiantou, eu mudei os ambientes, a forma de viver, o modo de vestir e o amor não veio pra mim. Será que é pessoal? Eu fiz algo pra você destino? Bom, de qualquer modo eu desisti disso, eu vou voltar pro que sempre deu certo e que me acolheu que é a farra. Acho que eu preciso de algo místico para que eu finalmente consiga sentir o amor, finalmente me apaixone, vou pesquisar sobre isso.. talvez eu precise de algo como sei lá, um santo? Ou uma santa.. não sei.. vou deixar pra pensar nisso na aula do Sr. Macedo, é definitivamente uma ótima aula pra pensar sobre o ser místico e glorioso que me fará conhecer o amor.
– Bia? Posso entrar?
Escutei a voz de Mariana vindo da porta do meu ap me distraindo dos meus pensamentos, e só ai me dei conta de que estava de toalha até agora.. ela definitivamente iria me matar.
– Oi meu amor, humm, ahn.. Pode sim.- Eu disse depois de me atrapalhar toda pensando em uma desculpa para dar pra Mariana sobre o porque do meu atraso.
– BIANCA??? Por que você ainda está de toalha??? Já são 21:25, os meninos vão passar aqui pra nos pegar as 22:00. Você tá doida é? Por que ainda não se vestiu?
– Eu não consigo achar nenhuma roupa que eu goste.
– Sabe bia, se eu gostasse um pouquinho menos de você com certeza eu te deixaria aqui plantada de toalha numa sexta a noite pra se afundar em filmes e chocolates, mas, como eu sou a melhor de todas eu vou te dar o privilégio da minha ajuda. - Disse Mariana com deboche.
– Uau! - Mari falou assim que eu sai do meu quarto depois de vestir a roupa que ela escolheu e me maquiar.
– Gostou? - Falei meio incerta sobre a escolha do look, sempre fui meio insegura, exceto quando estou bêbada.. quando o álcool entra no meu corpo eu sinto como se não fosse BIANCA ali. Talvez eu devesse criar um nome pra essa minha personalidade nova quando bebo.. Que tal "Maria"? Humm, muito bobo e comum, quero algo que exale sensualidade pra que eu entre no personagem.. Acho que vi um filme uma vez que era tipo isso, a garota tinha um "alter ego" pra certas situações. Mas não consigo lembrar qual era o nome que ela usou, enfim.
– Se eu gostei??? Você está MA-RA-VI-LHO-SA Bianca, meu deus, fazia muito tempo que eu não te via tão gata assim! Sem ofensas, claro. Mas com certeza você vai arranjar inúmeras bocas pra beijar hoje. - Mari falou com um tom eufórico
– Pode ser..
– Vamos? - Falou ela.
– Vamos! - Eu disse meio incerta sobre minha decisão mas sem opções pra voltar atrás.
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oiii, eu sonhei com isso hoje e fiquei pensando o dia inteiro sobre e decidi escrever pra ver se aliviava a emoção e tensão (?) que eu tava sentindo. enfim nem sei se isso vai ter alguma view mas eu como uma boa rabia emocionada e sonhadora precisei escrever
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My Saint
FanfictionRafaella e Bianca, uma conexão, um amor, algo acima daquilo que se possa provar real. Santa Rafaella é piedosa o suficiente para a impiedosa Bianca Andrade? Existe um meio termo dentro dos padrões impostos em suas vidas por terceiros? O amor vai ser...