✻Aviso de gatilho á frente ✻
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✻Finalização✻
Mães narcisistas. O termo não era muito conhecido, mas devia ser porque as recorrências de casos eram mais do que extensas. Uma mãe narcisista tem a habilidade de destruir o espirito de um filho usando a agressão e a falta de carinho como as suas principais armas. É um ambiente nocivo e cheio de magoa e dor.
Foi nesse ambiente tumultuoso que Sakura nasceu, como filha única ela foi o bode expiatório da mãe desde o momento que abriu os olhos. Mebuki Haruno era uma mulher fria e dominadora que só engravidou para forçar Kizashi a continuar com ela, mas quando deu a luz uma adorável garotinha e viu seu marido se encantar pelo bebê mais do que por ela, ressentiu-se da filha de imediato. A infância de Sakura foi recheada de descaso cruel. Mebuki não perdia a oportunidade de maltratar, insultar, diminuir e humilhar a garota, muitas vezes com adjetivos que ela ainda nem conhecia o significado, mas viria a conhecer.
Lá pelos seis anos, Sakura já sabia cuidar de si melhor do que muitas pessoas com o triplo da sua idade. Se ela não cozinhasse, não comia, se não aprendesse a tomar banho, ficava suja, se não gravasse o caminho da escola para casa, ficaria perdida e assim por diante. Tudo que era ruim ficou pior quando, cansado de tudo, seu pai foi embora poucos dias depois de seu aniversário de doze anos.
A entrada da puberdade que por si só já era uma fase sensível e de descobrimento pessoal foi um verdadeiro inferno graças aos comentários de Mebuki.
"Está se arrumando para quê? Nem um milagre é capaz de te deixar minimamente bonita ou atraente!"
"Vai sair com um garoto? Sabe o que ele só quer te comer, não sabe? E quando conseguir vai te largar. É o que acontece com as vadias!"
"Faculdade de medicina?! Você? Nunca vai conseguir, você é burra demais para uma coisa dessas!"
Aos quatorzes anos ela aprendeu formas muito violentas de aliviar aqueles sentimentos ruins, formas que marcariam sua pele para todo o sempre. Mangas longas já eram parte do seu guarda roupa porque escondiam seu corpo para alivio da sua auto estima mutilada, e ajudaram também a manter sua progressiva agressão contra si mesma escondida.
Um pouco depois de completar dezesseis anos, seu sofrimento atingiu o ápice e tentou acabar com tudo aquilo, contudo falhou e terminou indo parar no hospital. Onde pela primeira vez na vida foi abençoada com um pouco de sorte. Tentativas de suicídio chamavam atenção, e no caso dela por ser menor de idade, uma assistente social foi designada para avaliar seu caso. Era um anjo chamado Shizune, que graças ao seu profissionalismo, conseguiu identificar a raiz de todos os problemas ao entrevistar sua mãe e observa-la de longe sem que ela notasse.
Por algum motivo distorcido, Mebuki apesar de todos os maus tratos não queria abrir mão da filha. Alguns poderiam supor que era o medo de ficar sozinha, mas Sakura sabia a verdade. Ela não queria perder o fundo que seu pai havia deixado apesar do abandono, nem o seu saco de pancadas pessoal. Graças a sua idade, sua opinião foi ouvida e conseguiu forças para dizer que não queria fica mais perto da genitora. Não foi fácil se livrar daquela dependência esmagadora e toxica. Ir para um abrigo era melhor do que voltar para aquela casa. Tocada pela luta da adolescente, Shizune se prontificou a ser sua tutora até que atingisse a maior idade e como só faltavam dois anos para aquilo, não seria um sacrificio.
O processo foi longo e arrastado, cheio de chantagens emocionais por parte de Mebuki que acusava Sakura de estar abandonando ela, que ela tinha a obrigação de ficar com a mãe e coisas tão incabíveis que Sakura chegou muito perto de surtar. Foi por isso que Shizune achou melhor levar a menina para uma cidade mais tranquila e longe da genitora. Assim a Haruno chegou a Konoha bem no meio do ano letivo.
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Antes de Ir
FanfictionA dor de perder alguém de forma repentina não pode ser quantificada e nem explicada. Ao colocar seus sentimentos em palavras, Sasuke jamais poderia supor que no final seria ele mesmo a acalentar seus entes queridos. Afinal todos tinham algo a dizer...