Sando

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O jantar naquela noite foi farto e alegrou não somente Akamaru, mas Kiba e Shino também. Eles se aproximaram mais daquele dia em diante na viagem e como combinaram, cada um foi descobrindo coisas novas e no final do dia se reuniam na terma para contar o que viram, o que fizeram e outras novidades. Kiba retornava tão exausto dos passeios que as vezes mal conseguia se mover na água.

— Está tudo bem?

— Ah, sim, hoje eu não fiz muitas coisas. — Kiba espreguiçou-se, levando as mãos atrás da cabeça enquanto mantinha os olhos fechados, apreciando a água quente adormecer seu corpo nu. — Akamaru encontrou uma companhia feminina peluda mais interessante do que eu e me deixou sozinho em dois tempos. — Ele gargalhou, coçando o nariz. — O que fez hoje?

— Hmm... — Shino sibilou. — Acho que nada muito emocionante aos seus olhos.

— Vamos lá, me deixou curioso agora. — Ele sorriu na direção de Shino, por acaso não havia notado que o cabelo do amigo estava bem preso para trás, era novidade o penteado. Kiba possuía um olfato invejável e conhecia o cheiro de todos. Mas era péssimo com detalhes quanto a forma física das pessoas, já era um custo ter que ser obrigado a prestar atenção em detalhes ínfimos da mãe e da irmã quando elas mudavam algo.

Francamente, Kiba não via diferença nos brincos, esmaltes ou na maquiagem que usavam. A não ser quando exageravam e ficavam parecendo palhaços de circo. Uma dica mental era nunca falar isso em voz alta. Kiba cresceu na companhia de muitas mulheres, o Clã Inuzuka tem pra dar e vender (mais um comentário mental que também não deve ser pronunciado em voz alta), elas eram muito exigentes com tudo. Rigorosas, mas muito amorosas, as vezes passionais e assustadoras, mas amava cada uma das mulheres que viviam ao seu redor. O cheiro delas era inconfundível, e se pudesse compará-las com cachorros (não era nem louco em falar isso em voz alta), com certeza elas seriam as líderes da matilha.

O Inuzuka balançou a cabeça, fazendo os cabelos soltarem respingos de água. Conseguia facilmente se perder em seus pensamentos. Enquanto ele estava pensando, Shino falava sobre o templo que visitou e como foi revigorante a meditação. Kiba apenas assentiu com a cabeça e sorriu, fingindo que havia compreendido cada palavra. Mas o amigo o conhecia bem demais para saber que ele não entendeu nem metade.

— Talvez uma noite de sono ajude. — Aconselhou.

— Nada disso. — Kiba fez um bico. — Eu estou de férias e quero aproveitar. Que tal sair para beber hoje? Acho que o Akamaru não volta tão cedo.

— Você ainda não tem vinte e um anos completos para beber. — Shino falou, acabando com a animação de Kiba.

— Então você vai lá e compra bebida para a gente. — Ele disse sorridente, resolvendo a questão, mas sabia que o Aburame era muito certinho e sempre que ele pedia para comprar bebidas, vinha um sermão em seguida sobre ação e consequência do álcool.

Já estava elaborando uma frase incisiva sobre ele ser homem o bastante para beber, quando Shino concordou. Kiba só não ficou chocado porque achou que havia sido muito convincente no começo da conversa.

Eles saíram da terma e cada um foi para seu quarto, não levou muito tempo para se arrumar e Kiba já estava na recepção a espera de Shino.

— Nossa, você demorou. — Ele comentou, sua intenção não era ofender, mas pela falta de resposta e a expressão nula de Shino, parecia que estava sendo grosseiro. — Vou com você até a loja, eu compro comida e você as bebidas, vamos fingir que não nos conhecemos. Assim ninguém vai te incriminar por oferecer bebida alcoólica para um menor.

— Parece que você pensou em tudo.

— Sabe como eu sou. — Kiba sorriu. Eles deixaram a recepção e caminharam pela rua. Estava achando Shino mais calado do que o normal. Então puxou algum assunto sobre o tempo e a última semana de férias que possuíam. — Acho que vou tentar esse negócio de meditação, sabe?

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