Shaden

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Os cabelos de Kiba ainda estavam molhados e escorria por suas costas. Ele vestiu as roupas rapidamente e nem olhou para trás, ignorando a presença do monge curioso. Shino estava parado em frente a uma nova fonte feito de pedra, essa possuía conchas de madeira para serem utilizadas para beber a água. Kiba estava com a garganta seca, ele foi logo pegando a concha para beber, até Shino explicar que aquela água era para lavar as mãos, explicando o ritual Temizu.

Kiba anuiu, sentindo-se constrangido por cometer mais uma gafe, mas Shino não sabia que ele havia cometido uma atrás da outra desde que chegaram naquela vila, por isso parecia muito tranquilo.

— Pegue a concha apenas com a mão direita e em seguida lave a mão esquerda, e vice-versa. — Shino exemplificou, lavando a própria mão. — Em seguida lave a boca, mas não beba a água. Esse ritual vai purificar nosso espírito das coisas mundanas. Vire a concha assim, para que escorra toda a água. E retorne a concha apoiada no bambu virada para baixo.

Dessa vez Kiba decidiu prestar atenção para não passar vergonha. Ele fez o ritual conforme Shino explicou e com cuidado para não esquecer nada do passo a passo. A seguir, eles caminharam calmamente até o altar principal. Shino tocou o sino e juntou as mãos em frente ao corpo. Esse era um ritual conhecido por Kiba, então ele não teve medo de fazer algo errado.

Ele relaxou, sentindo o ar fresco entrar em seus pulmões e achou que aquele retiro não seria de todo ruim. Um novo monge se aproximou e os levou até uma segunda entrada. Era um portão de madeira escurecido e parecia ser tão velho quanto aquelas colunas da entrada.

O monge contou a história da construção do templo, enquanto oferecia para eles frutas e pães. Kiba aproveitou o momento se sentou na companhia de outras pessoas que estavam visitando o templo. Só que a conversa estava indo para um caminho que ele não estava gostando muito. Vencendo a vergonha que estava de si mesmo e de falar com Shino, ele cutucou o amigo e perguntou do que se tratava todas aquelas recomendações.

— Os sons do ambiente são importantes para a gente se conectar com a natureza, é por isso que eles possuem essa regra de não falar, para que não tenha uma quebra da conexão.

— Saquei, então esses caras aí não conversam nada lá dentro?

— Exatamente, eles não falam. — Shino balançou a cabeça confirmando.

— Cara, que merda, imagina ficar sem poder falar? Eu que não ia aguentar. — Kiba gargalhou, pedindo desculpas a seguir por ter interrompido a fala do monge.

— Kiba, creio que você não está entendendo. — Shino ajeitou os óculos e virou o rosto em sua direção. No minuto seguinte o sorrido de Kiba estava morto. — Nosso retiro é esse.

— Como é?

— Vamos entrar com o monge no templo para o retiro de três dias, e essas são as regras.

— Não, você está brincando. — Kiba riu, mas sem achar muita graça do que o Aburame dizia.

— Eu deixei um panfleto com as informações do retiro no seu quarto, lembra-se?

Kiba se esforçou para tentar lembrar, até que se recordou de que deixou o papel em cima da mesa do quarto de hotel. Ele não leu o panfleto, fato. Mas, como Shino o levou para aquele lugar sem dizer: Olha, Kiba, você acha que vai conseguir ficar três dias inteiros sem abrir a boca para falar merda?

— Porque você não me falou? — Kiba tentou baixar a voz, mas estava nervoso demais.

— Você mesmo quem disse que viria não importava o que acontecesse.

A tranquilidade de Shino começou a irritar o Inuzuka. Ele estava se sentindo traído pelo amigo, com certeza aquilo era uma forma dele ser penalizado por tê-lo flagrado na noite anterior.

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