o feitiço

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Lily Evans sabia muito bem como eram seus colegas de casa. E também sabia muito bem como era seu melhor amigo. Não concordava em nada do que Severus dizia — e, às vezes até concordava que ele merecia algumas das coisas que os Marotos faziam a ele, não que um dia fosse admitir isso aos garotos. Entretanto, havia limites nas brincadeiras que deveriam ser feitas e ela, como Monitora, tinha o dever de impor esses limites. Então é claro que quando James Potter estava levitando o sonserino do lado de fora do castelo, ela interviu a favor do melhor amigo. O que ela não esperava era que Severus realmente fosse usar aquele palavreado para referir-se a ela.

A ruiva sabia que Severus era adepto àquela ideologia estúpida de puros sangues e que constantemente estava praticando seu preconceito aos nascidos trouxas junto dos demais sonserinos. Entretanto, ele ainda continuava sendo seu amigo, mesmo sabendo que Lily era uma nascida trouxa. Evans tinha a doce ilusão de que isso poderia significar que Severus não estava tão imerso naquela loucura. Descobrira que estava enganada quando o ouvira pronunciar aquela palavra que tano odiava em sua direção.

— Potter, solte-o agora! — A ruiva disse enquanto marchava em direção ao moreno.

— Ah, Evans, seu amigo merece isso — James respondeu sem tirar o sorriso do rosto.

— Não me obrigue a tirar pontos da Grifinória, Potter, sabe que eu o farei se for preciso — a ruiva continuou.

— Eu não preciso da ajuda de uma sangue-ruim, Lily — Snape disse ainda no ar.

Lily não fora a única que ficara surpresa com a atitude do sonserino. James abaixara a varinha, fazendo com que o garoto caísse. Remus levantara o olhar do livro que lia despreocupadamente ali perto. E os risos de Sirius e outros alunos que estavam por perto cessaram.

Era de conhecimento geral que Severus se achava superior por ter uma mãe bruxa, não fazendo amizade com ninguém que não fosse de sangue puro. Também era conhecimento de que Lily era única excessão a regra — única e exclusivamente devido a enorme paixão (não recíproca) do garota pela grifinória. Evans era a única que defendia Snape das pegadinhas dos Marotos. Vê-lo ter uma atitudes daquela para com a ruiva era algo difícil de acreditar.

Ainda tomada pela surpresa e num ato impensável, Lily apontou a varinha para o moreno ainda no chão, azarando-o.

— Dormentia — disse, para logo em seguida, sair correndo dali, sem olhar para o garoto que segurava o braço esquerdo com a mão direita, gritando de dor.

Sirius e James trocaram um olhar enquanto Remus se aproximava e lançava o contrafeitiço da azaração. Potter fez menção de ir atrás de Lily, mas sentiu uma mão o segurando.

— Ela precisa de um tempo — Lupin disse.

Talvez James realmente daria um tempo para a garota, mas a visão de Snape indo atrás da ruiva o fez se desvencilhar do amigo e ir em direção a torre da Grifinória.

Não imaginava onde Lily poderia estar, mas a acharia facilmente com o mapa que ele e os meninos haviam feto do castelo durante esses anos em Hogwarts. Encontrou Peter deitado na cama e o perguntou sobre o papel, que logo lhe foi entregue. Potter o abriu rapidamente, dizendo as palavras que revelariam a planta da escola com os nomes dos alunos e rapidamente se pos a procura do nome de Evans junto com o amigo. Assim que a viu escondida em uma das passagens secretas, saiu em sua direção, deixando um Pettigrew confuso para trás.

Ao passar pelo quadro da mulher gorda, encontrou Severus logo na entrada do salão. Ignorou, sabendo que Evans não passaria por ali tão cedo e seguiu em direção ao local que o mapa mostrara. Diferente do que esperava, notou que Snape o estava seguindo. Odiava como sonserino era altamente desconfiado dos Marotos — ele geralmente estava certo quanto as desconfianças, e isso irritava ainda mais o Potter. Sabendo que o moreno desconfiava que James estava indo para onde Lily estava, o grifinório decidiu despistar o garoto em um dos corredores da escola, que estava cheio de alunos, e entrou em um buraco escondido por uma tapeçaria. 

DormentiaWhere stories live. Discover now