PRÓLOGO

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Uma pequena mariposa desastrada voava pelos arredores da casa em alta velocidade

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Uma pequena mariposa desastrada voava pelos arredores da casa em alta velocidade. Ao trombar em um fino galho seco da grande árvore, sem folha alguma, que havia ali, perdeu o rumo e foi com grande força de encontro à janela de vidro do quarto da garotinha.

A garotinha que até então estava admirando seus novos livros que ganhou da mulher que a adotou, virou sua atenção para a janela ao escutar um barulho abafado de poft, cuidadosamente ela depositou o livro A princesa e o sapo que estava em suas mãos no chão e se levantou. Andou poucos passos até a janela e depois de procurar a causa daquele baixo barulhinho engraçado, encontrou a pobre mariposinha no batente do lado de fora.

Ela deve estar com tanto frio, coitadinha, pensou a menininha tirando desajeitadamente o cabelo macio que caia na frente de seus olhos.

Com uma boa quantia de dificuldade, ela conseguiu abrir a janela, colocou sua pequena mãozinha para fora e delicadamente apanhou a pequena mariposa. Em um baque seco a janela se fechou quando a menina soltou.

– Eu vou te deixar quentinha. – Disse a menina olhando o insetinho que agora estava na palma de sua mão, cheia de ternura.

Com pura inocência a garotinha de longos cabelos castanhos enfiou a mariposa de baixo das cobertas espalhadas em sua cama, sorriu e voltou a se sentar no chão ao lado de seus livros. Mais tarde escutou a mulher boazinha chamar dizendo que o jantar estava pronto. E saltitando ela saiu do quarto. A mariposa que tanto tentou sair daquele lugar com pouco ar, mas sem sucesso, morreu horas depois.

Shine. Shine é o nome da garotinha. A menina que apesar do abandono de sua mãe biológica, construiu seu próprio brilho. Brilho de inocência e bondade, de alegria e esperteza. Uma das únicas crianças que levava brilho e luz a toda a escuridão do orfanato, que era infestado pelo ar da melancolia. Shine e tristeza não cabem na mesma sala. As tias do orfanato, como a menina a chamavam, apenas desejavam que a menina percorresse todo o seu caminho com esse mesmo brilho, desejavam que ninguém nunca apagasse aquela linda e única luz que habitava em seus olhos.

Falando sobre a sua nova vida, Shine gostou de ser adotada por um casal tão maravilhoso, mas não podia negar que sentia falta de seus amiguinhos e das tias. Ela simplesmente amou o campo onde agora viveria e tudo que se passou em sua cabeça no momento em que viu aquelas grandes árvores e lindas flores era que mal poderia esperar pra correr por ali.

Ao subir para o seu quarto, Shine correu até sua cama e puxou as cobertas em busca de sua amiguinha mariposa, sem notar que o inseto já sem vida havia caído no chão no momento em que ela puxou. Quando não a encontrou, franziu o cenho e subiu no colchão macio para procurar por todo o perímetro, mas nada.
Para ela sua amiguinha tinha ido sem se despedir. Pelo menos isso significa que ela já estava aquecida, pensou a garotinha com um sorriso iluminando seu belo rosto angelical.

Se deitou e apanhou a coberta quentinha de estampa das princesas do chão para se cobrir. Shine gostou, quando a mulher boazinha beijou seu rosto e disse:

– Durma com os anjos, querida.

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