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Assim que o sol nasceu, Shine se levantou. Sempre gostou de acordar bem cedinho, quando fazia isso no orfanato sua tia da cozinha a deixava ajudar a preparar o café da manhã. Arrumou sua cama e desceu correndo. Estava animada, a mulher boazinha prometeu deixá-la brincar lá fora hoje, já que na televisão uma moça disse que não faria muito frio. Shine agradecia a moça de voz estranha.
Depois de se alimentar e fazer sua higiene, a menina vestiu seu vestidinho favorito, seu sapato de couro preto e correu para fora.
– Tão verdinho! – Exclamou ao se jogar na grama baixinha que rodeava sua casa.
Fechou os olhinhos e abriu os braços. Era tão macio! Sua amiguinha Lara amaria também poder estar ali. O que ela estaria fazendo agora?
Uma mariposa passou voando pouco acima da menina assim que a mesma abriu os olhos. Seria sua amiguinha de ontem?
Feliz a menininha se levantou e iniciou uma corrida atrás daquela fujona. Daria uma boa bronca nela, mas depois a abraçaria. Correu pelo meio de todas aquelas árvores, ervas daninhas e flores selvagens. De segundos em segundos tinha que puxar a barra de seu vestido que ficava enroscando nos galhos secos. Seu cabelo voava para todo o lado e o sorriso continuava em seu rosto. Não deixaria sua amiguinha fugir de novo.
Seus pulmões começavam a protestar por falta de ar e uma dorzinha incômoda se iniciava na lateral de sua barriga. Sem perceber uma raiz no meio do caminho, a menina enroscou o pé e seu corpo tombou para frente. Depois de minutos sem reação pelo susto, gargalhou e se levantou limpando as mãos sujas de terra no vestido floral de diferentes tons de verde.
– Caí igual a uma fruta podre. – Disse para si mesma e voltou a gargalhar. Parou em um estalar de dedos assim que percebeu que havia perdido sua amiguinha de vista, de novo.
Suspirou e seus lábios se desenharam em um bico por conta da frustração que a deixava com vontade de chorar. Depois de suspirar mais uma vez, rolou seus olhos por toda a mata, algo ao longe chamou sua atenção a fazendo parar o olhar. Era uma grande caverna de pedra que para ela era uma pequena cabana.
Uma nova aventura, pensou a garota caminhando até a caverna.
Pausou seus passos assim que já se encontrava em frente ao local, apertou seus olhos para tentar enxergar algo lá dentro, mas estava escuro demais para ser possível. Ela tinha medo do escuro desde bebê, mas sua curiosidade era muito maior do que qualquer coisa, qualquer medo.
Em passos cautelosos a menina adentrou o lugar, não se via nada, não se escutava nada além de sua respiração descompassada por conta do medo. Seu coração batia forte dentro do peito e seus olhinhos espertos corriam por todo lado à procura de uma luz.
E eles encontraram...
Um pontinho de luz amarela brilhava piscando a cada segundo ali na frente. O sorriso mais lindo apareceu e os passos foram apressados. Sua mãozinha coçava com vontade de tocar aquela luz, ao se aproximar mais uma luzinha pisca-pisca apareceu. E outra...
