"Com essa história, embora prosaica, que estou prestes a relatar, posso parecer louca, porém isso é um terror é um horror, é o pesadelo do qual eu não sabia que tinha"
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Eu, desde sempre, desejei-me um gato preto a qual chame-o de meu, pedi aos meus pais, meu pai, dizia dar muito trabalho, que eu era uma irresponsável, pedi também a minha mãe, porém, aludida repetidas vezes à antiga crendice popular , segundo a qual todos os gatos de cor preta eram bruxas disfarçadas - realmente prefiro acreditar que ela não acreditava nesta loucura - ao maior de idade sai da casa de meus pais e fui para um apartamento distante, meu então tão almejado gato preto? Não o encontrei, parecia que estavam em extinção de tamanha dificuldade, procurei nos pets shops, nos sites de adote um amigo, em tudo e qualquer coisa que possa imaginar, até vaguei pelas ruas a procura de um. E foram assim por três (3) anos, não achei meu tão desejado gato preto em espécie.
Meu namorado, Rafael Cortez, estava em minha casa naquela noite, esperando eu terminar de lavar a louça é o assunto do gato se fez presente " você nunca terá um, por que não esquece essa ideia? É um desejo de criança e vc já procurou por todos os lados e nada amor " ele disse simples, eu lavava uma faca, uma faca grande e pontiaguda, ela brilhava em minhas mãos, eu passei meu dedo por sua parte cortante e ela realmente estava cortando, meu dedo sangrava, um sorriso travesso se fez em meu rosto e meu namorado se aproximou para ver a minha ferida, porém enquanto ele olhava meu dedo cravei a faca em suas costas sem uma dó ou piedade, fazendo um som gostoso de corte de carne, o cheiro da morte dominava o local e ele caiu em cima da pia, o que só me fez rir mais, eu não o amava a tempos porém ele era o único que eu tinha, não tenho mais e não sinto falta, coloquei seu corpo morto em uma mala de viagem e fui até a marinha onde estaria guardado o velho barco de meu avô falecido - não se preocupe, não fui ele a qual matei, na verdade Rafael é o primeiro assassinado por minha pessoa - subi naquele barco e coloquei a mala atrás mim, naveguei sozinha para longe e estando a quilômetros de distância joguei o corpo de meu namorado nas marés com um peso para que o corpo não venha a boiar futuramente, joguei como quem joga comida pros peixes, eu jogava para os tubarões.
Já em meu apartamento lavei a faca e o chão tirando todos os resquícios de seu sangue de minhas coisas e deitando em minha cama, deveria estar com a consciência pesada, não deveria? Eu estou levíssima, sim, sou uma sociopata .
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O gato de três patas
Horroraquele gato preto havia sido ferido a minha frente, ele perdeu uma de suas patas para o homem embriagado que ruborisava diante de minha presença, aquele gato era meu maior sonho, o sonho de uma sociopata .