Aimee
Não tinha começado bem o dia. A minha mãe fora trabalhar mais cedo e agora tinha começado a chover. Coloco a minha mochila às costas e dirigi-me até ao hall de casa, onde procuro uma sombrinha, mas para minha infelicidade não há sinal de alguma. Bufo em frustração, saindo de casa dirigindo-me pelas ruas num passo apressado.
O caminho não era curto, mas também não era longo e por isso não apanhara muita chuva. Assim que entrei na escola, dirigi-me para a sala de convívio, avistando a típica mesa onde nos sentávamos. Sorri minimamente para Michael, ele era sempre o primeiro a chegar do nosso pequeno grupo. Coloquei as minhas mochilas sobre a mesa, sentando-me na cadeira ao seu lado.
“Então, como correu ontem a aula com o Luke?” – Questiona o rapaz de cabelos tingidos de vermelho, olhos esverdeados e pele pálida. Conseguia sentir uma pontada de esperança na sua voz.
“Mal… Oh jesus, ele é tão complicado!” – Bufo em descontentamento, levando as minhas pequenas e gélidas mãos ao meu rosto, esfregando o mesmo. – “ Eu nem sei como é que tu e os outros conseguem lidar com ele, quer dizer, tu que lidas com ele… Ele anda sempre contigo…” – Sou interrompida por Michael que me aperta a minha cocha, fazendo-me calar e olha-lo incrédula devido à sua ação.
Michael olhava em frente, fazendo-me desviar o meu olhar nessa mesma direção, deparando-me com a figura alta de Luke que nos olhava furioso. Deixou a sua mala escorregar pelo seu ombro e andou até mim com um ar duro. Estremeci e levantei o meu corpo da cadeira, engolindo em seco. Rapidamente, Luke me alcançou e empurrou-me fazendo-me cambalear para trás, mas graças à parede sustive-me em pé. O rapaz alto, portador de uns olhos azuis, cobriu os meus ombros, apertando-os com certa força, pressionando-os contra a parede magoando-me.
“Eu ouvi o que desses-te, Aimee.” – Luke rangeu entre dentes como o seu rosto bem perto do meu, pressionando cada vez mais os meus ombros fazendo-me soltar grunhidos de pura dor.
“Luke chega!” – Michael berrou de forma autoritária, mas nem isso fez Luke me largar, apenas o fez apertar ainda mais os meus ombros.
Deixei de segurar as lágrimas e deixei-as cair pelas minhas bochechas livremente, tentei-me soltar, mas nem isso resultou, Luke tinha mais força que eu e era impossível defender-me. Mordia o meu lábio com uma força soberba, e já conseguia sentir o sabor a sangue na minha boca. Luke afastou-me ligeiramente da parede, voltando a empurrar-me, fazendo as minhas costas estalarem. Deixei o meu corpo escorregar pela parede, acabando por cair no chão. Puxei os meus joelhos para junto do meu peito, abraçando os mesmos, encolhendo-me praticamente numa bola.
***
Soluçava descontroladamente, sentindo as carícias que Ingrid fazia nos meus ombros e costas. Após o momento de descontrolo de Luke, Ingrid entrou na sala de convívio, levando-me para a enfermaria, enquanto Michael tentava acalmar Luke.
“Está tudo bem… Anda, vamos.” – Ingrid sussurrou de forma tranquilizadora, limpando as minhas lágrimas com um lenço de papel que a senhora da enfermaria me disponibilizara.
A rapariga de cabelos pretos, à qual também tratava por melhor amiga, ajudou-me a ir para a sala de aula, colocando as minhas mochilas sobre a mesa. Sentei-me com cuidado, para que a dor aguda das minhas costas não desperta-se. Suspiro baixo, olhando Ingrid que dava uma explicação ao professor devido ao meu atraso. Retirei o meu estojo cá para fora, tomando atenção e apontado alguns apontamentos importantes. Ingrid fora-se sentar no seu lugar, fazendo-me prometer-lhe que algo acontece-se a avisa-se. Estava com algum receio de voltar a encontrar Luke, para falar a verdade, eu estava com medo. A forma como ele me magoara deixava-me apavorada, nunca ninguém me falara sobre esta faceta de Luke.
***
Lá fora, continuava a chover torrencialmente e para que o meu dia piora-se a minha mãe só me podia vir buscar às cinco e meia. Elise não era má mãe, mas era uma mulher atarefada, cumpria o papel de mãe e pai. Ela trabalhava numa pequena empresa de revistas, sendo ela que escrevia diversos artigos. Trabalhava bastante e por vezes, mal parava em casa. Mas não a culpo por nada, afinal de contas ela fazia-lo para que nada faltasse em casa, somos só nós as duas, juntas contra aos obstáculos. Os meus pais divorciaram-se quando tinha catorze anos e desde aí que nunca mais sobe nada dele. Foram momentos difíceis para mim derivado à minha idade e para a minha mãe, que o amava.
Com cuidado dirigi-me para a sala de convívio, pousei as minhas coisas no chão com alguma dificuldade, tentando evitar dobrar as minhas doridas costas. Sentei-me numa das cadeiras e escondi o meu rosto nas minhas mãos. Ouvi vozes e rapidamente, retirei as minhas pequenas mãos da minha face. Ali estava ele, parado a olhar para mim muito sério. Engulo em seco e tento ser rápida nos meus movimentos e cuidadosa, mas Luke foi mais rápido. O rapaz de cabelos loiros agarrou cautelosamente o meu braço, ajudando-me a colocar-me em pé.
“L-Larga-me, por favor…” – Sussurro com a voz tremelicante, inúmeros arrepios percorriam meu corpo, indicando o medo e o nervosismo que neste momento estava a sentir. Luke negou com a cabeça, pegou nos meus pertences e ajudou-me a ir até à enfermaria vazia.
Fechou a porta atrás de si e colocou tudo no chão. Retirou algumas coisas dos armários e em seguida caminhou até ao meu corpo e de forma carinhosa virou-me de costas para si. Eu sentia-me confusa por ele estar a agir assim, mas lá no fundo, sentia um medo miudinho do que ele me pudesse fazer. As suas mãos voaram até ao fim da minha blusa branca e quente, puxando-a para cima de forma lenta, para não me aleijar. Arregalei os olhos e pousou a blusa em cima da maca à minha frente. Em seguida a ponta dos seus dedos gelados, percorreu a pele das minhas costas e desapertou o fecho do meu soutien, deixando o mesmo cair também na maca. A minha respiração encontrava-se completamente descompassada, assim como a sua. Luke não se atreveu a olhar para mais lado nenhum a não ser as minhas costas magoadas, pálidas e também com algumas nódoas negras. Pegou num gel, colocou sobre as minhas costas e massajou as mesmas deforma cautelosa. As suas mãos causavam-me arrepios e conforto, era uma sensação relaxante. As minhas bochechas tinham ganho um rubor quando os seus dedos passaram na lateral do meu corpo, mas ainda assim fechei os meus olhos, aproveitando todas as sensações.
“Peço desculpa…” – A voz rouca de Luke soou ao meu ouvido, colocando-me com pele de galinha. As suas mãos continuavam a massajar as minhas costas e as laterais do meu corpo. Sentia a minha pele queimar, devido ao seu olhar estar colado ao meu corpo.
“Para de me olhar, isto já é constrangedor e se continuas assim, pior fica…” – Murmuro, com a voz tremelicante mas ainda assim doce. – “Porquê que foste assim comigo, Luke?” – Sussurro, esperando uma resposta concreta da sua parte, mas ela não chegou a vir.
➸ Olá pessoas que eu amo muito, finalmente eu atualizei! FI-NAL-MEN-TE , F-I-N-A-L-M-E-N-T-E!!!
➸ Não estavam à espera, pois não? e-e eu sei que não!
➸ Infelismente não vou colocar capítulo nenhum da Umbrella bc, já estamos em época de testes e eu tenho testes nos dias:
» 26 francês, 30 matemática, 2 ciências, 5 inglês, 6 físico-química, 12 geografia e por fim 13 história.
➸ Dá para ver que tenho uma agenda muito preenchida, mas ainda assim irei tentar publicar algo na sexta, logo vejo! E também já deu para ver que vos contei "metade" da minha vida escolar.... Nop, nem um terço!
➸ Até lá, beijos enormes e muitas boas notas e-e pareço a minha mãe!
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Helpless ➸ l.h
Fanfiction"Eu passei a maior parte da minha vida a tentar não chorar em frente das pessoas que me amavam. Engoli o choro e olhei para cima. Eu disse a mim mesmo que se eles me vissem chorar, isso ia magoá-los, e tu apenas não vais ser nada mais que uma triste...