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Helen

Movi-me na hidromassagem para tentar sair, mas Guido me segurou no pulso com força e me prendeu. Tentei lutar para escapar dali mas a força dele era muito superior à minha. A situação era ridícula, falei sobre isso no impulso, não tinha nenhuma intenção de revelar que estou protegida. Sou uma enfermeira e antes de trabalhar no setor de acidentes do hospital, trabalhei na ginecologia. Aprendi muitas coisas na prática sobre os métodos contraceptivos, as eficácias e seus riscos e principalmente sobre planejamento familiar. Eu não tinha uma vida sexual ativa, mas quando Thomas me pediu em casamento, comecei a procurar um método contraceptivo que não agredisse tanto meu organismo. Sim, eu e Thomas pretendíamos ter filhos, mas não tão cedo. Como todos as famílias classe média, a gente queria primeiro comprar nossa casa, ter uma vida e carreira mais estabilizadas para depois termos filhos. Além do mais, eu e ele ainda éramos jovens, tínhamos tempo.

Por isso, conversei com meu ginecologista e ele nos auxiliou fazemos todos os exames pré-nupcial e foi constatado que éramos saudáveis e alegáveis para termos filhos sem problemas. Então, era a hora da decisão que método contraceptivo usar. Como eu não queria algo com hormônio, meu médico deu algumas opções, porém todas não eram permanentes, ou seja, teríamos que usar na hora do ato, como por exemplo camisinha, diafragma ou contagem de dias férteis, o que não era muito viável para mim e Thomas, pois queríamos ter uma relação sexual livre, sem precisar ter dia certo para transar. Na verdade, queria algo que pudesse ficar em mim sem a necessidade de me preocupar em colocar e tirar e que fosse o mais eficaz.

Depois de muito conversar com meu médico sobre todos os possíveis métodos, cheguei a conclusão que o mais acertado para mim era um método que ficasse no meu corpo. Comuniquei ao Thomas e tomei a decisão de usar o DIU de cobre por ser o único método dos que me foi apresentado que não tinha o risco de esquecer de usar, sou muito esquecida às vezes. É um método de longa duração e além do mais entre os outros era o mais eficaz, não que não tenha riscos de gravidez, mas as chances são mínimas. O método não é aconselhável a ser usado por mulheres virgens, não por não ser eficiente, mas era invasivo para ser inserido por isso podia romper o hímen, mas tanto eu como Thomas não nos preocupamos com isso, já que pretendíamos começar a nos relacionar sexualmente após o casamento. Por isso achei estranho ter sangrado durante o ato sexual com o Guido, pois pensei que não iria acontecer.

Então, assim foi feito, um mês antes do meu casamento com Thomas, eu fiz a colocação do DIU de cobre e por esse motivo, não poderei engravidar enquanto estiver usando o dispositivo. Não deveria ter contato para o Guido, agora ele vai querer saber tudo e não terei coragem de mentir que não posso ter filhos naturais, do pouco que o conheço, me obrigará fazer exames. Mas tão pouco queria lhe falar sobre o DIU, porém agora terei que revelar.

— Vamos Helen, estou espetado uma resposta. — Ele me sacudiu e rosnou com uma fúria contida, porém percebi que ele estava a ponto de explodir. Seus olhos negros soltavam crispas de ódio. Mesmo com medo, decidi me impor.
— Que me largar, está me machucando.
— Esclareça o que você quis dizer
— Para um mafioso poderoso e astuto, você está muito lento.
— Não me teste, Helena, estou a ponto de cometer uma loucura aqui.

Senti temerosa e a voz saiu estrangulada na garganta.
— Você... Você ouviu muito bem, não posso ter filhos.

A expressão do Guido foi da raiva a incredulidade. A maneira como coloquei as coisas deu a entender que não posso ter filhos naturalmente, eu sei que não é verdade, mas a vontade de feri-lo e mostrar que ele não é dono de toda a situação, que ele não tem poder sobre tudo, me fez falar assim. Ele ficou tão baqueado que soltou meu pulso. Aproveitei para sair da hidromassagem rapidamente, peguei um roupão e vesti-o. Me retirei do local apressadamente praticamente correndo. Guido também saiu e me seguiu. Avançou sobre mim e segurou meu braço tão ameaçador que parecia que me agrediria fisicamente. Puxou-me com brusquidão e fez voltar-me para ele de frente, todo sua surpresa havia sumido, via agora raiva, muito ódio estampado em seu rosto. Um nó se formou em minha garganta e eu me encolhi com um calafrio de medo.

O despertar do Mafioso (pausado) Onde histórias criam vida. Descubra agora