Mari:—Sua loka! Conte-me tudo, não me esconda Nada!
Alya:—Foi bom mas foi ruim, sabe?
Mari:—Como assim?
Alya:—O nome dele é Vinícius, mas todos o chamam de Nino. Ele tem 21 anos e estuda gastronomia em Londres. Os pais dele moram aqui em Paris e ele veio passar o fim de semana, amanhã mesmo ele volta pra lá e só deve voltar de novo no natal. Trocamos os nossos números, mas sei que isso não vai adiante...
Mari:—Pelo menos você não fez a loucura que eu fiz...
Alya:—Não mesmo...-riu. Mas ele me beijou...
Mari:—E foi bom?
Alya:—Tu não ouviu, amiga? Eu disseque tô apaixonada e tudo...-riu
Mari:—Me entende agora? Se você se apaixonou com um beijo, imagina eu com uma...você sabe...
Alya:—A diferença é que eu não estava bêbada, então eu sei o nome e o telefone dele!
Mari:—Não precisa jogar na minha cara, né?
Alya:—Já sabe o que você vai falar pro Luka? Por que ele vai vir com o interrogatório prontinho daqui a pouco.
Mari:—Sei lá, me ajuda! Não posso falar a verdade amiga!
Alya:—Então sustenta o que eu já disse: que você bebeu demais, saiu andando e deu sono, por isso você entrou naquele barco pra dormir...e achou aquela blusa jogada lá
Mari:—Desculpinha esfarrapada, né?
Alya:—Tem ideia melhor?
Mari:—É, você está certa, vai ser isso mesmo e eu espero que ele acredite!
TOC TOC
Luka:—Marin, já acordou? Posso entrar?
Mari:—Oi, pode entrar!
Luka:—Você tá legal? O que aconteceu ontem?
Mari:—É que eu...eu briguei com o Kim porque ele me deu bolo, daí eu fiquei chateada e bebi demais...saí andando pra espairecer e me deu um sono doido...aí eu entrei num barco pra tirar um cochilo, mas acho que perdi a noção da hora...
Luka:—Você faz ideia de como me deixou preocupado? E se tivesse acontecido alguma coisa com você? Num minuto você 'tava com a Alya no bar, no outro você tinha sumido...eu quase pirei!
Mari:—Desculpa, maninho...não vai acontecer de novo...
Luka:—Não mesmo! Nunca mais te levo numa festa assim! E se for em alguma festa comigo, vai ficar do meu lado igual a criancinha sendo vigiada!
Mari:—Também não é pra tanto, né?
Luka:—Eu que sei! Você que lute pra me fazer mudar de ideia! Agora tenho que ir, prometi pro papai que ia levar o carro pra lavar.
Mari:—Tudo bem, a gente se vê depois.
Luka:—Tchau Alya!
Alua:—Tchau Luka!
O rapaz saiu do quarto e as meninas continuaram as fofocas. Desceram depois pra tomar café da manhã e resolveram ir pro shopping. Passearam, trocaram o almoço por um Burger King e fizeram algumas compras. No fim da tarde voltaram pra casa e Mari guardou a camisa do seu "príncipe encantado" no seu armário. Só na hora de dormir se deu conta que estava sem sua correntinha. Procurou pela cama, foi no carro do seu pai dar uma olhada e ficou arrasada quando constatou que de fato a tinha perdido.
Os dias se passaram sem compromisso. Marinette terminou com Kim, jogando na cara dele todos os presentinhos fofos que ele tinha comprado pra ela depois que ele descobriu a burrada que fez. Ela não perdoou e botou ele pra correr aos gritos. Por sorte os pais e Luka não estavam em casa naquele dia. As meninas estavam de férias, tinham concluído o segundo grau e iriam pra faculdade em 2 meses. Alya cursaria psicologia e Mari enfermagem. Ambas levavam jeito com pessoas, mas Alya gostava de cuidar da mente e Mari queria cuidar do corpo.
Um mês havia se passado. Luka, que tinha se formado em administração, conseguiu um emprego que conciliava as duas coisas que ele gostava: foi contratado para ser gerente de uma boate de luxo, a LUX , que ficava bem no centro de Paris. Assim ele poderia trabalhar como administrador, que era a sua área e ao mesmo tempo estar perto da música, sua verdadeira paixão. Tudo estava indo bem: ele tinha um bom salário e trabalhava no que gostava: Tom viajava muito à negócios e Sabine trabalhava como sua secretária, viajando com ele às vezes. Quem não estava bem era Marinette: acordava passando mal e passava boa parte do dia só querendo dormir.
Alya:—Ai amiga, hoje é sábado, vamos pra praia, vai? Tá o maior calor!
Mari:—Vou não, quero dormir...
Alya:—Você só quer saber de dormir, garota! Anda, bora colocar um biquíni!
Com muito custo Mari se levantou e foi colocar o biquíni. Quando saiu do banheiro, Alya estranhou.
Alya:—Desde quando seu peito é maior que o meu?
Mari:—Sei lá, estranho...e tá dolorido também...
Alya:—Você tá de TPM?
Mari:—Não. Aliás...agora que você falou...eu não menstruei ainda...
Alya:—Amiga do céu...quando foi a última vez?
Mari:—Acho que foi antes do meu aniversário, por quê?
Alya sentou na cama, tinha perdido a força nas pernas. Sua pele morena perdeu a cor e ela começou a suar frio.
Mari:—Alya, tá passando mal? O que você tem, pelo amor de Deus amiga, fala comigo! ALYA???
Alya:—Marinette...eu nem sei como te dizer...mas...você tá grávida!
Mari:—Tá me zoando, né? Piada sem graça, Alya!
Alya:—Mari, olha seus peitos: você tá enjoando todo dia de manhã e sua regra não veio. Vamos na farmácia agora comprar um teste de gravidez pra ter certeza!
Foi só o tempo de Mari colocar um vestido por cima do biquíni que Alya saiu puxando a amiga escada abaixo. Comparam 3 testes, de marcas diferentes, pra ter certeza absoluta. Voltaram pra casa e Mari foi pro banheiro. Leu as instruções e seguiu tudo direitinho.
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Mari:—Não é possível! Eu não acredito nisso! Alya, vem cá!
Alya entrou no banheiro e Mari estava sentada sobre o vaso fechado, com o teste na mão.
Alya:—Puta merda! Amiga, agora lascou!
Mari:—O que eu faço?
Alya:—Cara, vocês não usaram camisinha?
Mari:—Eu falei que a coisa foi meio...de repente...nenhum dos dois pensou nisso, eu acho...não é possível que eu tenha engravidado em uma única vez, logo na minha primeira!
Alya:—Ai amiga, claro que é possível...tanto que aconteceu! E agora? Isso não é o tipo de coisa que dê pra esconder: ou você aborta ou conta pros seus pais.
Mari:—Que isso Alya, tá louca? Eu jamais abortaria, não, isso tá fora de questão. É uma vida Alya, eu não posso fazer isso!
Alya:—Eu também não teria coragem, mas eu tenho que te falar todas as opções, né?
