A Filha de Cadrel

Capítulo 2 ; As ideias de normalidade

Depois de alguns minutos discutindo com o Zack . sobre o tal exemplo de humildade que ele insiste em dizer que é .
Me dei por vencida e fui tomar um banho e me arrumar para o jantar , quando voltei a sala( e quando eu digo sala digo a sala do quarto ) , comecei a pensar há quantos anos meus pais se conheceram , já que a humanidade o ver como o mal inicial mas eu sou muito jovem e toda a história por trás disso .
- Eles se conheceram a muito tempo , quando a magia corria solta pela terra , quando era normal ver todos os tipos de criaturas andando livremente sem esconder seus dons - Zack falou da onde estava sentado na janela .

- E sobre sua idade seus pais são seres praticamente imortais , sua mãe era uma fênix ela tinha o dom de renascer , mais existe um porém se uma fênix é forçada a renascer , ela tem grandes chances de não sobreviver .
Na noite em que tudo aconteceu ela usou o resto da magia que ela tinha para te proteger e acabou não tendo suficiente para o processo de renascimento , quando seu pai chegou só havia as cinzas e os resquícios da magia dela , naquela mesma noite ele se perdeu , entenda pequena não havia mais nada pelo que lutar.
sua companheira estava morta sua filha também, para ele era o fim , ele se perdeu na loucura e simplesmente destruiu tudo que estava no seu caminho e foi castigado por isso .
Ele não enxergou que embaixo de toda aquela camada de cinzas jazia o corpo da mulher que amava e dentro do seu corpo o coração da sua filha ainda palpitava, mesmo que lentamente , ele se afundou na tristeza e foi perdendo tudo até que o traidor deu o golpe final e afanou o seu reino - Zack falava com pesar na voz .

- Quem me encontrou - perguntei em um fio de voz .

- Sinceramente não se sabe ao certo algum tempo depois que vocês foram dadas como mortas eu ouvir rumores , procurei por anos a fio mas todas as pistas davam em becos sem saida , por anos me dediquei a ti trazer de volta , o ser que poderia devolver a vida do meu senhor - ele falou tão melancólico que sentir que deveria fazer algo .

- Bom , você me devolveu ao meu pai então ... Você cumpriu a sua missão , é melhor ir vemos o que o senhor Cadrel estar aprontando - falei o puxando para fora do quarto .

Passamos por alguns corredores e depois de alguns minutinhos chegamos a sala de janta tenho quase certeza que se estivesse sozinha tinha me perdido nesse labirinto .

Cadrel já estava sentado na mesa , olhei para o meu pai e vi que ele havia feito a barba e aparado o cabelo que agora batia quase nos ombros em um tom de loiro dourado, seus olhos de um azul profundo quase o céu noturno .

- Foi uma das únicas coisas que herdou de minha aparência - Falou me olhando .

- O que? - perguntei confusa .

- Os olhos ,há uma espécie de sombra que encobre a sua verdadeira aparência, isso provavelmente é a única parte da aparência que você herdou de mim se o Abardon te visse ele saberia imediatamente quem você é , meus olhos são um presente do meu pai , ele dizia que era como uma noite estrelada , Acho meio sarcástico uma pessoa com o nome da estrela da manhã ter olhos azuis estrelado - ele falou com um sorriso de canto .

- O senhor consegue tirar a sombra de mim ? - perguntei meio envergonhada .

- Acho que sim filha , mas vamos deixar para depois do jantar - falou acenando para que me sentar-se ao seu lado .
Quando meu pai fez menção de falar algo o Maryel entrou na sala com um ar de poucos amigos logo atrás dele entrou uma coisinha pequena voando em volta dele , o mini ser em si pareciam uma fada .

A risada estrondosa que o meu pai deu foi a unica indicação de que ele viu o ser mínimo voando em volta do Maryel.

- Por que ? Por que você me mandou ir me acomodar em um quarto cheio de pixies demôniocos ? - Enquanto ele falava o pequeno ser tentava o esmurra ou lançar golpes com o que parecia ser magia .

- Isso é coisa da minha esposa , ela tinha uma paixão por acolher seres que de acordo com ela " eram incapazes de fazer mal a alguém é muito menos se defender sozinhos " , sinceramente acho que eles sabem se defender mas não se deve contrariar Liara Salvatore Morgstar - meu pai falou com um sorriso melancólico no rosto .

Eu queria muito pergunta sobre ela mas fiquei com medo de deixa lo mais triste do que já estava com as lembranças , então fiz o que meu instinto mandava , fui em direção a Maryel e oferece a palma da mão para a pequena criatura pousar , ela olhou para mim é se aconchegou na minha mão , com a minha outra mão fiz carinho na cabeça dela .

- Ao que parece você herdou alguns dons da sua mãe , e um deles é o dom de se comunica com as criaturas - meu pai falou sorrindo .

- Mas ela não falou nada - falei .

- As fadas não são muito de falar , principalmente nessa forma - Ele falou .

Voltei ao meu acento a mesa e coloquei a pequena criatura em cima da mesa , meu pai deu um sorriso mas não disse nada , já o Maryel sentou na primeira cadeira que viu ainda resmungando sobre " seres infernais com carinhas de anjo e mente malévola" .

- Ei exemplo de humildade, o que você acha de me ajudar um pouco depois do jantar ? - perguntei olhando para o Zack .

O sorriso malicioso que ele me deu em resposta foi uma indicação de que dali não vinha coisa boa .

- O que vamos fazer? e o que eu vou ganhar com isso vossa alteza ? - Perguntou com um sorriso canalha na cara .

- Bom se meu pai não se incomodar vou busca a minha amiga Angel ela deve estar morta de preocupação agora o que você vai ganhar eu não sei podemos pensar em algo - falei sorrindo , quando me virei para perguntar a meu pai ele estava com um sorriso enorme no rosto .

- Que foi ? - perguntei .

- Você me chamou de pai ! - gritou .

- Hum...sim ? - falei meia corada .

- Não se assuste princesa seu pai passou muitos anos sem um convívio social então ele meio que está em fase de carência- Zack falou com sorriso malicioso na cara , e não em hipótese alguma o governante do inferno - senhor dos sete portões - Arcanjo e principe dos anjos estava fazendo biquinho como uma criança que acabou de perde seu doce favorito.
Dei uma risadinha com a situação e continuei a montar meu prato .

Depois do jantar meu pai nos guiou a uma saleta que ficava ao lado da biblioteca e começou a desenhar algumas
runas antigas no chão e lentamente começou a entoar um cântico e fez sinal para que eu entrasse no meio do círculo formado por runas , enquanto ele cantarolava  um cântico antigo ao qua eu não conseguia decifrar a língua , um sentimento  leveza e paz foi se apoderando de mim a cada instante em meio a aquela canção antiga .

Comecei a ver memórias que não eram minhas vi uma casa em chamas a pessoa entrou na casa o sentimento que rondava a cabeça era uma dor tão profunda que era como se tivessem lhe arrancado seu coração e forçado o corpo a contínua a jornada sem uma das partes mais importantes de si cada passo em meio às chamas era uma certeza de que o que lhe era mais precioso na vida lhe foi tirado ao entrar em seu quarto viu o que mais temia o corpo de sua amada carbonizado , ele o todo poderoso Rei do inferno não poderia salvar as unicas coisas que ja amou na vida , impotente tentou tocar a face irreconhecível do amor da sua vida porém esta virou cinzas com um simples toque . A alma do arcanjo Cadrel se perdeu na loucura e assim nasceu lùcifer .

Acordei já no meu quarto com a sensação que estava sendo observada , ouvir uma voz suave cantando uma canção calmante , seu tom era tão doce e leve como uma pluma .