Uma mulher sem chifres é uma mulher indefesa.

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Mexia nas redes sociais vendo as últimas fofocas sobre meus antigos amigos até que uma me chamou a atenção, Nicole uma das minhas melhores amigas estava grávida, de nada mais nada menos que Matheus, meu ex namorado. Certo, não foi isso que me surpreendeu mas sim quantos meses ela estava, três meses de gestação. Gabriel e eu estavamos juntos a um mês atrás e namoramos por três meses, ou seja, o filha da puta me chifrou com minha melhor amiga. Minha vontade agora era de esfregar aquele rostinho de canalha dele em um tanque com ácido sulfúrico e depois colocar fogo nas roupas dele, mas com ele vestido nelas.

-Lorena, não vai com a gente pra micareta que ta tendo?-Apolo perguntou entrando no quarto.

-Não, tô de luto.- falo choramingando enquanto aumentava o volume da música bad que ouvia em meu celular.

-O que?! Quem morreu?- perguntou arregalando os olhos.

-Minha dignidade. Agora cala a boca que eu tô ouvindo música.- fungo fechando os olhos.-Quando a gente se conheceu, o amor entre nós nasceu. Ele me mandava flores, seu jeito de agir era tão lindo, me colocava no colo, beija minha boca era tanto tanto desejo. A minha amiga dizia que nunca tinha visto um homem tão perfeito, falou que eu tinha sorte, que eu tinha que cuidar de um homem lindo assim mas o que ela queria era arrancar ele de mimmmm...

A música era Dupla Traição da Simone e Simaria, a música parecia que tinha sido escrita baseada em mim. Eu me sentia como naqueles filmes da Julia Roberts onde ela faz o papel da mocinha sofrida que é enganada e feita de trouxa por aqueles que ama.

-Lorena...- Apolo tenta falar mas eu o interrompo continuando a cantar.

-Ela entrou dentro da minha casa, fingia ser minha amiga e eu cai nessa roubada. Ela conseguiu levar o meu homem...- começo a cantar tudo embolado por conta das lágrimas e pego um lenço de papel pra assoar o nariz.-Isso pra mim foi dupla traição, você e a minha amiga vão morrer sem meu perdão. Aaah, eu te odeio Gabriel.

Esperneio apagando todas as nossas fotos juntas do meu celular, só Simone e Simaria me entendem. Apolo assistia todo o meu drama sentando na ponta da minha cama, ele parecia querer rir. Claro, quem não iria querer rir? Eu sou ridícula.

-Que sofrencia! Ai, como é difícil ser eu.- soluço pegando outro lenço de papel e o asno começa a praticamente rolar de rir.- O que?

Pergunto com cara de poucos amigos. Que desrespeito pela sofrencia alheia! Mas deixa, quando ele for corno também vou rir e muito. Vou mesmo, quem mais vai rir serei eu.

-Levanta a cabeça princesa, se não o chifre cai.- ele pisca pra mim sorrindo.

-Se o chifre vai cair eu não sei, mas com certeza um dente seu cai com o tapão que vou te dar, palhaço.- resmungo jogando um travesseiro nele.

-Mas tô falando sério, não quer mesmo ir com a gente?- perguntou ainda rindo e pegou o travesseiro caído no chão.

-Já disse que tô de luto, não vou sair do quarto hoje e nem de carnaval eu gosto.- dei de ombros procurando minha próxima música da bad.

-Você não gosta de carnaval?! Logo você quer adora uma festa? Ata, sei.

-Eu gosto de festas mas carnaval não é bem meu estilo. Muita gente bêbada se esfregando um nos outros, sol quente pra caralho, cheiro de mijo nas ruas e... Estamos no Rio querido e eu ainda não achei um look que combinasse com colete aprova de balas.- fiz careta só de pensar em levar uma bala perdida, Deus me livre... Mas quem me dera, pelo menos eu ia parar de ser trouxa. Se bem que eu sou tão idiota que no céu até os anjinhos iam me iludir, ai como é difícil ser eu.

-Para de ser chata, imagina só um monte de gente bonita e você podendo pegar geral.- ele sorri sacana tentando inutilmente me convencer a ir e eu revirei os olhos.

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⏰ Última atualização: Nov 24, 2020 ⏰

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