Elliot fora levado para a sede do Departamento de Evos após todo o diálogo. Frank o acompanhou. Após passarem por todos os portões de segurança daquele lugar, chegaram juntos até um salão enorme repleto por espelhos pequenos. No teto, havia um gerador imenso. Frank fora impedido por Kramer de entrar no salão.- Após o ligamento do gerador, você verá uma realidade alternativa em cada espelho. Todas elas mostrarão um determinado local escolhido aleatoriamente pelo computador. A escolhida fará com que o espelho vibre. É através dele que você alcançará Gotham City.- Ainda não acredito que estou atravessando uma dimensão para salvar a pele do Batman. O Dylan adoraria estar no meu lugar, eu presumo.- Não pense que as coisas serão fáceis. Lembre-se que ele não te conhece e muito provavelmente o atacará assim que você pisar no gramado da mansão Wayne.- Essa viagem terá algum efeito colateral? Preciso estar inteiro para explicar a ele o que fui fazer lá.- Teria em qualquer outra pessoa, mas não em você. É nosso viajante Premium hoje! – Kramer apertou o botão vermelho que estava em suas mãos. A luz da sala se apagou e os espelhos começaram a emanar uma estranha luz vermelha. Algo tão forte e fluorescente que atacava os olhos de Elliot. Andando entre os espelhos, o garoto enxergou diferentes realidades. Umas tão diferentes das outras que o mesmo não queria prestar atenção para não se distrair. Talvez, se ele olhasse para alguma em que sua vida estivesse equilibrada, ele entraria.- Cuidado com as coisas que você verá entre os espelhos, Chess. Não se engane, a única terra que você fará diferença é a sua e a do Batman. Atenha-se à sua missão.– Gritou Kramer – Há um espelho vibrando bem atrás de você, é por ele que você chegará em Gotham!- E o que devo fazer para atravessar?- Corra até ele e pule para dentro! Vamos, você só terá uma chance até que a máquina desestabilize! - Elliot focou naquele espelho e ao invés de correr, voou para dentro do mesmo.
Alfred entrou na bat-caverna e caminhou para perto de Bruce. Os olhos do mordomo estavam fixados nos exames que eram exibidos no telão.- Quando pretendia me contar, mestre Bruce?- Saberia mais cedo ou mais tarde, você sempre descobre as coisas.- Mas o senhor sempre foi saudável, mesmo tendo hábitos nada salubres! De repente, o alarme tocou. Uma anormalidade acontecia em Gotham, e Bruce Wayne precisava espairecer.- Patrão Bruce, o senhor tem certeza?- Não estou morto, Alfred. – Bruce retirou o traje da vitrine e começou a vesti-lo. O alarme tocou mais uma vez. Alfred, em sua curiosidade, olhou para o monitor que estava atrás de Bruce e leu o que estava escrito.- Óh céus, não me diga que...- Uma anomalia dimensional foi detectada no jardim da nossa casa. Esconda-se em um lugar seguro, eu tomarei conta disso. O homem morcego pulou da sacada da mansão para o telhado e se escondeu na sombra de uma fresta oposta à luz da lua. Sua mão esquerda já estava apoiada sobreo cinto de utilidades. O que estava lá não tinha sido convidado. De longe era possível ver um jovem correndo pelo jardim. Batman estava focado no jeito que o garoto caminhava sem expressar nenhum medo. Isso não era esperado nem de um Robin. Elliot caminhou pelo enorme gramado da mansão e sentiu que não estava sozinho, então parou de andar. O Batman observava minuciosamente do telhado. O garoto então vestiu o capuz e saltou até a sacada, deparando-se com o homem morcego na parte de cima da mesma.- Bruce?- Não sabe que é feio aparecer na casa dos outros sem ser convidado, criança? –Batman saltou e ficou atrás do Elliot.- Olha aqui, eu sei seu nome e sua história, ok? Se eu fosse uma ameaça, não teria dito isso a você e sim à mídia local. Meu nome é...- Elliot Marshall, dezesseis anos, natural de Smudge City e criado em OrangeFalls por Frank e Adrienne Bings. Viu sua irmã morrer e ainda se culpa por tentar salvá-la de um jeito errado. Pelo seu traje, sua irmã acabou de matar o então inimigo Jarod Buch e após isso você vaga pela cidade todas as noites como se lutar contra o crime fosse apenas entretenimento. Na sua Terra, o termo "Cavaleiro das Trevas" é apenas parte de uma ficção. Elliot ficou estarrecido. Ele não tinha o que dizer e não sabia como o Batman o conhecia. Isso não o surpreenderia se fosse com qualquer outra pessoa, mas era com ele daquela vez. O garoto deu dois passos para trás e baixou o capuz. Em seus olhos, lágrimas procuravam por liberdade. E então, o Batman tirou sua máscara e se aproximou do garoto.- E como sabe tanto sobre mim?- Criei uma máquina para viajar entre universos paralelos, porém, não pude fazer mais do que uma viagem. Desde então, consigo observá-los do computador principal da caverna.- Mas você ainda não respondeu minha pergunta! O que faz com que você me conheça tanto assim? Por um acaso faço parte de histórias em quadrinhos nesse universo?- Não. Você é a única pessoa que pode curar a si mesmo e aos outros em todos os universos. Assim que descobri o tumor, rondei por vários outros e não achei nada além de entidades inalcançáveis... até encontrá-lo. Assisti grande parte da sua vida, inclusive o seu próprio futuro.- Então por que não me procurou? Se chegasse doente em minha Terra, eu o ajudaria imediatamente!- Não seria justo atravessar um universo apenas para curar algo que eu mesmo procurei. Não queria afetar sua linha do tempo e ultrapassar leis galácticas. Agora a questão é: O que veio fazer em Gotham? Chess olhou nos olhos de Bruce e sorriu.- Vim curá-lo, Bruce. O homem morcego se via confuso. Ele odiava ficar confuso. Em sua mente, mil outras perguntas infantis surgiram.- Então quer dizer que eu vou mesmo morrer? Mas qual interferência extra universal isso teria?- Mesmo com toda a segurança da mansão e da caverna, essa tecnologia seria descoberta entre os destroços. Inúmeros heróis e inimigos invadiriam várias outras terras, inclusive a minha. Como medida preventiva, o D.E. me enviou para que eu curasse você. Bruce virou de costas e caminhou para dentro de casa. Elliot o seguiu até o andar de baixo e juntos pegaram o elevador para a caverna. Elliot não tinha noção do quão grande era aquele lugar. Pensando em como aquilo era utópico, o jovem ficara enérgico ao perceber em qual linha do tempo do Batman ele estava.- Batcaverna detonada, poeira no traje do morcego, emblema amarelo e preto...pelo que vi, acho que você está no arco "Morte em família". – Bruce olhou sério para Elliot, o que fez o garoto se envergonhar – Desculpe, eu sou um grande fã.- Já ouviu a expressão "Não conheça seus heróis"? - Vejo que os dois estão se entendendo, patrão Bruce. – Alfred apareceu no fundo da caverna, com uma bandeja e um refrigerante – Acredito que está com sede, jovem Elliot. Viajar entre universos também provoca fome, quer o que comer?- Não acredito que estou falando com o Alfred, isso é de arrepiar! Não, obrigado...mas aceito esse refrigerante aí. – O mordomo o entregou e o garoto bebeu como se fosse água. Bruce, com seu instinto paternal, quase sorriu. Quase. Ambos olharam as análises sobre o tumor cerebral de Bruce e viram que o mesmo estava se expandindo lentamente. Mesmo sabendo que seria curado, Bruce não achava justo uma intervenção interdimensional. Alfred, por sua vez, fora livrado do pranto pelo jovem Elliot, que admirava as grandes artes que aquela caverna guardava. O mordomo se aproximou de Bruce lentamente enquanto observava Elliot admirando aquelas coisas.- Ele me lembra tanto o...- Eu sei, Alfred. Pensei a mesma coisa quando o vi. – O homem morcego ainda estava vidrado nas análises. Mesmo sabendo da capacidade do Elliot, ainda restava certa dúvida. Algo como uma ideologia sobre "um dom magnífico dado a um garoto tão inocente" o lembrou de humanos que se perderam por dádivas tão frágeis. A análise e a "exposição de artes" foram interrompidas por um alerta de roubo abanco que acontecia no centro da cidade. Alfred olhou para Bruce, que esperou por aquilo a noite inteira. Elliot, ao notar o que estava acontecendo, alegrou-se e correu para perto dos dois.- Não acredito que nós dois...- Fique na batcaverna, não posso comprometê-lo. – Elliot desfez sua face alegre e cruzou os braços.- Sabe que não pode me prender aqui, certo? Assim que você entrar no bat-móvel ou no bat-jato, eu voarei atrás de você e ainda te ultrapassarei! Você não pode me deter. – Bruce olhou para o garoto e vestiu a máscara.- Encontro você no Banco Central de Gotham. – O homem morcego correu para amoto e deu a partida. Com uma arrancada forte, derrapou até fazer a volta e traçar a reta do portão principal. Elliot olhou para Alfred.- É, jovem Elliot... ele pegou a moto só porque você não falou sobre ela.- Tudo bem, imaginei que ele faria isso! É melhor eu correr, antes que ele fique com a melhor parte para si! – O jovem vestiu seu capuz, correu e saltou. O voo foi tomado após o salto, fazendo com que o mesmo alcançasse o prédio principal bem antes do que o Batman. Elliot caminhou pelo topo do prédio por aproximadamente cinco minutos até que o Batman surgisse.- Parece que o Cavaleiro das Trevas está atrasado.- Cale a boca e concentre-se na missão. Há cinco homens no andar de baixo, eles estão armados com metralhadoras e estão prestes a explodir o cofre com bombas C4,o que ativará o alarme e fará com que a polícia chegue em cinco minutos, o que significa que eles agirão rápido. – O garoto olhava para o Batman com os típicos olhos de um fã. Bruce sabia que tudo que fora dito havia sido ignorado pela admiração de Elliot.- Cinco minutos? Tudo bem, preciso de apenas dois. O jovem entrou no banco pela ventilação e os disparos começaram. Bruce o seguiu, assustado e sem esperanças de que o garoto havia sobrevivido. Ao chegar no salão principal, o Batman viu os homens desacordados e sem as armas.- As bombas já foram instaladas, Batman. – Disse Elliot, enquanto estava deitado no chão com a cabeça apoiada nas costas de um dos ladrões. O homem morcego correu para o cofre e começou a desativar as bombas minuciosamente. O relógio de detonação mostrava que faltavam trinta segundos para a explosão, mas o cavaleiro de Gotham só precisou de dez. Bruce, em seus pensamentos mais inteligentes, não entendera como o garoto fizera aquilo tão rápido. Ele era um jovem prodígio e, mesmo após o trauma com Jason, seria um prazer tê-lo como Robin. Os dois vigilantes subiram na moto e se dirigiram à mansão. Batman não disse uma palavra sequer em todo o caminho. Mesmo conhecendo a vida do garoto de capuz xadrez, ele se surpreendera com tais habilidades. Vários tiros foram disparados e mesmo com um fator de cura acelerado, Elliot não poderia se curar tão rápido.- Gotham é parecida com a minha cidade, mas alguns lugares dela me lembram dos anos quarenta.- ...- Nossa, "de nada"! – e o jovem se calou até chegarem na batcaverna. Alfred estava sentado na cadeira do computador principal observando as câmeras do banco. Era possível observar naquele momento a chegada da polícia. Bruce tirou a máscara e se sentou em uma cama que ficava perto dos trajes. Era como um leito de hospital que ele usava para suturar as feridas.- Podemos começar a cura? – Disse Bruce, demonstrando pressa. O jovem aproximou-se de Bruce e o encarou. Lentamente, sua mão tocou a testado homem morcego e uma áurea branca emanou das mãos de Elliot. Ao fim, o jovem encapuzado se afastou e tirou o capuz. Sua face sorria. Bruce, um pouco descrente, entrou na máquina de tomografia para ver o tumor. Alfred ainda acompanhava tudo do computador e, após os exames ficarem prontos, também sorriu.- Patrão Bruce, o tumor sumiu! Parece que o jovem Elliot fez um ótimo trabalho hoje.- Não esquenta, Alfred. Faço isso sempre que posso, é o meu dever.- Errado, Elliot. Você não só salvou a mim, como salvou vários outros universos paralelos, inclusive o seu. Eu tinha plena noção do que aconteceria às outras Terrasse eu morresse e, por ter sido um evento atípico na minha linha temporal, quase estraguei tudo. Em outras palavras, muito obrigado. – Bruce sentou-se na maca e sorriu para Elliot, estendendo sua mão. O jovem a apertou.
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BATMAN MEETS CHESS HOODIE (fanfic Crossover)
Short StoryComo seria se por algum milagre o Elliot invadisse o universo do Batman? Esse breve conto nos delicia com uma aventura que pode ter acontecido - ou não - entre os dois.