Capítulo 2 - Gray Town

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  Elliot fazia sua ronda rotineira pelos becos imundos de Gray Town. Jackie optara por ficar em casa naquela noite, o que o deixava mais aliviado. Sem ocorrências, otempo para pular de um prédio ao outro era ampliado e isso o dava mais prazer. Para o Chess Hoodie, voar era melhor do que qualquer coisa.   Dois meses após a morte de Jarod Aigner Buch, Elliot estava recuperado de tudo que passou. De pé num corrimão de uma escada de incêndio, Elliot olhava para um possível desentendimento entre civis na praça de Hall's Doom. Cinco jovens se amontoavam em volta de outro rapaz. Elliot flexionou os joelhos e voou até o centro daquele círculo, afastando os possíveis agressores.- Voltem para suas casas, seus imbecis! – Disse o Chess Hoodie, já de pé e preparado para atacar. Os cinco garotos correram em direções opostas. Apenas a vítima ficou.- Obrigado, eu nem sei como agradecer a você. – Disse o rapaz. Ele vestia um terno e carregava uma mala. Nela estava escrito "HEVO Tec". Ao reparar, Elliot aproximou-se.- Você trabalha para o Kramer, certo? – O homem nada respondeu – Eu devia ter desconfiado... o que ele quer, afinal?- Desculpe pela abordagem, mas fui enviado para avisar a você que há um projeto em que você pode ajudar. Algo que vai muito além de qualquer outra coisa que já se envolveu. – O jovem encapuzado olhou para os lados e não viu ninguém. Era estranho a praça não ter ninguém àquela hora da noite, o que confirmava a manipulação do departamento no encontro com aquele homem.- Se ele quiser falar comigo, diga ao mesmo para me encontrar durante o dia. Sem capuz, disfarces ou situações forjadas como essa.- Você precisa me acompanhar, Elliot. – O garoto arregalou os olhos. Como aquele homem sabia sua identidade secreta? Mesmo curioso, Elliot temia o governo. Tanto que não hesitou no convite daquele homem de terno. Uma limusine estava parada na parte de trás da praça. Elliot caminhou para dentro da mesma e, ao entrar, se deparou com Frank e Kramer. Ele não sabia o que estava acontecendo.- Que bom que aceitou o convite, Elliot. Tenho uma missão para você.- Eu não quero nada com o governo, Kramer. Achei que você já tinha entendido isso.- Ele me explicou enquanto vínhamos falar com você, moleque. Realmente, você é o único capaz de mudar o quadro. – Indagou Frank, deixando Elliot sem palavras.- Do que se trata?!- Já ouviu falar sobre a teoria das cordas, universos paralelos e coisas do tipo? Então, a mídia espalha para o mundo que essas coisas são apenas ficção, mas não é bem assim. O mundo é apenas um, mas as versões são diferentes umas das outras. Essa é a que existimos, mas em algum outro lugar fazemos parte de uma ficção. Assim como o que para nós é apenas entretenimento, a maioria das coisas existe em algum outro universo paralelo.- Kramer, já assisti toda essa baboseira pela televisão.- Estou falando a verdade, Elliot. Trabalhamos numa forma de interação comesses outros universos há anos e nunca conseguimos um modo de atravessá-los...pelo menos até agora.- Que bom para vocês! O grande inventor dessa engenhoca merece o prêmio Nobel da inteligência. Quer mesmo abrir uma porta para algum outro lugar pior que esse ou contaminar alguma outra terra com a nossa? Foi para isso que me chamou aqui?!- Moleque, você não vai acreditar no que ele te dirá agora. – Frank interrompeu as palavras de Elliot. O garoto ainda não havia entendido o porquê de tanto mistério.- Há pessoas como você em um universo que observamos. Muitas delas com poderes e outras sem. Umas dominam o planeta com paz, enquanto outras seesforçam para destruí-lo. Minha preocupação não é com essas pessoas e sim com quem as equilibra. Há um homem que sozinho consegue derrotar todos eles usando apenas sua inteligência. Por causa dele, nenhuma pessoa dessas entrou em nosso universo. Ele é tão inteligente que já possui a tecnologia para atravessar universos, mas não a usa para não alarmar seus companheiros, sem colocar em risco essa tecnologia tão delicada.- Ah, então só falta você me dizer que me arremessará pelo espaço-tempo para que eu alcance outro universo e veja quem? O Batman?! – Frank assustou-se e olhou para Elliot. Kramer, estupefato, bateu palmas irônicas olhando para o garoto encapuzado.- Então você entendeu rápido, hm? Bem, por mexer com essa tecnologia, o Batman acabou gerando um tumor em seu cérebro quando cruzou para um alternativo que lhe era alcançável em busca dos seus pais que, naquele versão vista por ele, ainda estavam vivos.- Só pode estar brincando comigo. – Elliot saiu do carro e os deixou sozinhos. Frank saiu logo em seguida e correu até o garoto.- O que pensa que está fazendo? Sabe o que pode acontecer se o Batman morrer no universo dele?! Todos aqueles heróis e vilões descobririam sua tecnologia e, mais cedo ou mais tarde, apareceriam por aqui.- Frank, eu só posso estar sonhando! Você também caiu nessa?!- Quando você tinha doze anos, já havia lido todos os quadrinhos do Phillip. Você é fã dele e sabe muito bem do que seus inimigos são capazes. Quer mesmo assistir ao desequilíbrio da nossa Terra?- É verdade, Elliot. – Kramer saiu do carro e caminhou na direção dos dois – Só você conseguiria atravessar esses universos sem nenhuma lesão. Ou pelo menos com a garantia de que ela se curaria, certo?- Errado, Kramer! Não sei o que você planeja, mas não compactuarei com seu plano. "Viajar por universos paralelos"? Não tinha uma desculpa melhor para me usar como seu rato de laboratório?!- Se ama tanto essa cidade e tudo que há nela, espero que faça o que eu te pedi. Gotham é uma versão alternativa de Gray Town, seja lá qual for o primeiro passo após a morte do Batman, ele acontecerá bem aqui. – O garoto sentou-se na calçada. Sua cabeça fervilhava de tanto pensar. Para ele, era impossível que aquilo tudo fosse verdade, mas um dia também voar e curar parecia impossível.- Se isso realmente for verdade, eu estou dentro.

BATMAN MEETS CHESS HOODIE (fanfic Crossover)Onde histórias criam vida. Descubra agora