Charlotte || h.s.

0.2

A única coisa que eu ouvia era o som dos meus pés calcando levemente o chão assim que eu caminho em direção a minha casa. Tinha passado umas boas e longas horas no café , tudo o que me passa na mente neste momento é o dono dos caracóis mais bonitos que eu alguma vez tenha visto. 

Será que o voltarei a ver ?

 Essa pergunta repetia-se nos meus pensamentos , enquanto a imagem daquele ser lindo e desconhecido aparecia através da minha mente. Acho que nunca vi um rapaz tão bonito que me tenha deixado impressionada e que me tenha impedido de pensar noutra coisa , talvez noutra coisa mais importante. 

Ou será... que ele é mais importante que outras coisas?

Eu nem o conheço , que raio de pensamento é esse? Suspiro pesadamente devido ás pequenas lutas que faço com a minha mente devido a todas as perguntas e dúvidas que restavam em mim.

Assim que chego á porta da minha casa , abro-a para me dar acesso ao meu lar doce lar. Pouso a carteira numa mesinha que se encontra ao lado da porta e dirijo-me para a minha sala. Eu estava cansada... mas cansada de quê? De pensar? É a única coisa que consigo fazer neste momento... além de respirar óbvio.

Fico a olhar para o nada enquanto mais pensamentos sobre ele enchem a minha cabeça. Eram pensamentos diferentes. Estes pensamentos eram quentes , acho que vou ter que me ir distrair com alguma coisa , por exemplo beber água , para que eu possa pensar noutra coisa , sem ser o rapazinho que incomoda maravilhosamente a minha mente. 

-

Volto a sair de casa , são 01h30 e eu não tenho sono nenhum , então decidi ir dar uma volta. Está bastante frio , mas o céu está impecável , sem nenhuma nuvem , só com um monte de brilho de pequeno tamanho , algo a que chamamos estrelas , e a com maior dimensão e brilho mais potente , a lua , que estava , nesta noite linda , cheia. 

Meto as minhas mãos já frias nos bolsos do meu casaco quente , para que assim esse calor se distribua nelas e caminho pelas ruas desertas e um pouco iluminadas pelas luzes que são transmitidas pelos longos e enormes candeeiros de rua. 

Uns poucos minutos , completamente sozinha , o silêncio que me rondava é quebrado pelo som de pedrinhas a serem chutadas contra uma parede. Esse som vinha de trás de mim , por isso olhei para trás e encontrei , um pouco distante e pouco iluminado , uma figura humana. Era difícil de se ver os detalhes , devido , como já referido , estar pouca iluminação onde aquela criatura está presente. 

Enchi-me de coragem e comecei a andar , em passos leves e pequenos , em direção ao tal humano. Cada vez mais que me aproximava , conseguia ver as suas cores e os seus detalhes.

E era quem eu menos esperava.

Ele.

O tal dono dos caracóis mais bonitos. E OH MEU DEUS , ele fica ainda mais bonito em espaços com pouca iluminação.