welcome

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livre: que é senhor de si e de suas ações.

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Taehyung tinha liberdade agora, e não sabia definir se isso era bom ou ruim.

Se sentia livre. Era uma sensação boa, como se finalmente pudesse sair da gaiola e voar. Mas também era preocupante, desesperador

Tinha todos os lugares pra ir, ou nenhum lugar pra ir?

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"BEM-VINDO"

Alguns minutos depois de passar pela placa praticamente destruída de boas vindas da cidade, Taehyung chegou nas ruas estreitas de paralelepípedo

Era estranho voltar ali porque, de certa forma, sentia que suas melhores lembranças vinham daquela cidade.

A última vez que visitou aquele lugar, foi quando tinha por volta de uns 10 anos, poucos meses antes da sua mãe fugir de casa

Sem ele.

Chegando no centrinho da cidade, estacionou o carro - do seu pai - e saiu

Sentado no meio fio, passava as mãos pelos fios sedosos de cabelo enquanto seu cérebro, literalmente, fritava em pensamentos

Estava tão confuso que não conseguia organiza-los, eram só frases e vozes da sua própria consciência.

Sua culpa, insegurança, preocupação e o que mais pudesse imaginar colidindo com ele o tempo todo

"Por que você foi reclamar que não tinha um lar, idiota? Nem casa você tem agora"

"Mas que caralhos você vai fazer aqui"

"Como você vai se manter, Taehyung? Você está fudido e não é novidade"

"Por que você sempre foge, igual a sua mãe?"

Isso foi demais até pra sua consciência.

Piscou balançando a cabeça, tentando ao máximo afastar seus pensamentos

Não que tenha funcionado, é claro. Só conseguiu livrar-se quando seu celular tocou.

"Bo gum hyung" era o que aparecia no visor.

Vendo que era um dos seus melhores amigos - que acabou deixando pra trás do dia pra noite - atendeu

— Oi, tudo bem?

"Oi Taehyung? OI? Você está doido?"

Tae afastou um pouco o celular do ouvido, seu amigo gritava muito alto.

"Estou falando com você Tae! Me contaram que foi embora! Por Deus, onde você está!??"

Era notável o desespero na voz dele, mesmo que por telefone

— Ei, se acalme. Está tudo bem, quer dizer, vai ficar. Estou naquela cidade vizinha que falei pra você algumas vezes.

"O que você está fazendo aí? Vai fazer o que? Morar no carro do seu pai?"

— Nem me fale. Eu ainda não sei o que vou fazer, mas vou dar um jeito, ok? Só não posso continuar aí

"Mas Tae, nós podemos te ajudar, eu e os meninos, já ficamos com você quando seu pai te expulsou algumas vezes"

Não achava que dessa vez era uma expulsão, estava mais pra uma fuga

— Não se faça de sonso, já devem ter te contado tudo. Vou ficar aqui por um tempo, se eu conseguir.

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