Capítulo 2

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Nicoletti

Droga,mil vezes droga! Sentada numa pedra de cimento que era a cama fria da cela de Paris,reclamei comigo mesma

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Droga,mil vezes droga!
Sentada numa pedra de cimento que era a cama fria da cela de Paris,reclamei comigo mesma. Como fui deixar ser pega? Nos outros bancos da cidade não existia sistema de segurança. O fato de roubar somente o suficiente para um ano sem miséria, não levantava suspeitas sobre a minha pessoa. Sendo pega no fraga...tenho medo de ser condenada até por crimes que não cometi e ser enforcada diante de todos.
Escarlate sempre avisou para ter cuidado ou não cometer nenhum crime por causa de ninguém.
Dizia que não deveria me sacrificar tanto e tinha que pensar mais em mim.
Retirei as roupas masculinas,ainda bem que fiquei com o vestido por baixo,assim fico mais apresentável diante dos guardas.
Um vestido branco simples, porém foi a dona Suzete que costurou pra mim. De graça, pois vivia sem dinheiro às vezes até mesmo pra comer...a vida em Paris não era fácil para quem não tinha sobrenome, título de nobreza,ou nascesse em berço de ouro.
A fome era sempre presente,uma companheira que não era bem vinda.

Escuto o barulho da porta de ferro rangendo e logo em seguida o próprio Lorde Severin Sanches aparece diante da minha presença.
Me levantei,sem fazer reverência para o ser desprezível na minha frente.
Seus olhos verdes inescrupulosos passearam,antes se fixou bastante no meu rosto... depois seguiu até os meus seios pequenos, descendo até ao pé,voltou lentamente até encontrar os meus olhos novamente.
Tinha um ar de superioridade extrema e seu sorriso nunca chegava aos olhos frios.

____ Posso ajudá-la a sair dessa pocilga. ____ Sua voz era aveludada cheio de maldade. Mirou o lugar com asco.

____ Como? ____ Perguntei esperando o pior. Sempre era assim.

____ Se concordar em ser minha acompanhante por uma semana...

____ O quê quer dizer com isso?! ____ Questionei super nervosa.

____ Quero que seja minha amante por uma semana, Nicoletti... ____ Me espantei por já saber o meu nome. ____ Ora... ___ Estalou a boca. ____ Pago super bem,pelos favores femininos...

____ Não sou uma prostituta!!! ___ Gritei, avançando segurando as barras da grade de ferro,ele continuou no mesmo lugar,sem piscar,sem se abalar.

____ Todas são...por natureza ou por profissão. Não se faça de puritana, senhorita Nicoletti sem sobrenome. ____ Desdenhou do fato de ser filha de ninguém. ___ Não estou pedindo nada do que não tenha feito mais de mil vezes,todas vocês são iguais! ___ Acusou-me.

Fitou a minha boca e não gostei da sua expressão, nossos olhares se encontraram. Derrepente estendeu as mãos para tocar os meus seios,afastei imediatamente. Seu olhar era difícil de decifrar nesse momento.

_____ Arisca...heim... Nicoletti, você têm quantos anos? Diga a verdade.

____ Descobriu o meu nome e não sabe a minha idade? ____ Ele levantou uma sombrancelha inquisitivamente.

____Seu nome estava na lista de suspeitos dos roubos dos bancos,junto com um desenho seu. O problema que alguém tentou esconder isso da própria polícia... alguém que há protege daqui de dentro...um amante talvez? ___ Seu olhar sagaz me irritou.

____ Não sei do que está falando!

____ Está bem...agora é a sua chance de conseguir tudo o que tentou roubar de mim. Vou ti oferecer muito dinheiro,mais do que você poderia roubar em um semana do meu banco. Uma troca justa. E no final de uma semana será rica o suficiente para nunca mais ter que roubar de novo,viu quero ti ajudar. Mas preciso saber a sua idade, não quero cometer nenhum crime indioso.

____ Tenho 18 anos... ____ Esses olhos verdes sem emoção,frios e calculistas,avaliaram-me por completo.

____ Essa idade deveria estar frequentando bailes,em busca de maridos e...

____ Não quero um marido! Nunca vou me casar! Homens não prestam. ____ Falei com rancor.

____ Com certeza... ____ Meneou a cabeça de lado. ____ Mulheres como tú, não fica satisfeita  ter apenas um homem... ____ Novamente corri na sua frente, querendo ataca-lo. Mas me contive agarrando as barras.

____ Olha aqui seu... ___ Seu? Diga-me...quero ouvi-la... escuta-la... ____ Sussurou mirando os meus lábios abertos. ____ Sou tudo que têm nesse exato momento,decida-se agora! Ou irei embora e vai apodrecer nessa cela nojenta ou amanhã de manhã,seu lindo pescocinho estará pendurado...e toda a cidade de Paris vai ver o que acontece com criminosas como tú! ____ Acabando de falar,se afastou das grades,sério e saiu da minha vista.

____ Espere...volte. Milorde! ____ Chorei,eu não podia morrer agora, não quando tantos precisavam de mim... ____ Ele voltou com a vitória estampado na sua face. ___ Limpei as lágrimas cheia de ódio dele.

____ Milorde não me conheces para julgar-me. Não sou como o senhor pensas. Porém,vou aceitar a sua proposta indecente. Farei esse sacrifício. ____ O mirei com asco,mesmo assim, minha aversão a sua pessoa não lhe fazia mal. Posso dizer que gostava da minha falta de vontade em servi-lo.

____ Fico imensamente feliz por ter decidido em ser a minha mulher,por um breve período. Sou um ótimo amante,nunca houve uma dama que passou pela minha cama que tenha saído insatisfeita. Com a senhorita não será diferente. ____ Que presunção a sua. ____ Rebati mostrando a minha vontade de vomitar nos seus trajes caros.

____ Cuidado...___ Ameaçou. Tentei me conter,mas o meu coração batia freneticamente, parecendo que ia saltar fora do peito,pensar em ser de um homem pela primeira vez, não me soava nada bem,ainda mais dessa forma ___vou mandar os guardas para liberta-la. Nicoletti...

Caminhou para fora do corredor,as portas não se fecharam...em cinco minutos um guarda abriu a cela,sem falar nada.
Peguei os trajes masculinos e sai daquele espaço pequeno e frio.
Fui conduzida para fora da prisão,do estabelecimento.
Vendo a rua de Paris começando a acordar. Um dia novo começava...

____Senhorita, Nicoletti... ____ Olhei para o lado e um senhor de meia idade me observava com curiosidade. ____ Sim. Sou eu. ____ Por favor me acompanhe! ____ Para Onde? Senhor... ____ Rufalo. É o meu nome,senhorita, obrigado por perguntar. ____ Sorriu simpaticamente. ____ Para a carruagem do Lorde Severin. ____ Completou ele.

Deixei ele me conduzir para a carruagem fechada,feita com madeira nobre,cara. Com detalhes cravejados de rubi, esmeraldas e ouro.
A carruagem dos sonhos.
Eu conseguiria um bom dinheiro com essas pedras preciosas.
Senhor Rufalo abriu a porta da carruagem, segurando na minha mão com bastante cuidado,como se eu fosse uma pétala de flor,para subir no veículo.
Me acomodei de frente ao Lorde Severin,perto da janela. Puxei a pequena cortina de seda vermelha,olhando pela janelinha a cidade.
Ele bateu no teto com um cajado preto com ponta de diamante e a carruagem começou a andar.

Eu não queria olha-lo nos olhos,sentia vergonha da minha realidade. Ele por sua vez não tentou nada. Todavia sentia o peso do seu olhar sob mim.
Mas não saber onde estava me levando,deixava-me apavorada.

____ Para onde o Milorde está levando-me? Posso saber? ____ Apertei as roupas contra o meu corpo. Queria desesperadamente fazer meu coração se acalmar,mas estava sendo uma missão impossível.

___ Verás em breve. Não se preocupe pequena dama criminosa, não sou tão vilão assim...

Virei o rosto para ele e vi um brilho malicioso no seus olhos verdes...







Continua...

👀😏😌

Lord Severin 🖤 Degustação(Completo Na Dreame 🦄)Onde histórias criam vida. Descubra agora