amor?

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cansado de desilusões o eu lírico se baseia no amor e na busca dele. na ânsia pelos corpos, toma decisões desesperadas; amar. amar ATÉ de olhos vidrados. ele quer amar, e acha o amor. na curva desse corpo tão tocado por ele foi encontrada a paixão, que agora guardada na memória, consegue esquecer, desamar. malamar? vomita palavras numa folha ou tela. desesperado por amor, e inundado dele, não consegue esquecer os momentos tao bonitos passados junto à pessoa amada. com dor recorda que foram efêmeros, se culpa pela distância, mas nem pra a tristeza ha espaço nesse corpo amante. lustroso coração só quer saber do outro, do toque do outro, do cheiro do outro que lhe persegue e se apropria de sua mente. ele quer de uma maneira tão intensa que até culpa os astros pela distância, ausência que o tão perseguiu. mal sabia o eu lírico, ser-amante, talvez sem pensamento, que a paixão era um vício. procurava em corpos, as almas e em almas os corpos, apenas por inspiração, mas não se arrependia, sabia que sofrer por amor era uma bênção dos seres talvez pensantes, sim amantes. e quer amar de novo, mesmo na ausência, na eminência da distância, aquele nome com H não sai de sua mente, e as marcas do seu corpo só o recordam dos melhores momentos, do colchão no chão, do olhar nas estrelas, do toque, e do perfume carnal que carrega tudo isso. Talvez foi isso, disfarçado de amor, que o fez amar e sentir tão profundamente que nem o tempo o impediu de continuar aquilo. e o eu lírico busca nesse amor o esquecimento e a esperança, numa situação tao única onde esses sentimentos se tornam circunstantes. assim, o escritor, amante, irracional e apaixonado, percebe que em uma noite amou mais do que na sua vida inteira.

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