Capítulo 5 - Final

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     Ele não sabe como ou quando começou a se sentir daquele jeito. Mas quando se tocou daqueles sentimentos, ele estava admirando o ruivo e sua alegria infantil. Kageyama ainda se lembra de quando descobriu estar apaixonado pelo ruivo.

     Era uma quarta-feira chuvosa e eles estavam terminando de arrumar a quadra. Foi quando Kageyama se pegou admirando Hinata pelos cantos. Foi quando descobriu que Hinata tinha sardas, pequenas e quase imperceptíveis.

     Ele sabia que aquele sentimento nunca seria correspondido, afinal eram dois garotos, por isso quis o interrar o mais fundo possível do seu coração. Mas aquilo não foi possível, pois a cada dia que se passava, ele se via cada vez mais apaixonada por ele. Então quando Hinata se afastou, ele sentiu seu coração se esfarelar. Tentou de várias e várias formas voltar a falar com o ruivo, mas ele sempre o afastava.

     Foi em um dia que, quando estava andando pelas ruas para tentar esfriar seus pensamentos, viu Sugawara e Hinata em sua sorveteria favorita. Eles pareciam estar tendo uma conversa séria, mas quando viu seu senpai abraçar o garoto que gostava, ele sabia que seus sentimentos nunca seriam correspondidos. Saiu de lá às pressas, não queria que o vissem.

     O dia em que foram ao restaurante e que sua mão pode sentir a calidez da pele branca do ruivo, Kageyama queria que aquele toque durasse mais do que 3 segundos. Queria sentir mais o calor do copro do ruivo. Se sentiu aliviado que, depois daquele dia, os dois voltaram a se aproximar.

     Naquela sexta-feira chuvosa, Kageyama havia se decidido de nunca revelar seus sentimentos. Mas parecia que o destino tinha outros planos para ele.

     Kageyama saiu apressado de sua sala. Estava um pouco irritado porque tinham fechado o clube para manutenção.

     Sentiu uma mão em seu pulso, parando sua caminhada até a saída. Nunca desejou tanto que fosse o ruivo elétrico, para que animasse um pouco o seu dia. Mas o que encontrou foi uma garota loira de olhos azuis. Ele a conhecia, era Nakamura Ayumi, ela estava na sua sala. Ela o olhava envergonhada.

     - O que foi? - perguntou rude. Ele só queria voltar para casa e dormir, mas aquela garota estava ocupando o seu tempo.

     - Kageyama-kun, e-eu... - gaguejou olhando para o lado. :- E-eu gosto de você. - disse rápido e antes que Kageyama pudesse processar alguma coisa, ele sentiu algo pressionar os seus lábios.

     Ele se afastou da garota após ouvir um som muito alto de algo caindo. Virou para trás e viu um vulto ruivo indo em direção a saída. Se afastou rapidamente da loira e correu na direção do ruivo. Quando o alcançou, colocou a mão em seu ombro, o fazendo parar de andar.

     - Hina~ - parou ao ver o estado choroso do outro. :-Você estava chorando? -  Hinata se desvencilhou de sua mão.

     - Só... Me deixe em paz. - o tom frio de sua voz fez o seu coração apertar.

     - Hinata... Me conte o que tá acontecendo, talvez eu possa ajudar. - pediu preocupado, ele nunca havia visto o ruivo chorar, segurando seus ombros novamente. Hinata riu fraco ao ouvir sua fala.

     - Não, Kageyama, você não pode me ajudar. - disse olhando para baixo.

     - É algum problema com sua família? - insistiu. Aquela era a única explicitação para o estado do ruivo.

     - Olha, você não precisa se preocupar comigo. - pediu encarando seus olhos azuis. :- Você deveria voltar para a sua namorada. - Kageyama sentiu a dor na sua voz ao dizer a última palavra.

      - Você viu aquilo? - perguntou apreensivo. Ele era última pessoa que ele queria que visse aquilo.

     - Sim, eu vi. - disse com amargor. Kageyama o viu morder os lábios. :- Você me perguntou qual era o meu problema... Eu vou responder. - disse se afastando de suas mãos. :- O meu problema é você, Kageyama. - Kageyama arregalou os olhos. :- Você e seus malditos olhos azuis. O meu problema é me sentir tão bem perto de você, até quando você me dá patadas. É querer ter você todos os dias do meu lado. É querer ver seu sorriso estranho direcionado a mim e somente a mim. É ter ciúmes ao te ver com alguém que não seja eu. O meu problema é ter sentimentos estranhos pelo meu melhor amigo. O meu problema, Kageyama... O meu problema é gostar de você. - Kageyama sentiu seu coração errar uma batida.


     - Hinata... - o chamou. As palavras de Hinata grudadas em sua mente, o impedindo de continuar.

     - Olha, Kageyama, eu sei que você não sente o mesmo, não estou te forçando a me retribuir. Eu só queria libertar esses sentimentos antes que eles me matassem. - Hinata entendeu o silêncio de Kageyama como uma rejeição. Ele deu um sorriso triste. :- Eu espero que possamos continuar sendo amigos. - se virou para ir embora. Kageyama despertou de seu transe com as palavras do ruivo.

     - Hinata! - o chamou, correndo em sua direção. Segurou seu pulso e o virou para si, em um movimento rápido, colou seus lábios. Os olhos de Hinata estavam arregalados, mas foram fechando aos poucos, aproveitando o momento. Os lábios se moviam em sincronia e as línguas travavam uma batalha por espaço. Se separaram envergonhados. Kageyama colou sua testa na do mais baixo. :- Eu também gosto de você... Shouyou. - os olhos de Hinata se encheram de lágrimas.

     - Seu filha da mãe. - praguejou baixinho se afastando. Começou a dar socos leves em Kageyama, que apenas ria. :- Mas e aquela garota que você estava beijando?

     - Correção; ela me beijou. E eu lá vou saber o que aconteceu com ela. A única coisa que me importa está aqui na minha frente. - puxou Hinata pela cintura e o abraçou.

     - Por mais que eu goste de estar assim com você... Se não sairmos da chuva agora, vamos ficar doentes! - disse Hinata se afastando um pouco.

     - Certo. - Kageyama pegou a mão do ruivo e começou a correr. Ambos riam enquanto corriam. Pararam ofegantes embaixo de um telhado. Sorriram um para o outro. A chuva ficava cada vez mais forte. :- Parece que a chuva só vai piorar.

     - Verdade. - Hinata se aproximou de Kageyama. :- Eu tô com frio. - resmungou. Kageyama o puxou para um abraço. :- Eu te amo. - sussurrou.

     - Eu também te amo. - disse selando seus lábios novamente.

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