➳ um indiozinho

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N/A: Como foi dito anteriormente,
este capítulo contém cenas detalhadas
sobre tortura e narrações que podem causar
gatilhos.
Caso se sinta desconfortável com esse
tipo de conteúdo,
deixarei marcado entre dois "⚠️" para
indicar o início e fim entre cada momento
que pode ser sensível.
Fique atento ao símbolo.

BOA LEITURA!

🐎

   Mulheres. Homens. Álcool. 

   Em meio a música agitada e ensurdecedora daquela boate, tento me locomover por entre os corpos já bêbados e alterados. 

   Eu não me encontro muito diferente, com o fator a mais da camada de suor cobrindo meu pescoço e costas, visto que dei um show na pista de dança há alguns instantes. 

   Abuso do esforço para me manter de pé. O ambiente está girando. Junto todas as minhas forças para voltar concentrado até a área do bar, onde beijei um dos barmans minutos atrás.

   — Você tá legal? — Taehyung pergunta, assim que me aproximo dos assentos. 

   — Tô. — Respondo simples, com a voz grogue, finalmente me sentando ao lado de meu amigo charmoso numa das poltronas. 

   O suspiro deixa claro minha exaustão. Faço questão de espremer meus olhos para tentar melhorar minha vista embaçada, combinada à tontura. Taehyung não se contém e sorri.

   — Não tá parecendo. — E por fim, sua risada sarcástica e característica dá as caras. Taehyung levanta a mão esquerda, chamando a atenção do barman gostoso, que se aproxima imediatamente. 

   — Pois não? 

   — Uma água gelada — Ele exibe uma nota gorda entre os dedos médio e indicador, com um sorriso sacana —, pro gatinho bêbado aqui. Fica com o troco.

   O barman deixa escapar um risinho, enquanto trata de pegar a grana. Sou incapaz de verbalizar, então apenas desvio o olhar, segurando o riso envergonhado.

   — Algo mais? — O rapaz questiona paciente, agora, levando sua atenção à mim. Nego, sem deixar de sorrir, e então ele se afasta para buscar a água. 

   — Ele é gato. — Tae constata com a ausência do rapaz.

   — E beija bem. — Adiciono, ainda sem olhá-lo. 

   — Achei que íamos pegar leve hoje, Jim. 

   — Você sabe que eu nunca cumpro minha palavra. — Rebato.

   Taehyung apenas balança a cabeça negativamente, tendo em mente que isso pode e vai me prejudicar no futuro. É o que ele sempre diz.

   — Você tem vinte e três anos. Não vou me prestar ao papel de te educar. 

   — Agradeço, senhor Maduro. — Talvez eu tenha soado ácido, mas sou totalmente ignorado por ele.

   O barman retorna e entrega a garrafa pro senhor Responsável, que agradece com um sorriso singelo. 

   — Podemos ir embora? — Tae questiona, assim que tomo um gole da água. 

   — Ainda tá cedo… 

   E então, como se o destino discordasse de minha resposta, sinto o celular vibrar entre a calça jeans e a pele do meu quadril. 

   Assim que puxo o aparelho, avisto o nome "Pai" na tela. 

O ÍNDIO ARQUEIROOnde histórias criam vida. Descubra agora